Entre os acusados estão dois nigerianos, um liberiano, um
despachante aduaneiro e um diretor-delegado do Sintrammar
Uma
conexão africana do tráfico internacional de drogas pelo Porto de Santos foi
desbaratada pela Polícia Civil com a apreensão de 32 quilos de cocaína com
elevado teor de pureza e a prisão em flagrante de cinco homens.
Entre
os acusados estão dois nigerianos, um liberiano, um despachante aduaneiro e um
diretor-delegado do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias
em Geral e dos Arrumadores de Santos e região (Sintrammar).
A
prisão aconteceu na última sexta-feira, mas só hoje (27) foi divulgada, porque policiais da
Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) ainda finalizavam a
apuração. A cocaína estava misturada a uma carga de macarrão, bolacha e
limpador de para-brisa.
Galpão e balança
O
esquema foi descoberto a partir de informações de que um galpão particular na
Rua João Pessoa, no Centro, era utilizado para estufar com cocaína contêineres
a serem embarcados em navios. O local passou a ser vigiado, possibilitando a
captura dos cinco acusados.
Durante
o período de observação, na sexta-feira, o despachante aduaneiro Lindoíno Lucas
de Lima, de 45 anos, saiu do galpão dirigindo o seu Ford EcoSport prata e se
deslocou até uma loja no Centro, onde comprou uma balança pela quantia de R$
599,00.
Em
viaturas descaracterizadas, uma equipe seguiu o despachante e outra permaneceu
vigiando o galpão, onde chegaram os nigerianos Frank Darlyton Dumdum, de 47
anos, e Nwabunike Mathew Edum, de 37; o liberiano Benjamin Tobet, de 56, e o
sindicalista Marcos Aurélio Gomes Nogueira.
Caminhão e contêiner
A
chegada de um caminhão com contêiner ao galpão contribuiu para reforçar a
suspeita de que o local era usado para o acondicionamento de drogas em cofres
de carga. Em dado momento, quando a porta do depósito foi acionada mediante o
acionamento de controle remoto, os policiais entraram no recinto.
O
contêiner já havia sido carregado e lacrado, mas segundo a equipe do delegado
Francisco Garrido Fernandes e do investigador Paulo Álvaro Ribeiro, os acusados
admitiram informalmente que estufaram o compartimento com cocaína.
Caixas marcadas
Para
a localização da droga, houve o rompimento do lacre e a inspeção de toda a
carga. Trinta tijolos de cocaína foram achados em três caixas de papelão
acomodadas no fundo do contêiner. Elas estavam fechadas com fita adesiva marrom,
enquanto a das demais é transparente.
As
investigações possibilitaram verificar ascendência de Frank Dumdum sobre os
demais acusados. Em 2004, este nigeriano foi preso pelos crimes de tráfico
internacional e corrupção ativa. Julgado no ano seguinte, na Justiça Federal,
em Guarulhos, foi condenado a pena de 9 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão.
Frank
seria o elo entre os presos e os destinatários da droga no exterior, mas o
despachante Lindoino de Lima teve papel importante nessa tentativa de embarque
de cocaína, porque alugou o galpão onde houve a apreensão do entorpecente e
também comprou a carga de macarrão, bolacha e limpadores de para-brisa.
Segundo
o despachante, que a afirmou exercer a função há mais de 20 anos, ele revendeu
as mercadorias para o nigeriano Nwabunike Edun, ignorando que entre a carga
seriam colocados os tijolos de cocaína.
Porém,
a equipe da Dise está convicta de que os cinco presos tinham ciência da operação
criminosa e dividiriam as tarefas para executá-la. No apartamento do
despachante, no Canto do Forte, em Praia Grande, havia caixas de papelão idênticas
as do contêiner.
A
Dise investiga se o mesmo grupo realizou outras remessas para o exterior. A
cocaína interceptada no dia 23 seria embarcada no Navio Grande Nigéria, de
bandeira italiana, com atracação prevista no porto para a próxima sexta-feira.
O
destino final do grande Nigéria, navio que transporta contêineres e veículos, é
o Porto de Dakar, no Senegal.. Antes a embarcaçãofaz escala no Rio de janeiro,
segundo dados da agência marítima.
O
Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Santos confirmou em nota que Lindoíno
é seu associado, mas ressalvou que “a entidade não se responsabiliza pela
conduta ética e profissional que os associados da categoria exercem perante a
sociedade”.
O
Sintrammar não quis se manifestar sobre a prisão de Marcos Nogueira, membro de
sua diretoria. Justificou que ela de conduta particular desse acusado, sem
qualquer vínculo com o cargo ocupado no sindicato.
Fonte:
Jornal A tribuna
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