Delito de tráfico de drogas é o segundo mais cometido por
adultos e adolescentes em situação de criminalidade; roubo é o primeiro
O
tráfico de drogas é um dos crimes que mais preocupam os brasileiros. Tanto
entre adolescentes quanto entre adultos em situação de criminalidade, ele é o
segundo delito mais cometido, atrás apenas do roubo.
De
acordo com os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os delitos com
maiores registros de atos infracionais e de flagrantes são: roubo (42%),
tráfico de entorpecente (24,8%), homicídio (9,2%), furto (3,6%), tentativa de
homicídio (3,1%), entre outros.
Algumas
pesquisas acompanham este movimento e evidenciam que a própria população tem
noção de que o “uso” e o “tráfico” de drogas estão entre as maiores
preocupações relacionadas à segurança pública, acompanhadas de temas como
“falta de estrutura familiar”, “desigualdade social”, “pobreza” e “falta de
educação”.
Não
é a toa que o tema é tão importante na Baixada Santista. O motivo é evidente:
as atividades do maior porto da América Latina, o Porto de Santos – levando em
consideração os dados de agosto, a movimentação de carga da unidade alcança
cerca de 335 mil toneladas por dia, transformando o cais santista em uma grande
janela de oportunidade, aberta para o crime organizado especializado.
“A
maior fronteira do Brasil é Santos. É a fronteira com quase o mundo todo”,
analisa Júlio Cesar Baida Filho, delegado geral da Polícia Federal na região.
Um fato que reforça essa visão é o recorde de apreensão de cocaína neste ano no
Porto. De janeiro a setembro, 6,7 toneladas da droga foram apreendidas em
terminais que atendem ao Porto de Santos.
Baida
explica que a atuação contra esse tipo de crime se intensificou em 2013. “Até
então, era uma média de 200 a 300 quilos de apreendidos por ano. A partir
daquele ano, saltamos para cerca de 2 toneladas por ano”, argumenta o
delegado-geral da polícia Federal.
Em
termos econômicos, trata-se de uma variedade de crimes bastante lucrativa.
Quando a droga tem destino à Europa, passa a valer cinco vezes mais que o valor
de mercado no Brasil. Se a embarcação tiver conexão com a Austrália, pode
chegar a valer 15 vezes mais.
O
chefe da Federal explica que esse resultado se relaciona com a atuação da Comissão
Estadual de Segurança Portuária (CESPORTOS), na cobrança dos terminais quanto à
segurança nas movimentações de contêineres.
“O
nosso porto já é extremamente atrativo, por conta da logística. Aqui saem, em
média, 14 navios por dia, para os mais variados destinos. A gente tem procurado
fechar o máximo possível preventivamente, em parceria com a Receita Federal e
com a Capitania dos Portos”, argumenta Baida.
Neste
contexto, o delegado da PF defende a integração que tem acontecido com outras
forças de repressão e investigação na baixada Santista, como as polícias
Militar e Civil. “A nossa troca de informações é online. Os comandantes se
falam a qualquer hora do dia ou a noite. Se o Whatsapp demora um pouco, logo
depois já tem uma ligação telefônica”, conta o delegado da Federal.
Na
interpretação do Diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo
Interior 6 (Deinter 6), o delegado Gaetano Virgine, a Baixada Santista favorece
a ação de criminosos do tráfico de drogas. “Só nesse primeiro semestre, quase
11 toneladas de maconha foram apreendidas em um trabalho conjunto entre as
polícias Civil e Militar. É preciso levar em consideração que esta modalidade
de crime é um negócio muito lucrativo”, argumenta.
Fatores Sociais
Na
outra ponta da discussão estão os problemas de vulnerabilidade social, em
especial em comunidades. Segundo o comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar
do Interior (6ºBPMI/I), coronel Ricardo Ferreira de Jesus, o tráfico de drogas
tem sido a porta de entrada de jovens na criminalidade.
“Vemos crianças em situação de
vulnerabilidade que são chamadas soldados do tráfico de entorpecente. Ganham
por volta de R$ 200 por dia, para ficar com uma arma na mão e enfrentar a
polícia, fazendo a contenção. Eles atiram no policial para permitir que aqueles
que detêm a droga possam fugir”, argumenta o comandante regional da PM.
Fonte: Jornal A Tribuna
* Esta publicação é de inteira
responsabilidade do autor e do veículo que a divulgou. A nossa missão é manter
informado àqueles que nos acompanham, de todos os fatos, que de alguma forma,
estejam relacionados com a Guarda Portuária e a Segurança Portuária em todo o
seu contexto, não cabendo a esse Portal a emissão de qualquer juízo de valor.
* Direitos Autorais: Os artigos e notícias, originais deste
Portal, tem a reprodução autorizada
pelo autor, desde que, seja mencionada a fonte e um link seja posto para o
mesmo. O mínimo que se espera é o respeito com quem se dedica para obter a
informação, a fim de poder retransmitir aos outros.
COMENTÁRIOS
Os comentários
publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A
responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários
anônimos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.