Trabalhadores reclamam que navios estão operando com mão de obra
estrangeira (Foto: Alberto Marques)
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Greve, inicialmente restrita a três terminais, afetou
todas as operações de embarque e desembarque nesta tarde
Inicialmente
restrita a três terminais portuários, a greve dos estivadores atingiu todo o
Porto de Santos, por duas horas, na tarde desta quinta-feira (22). A
paralisação ocorreu entre 13h30 e 15h30, afetando todas as operações de
embarque e desembarque em navios de cargas gerais, líquidas, granéis e outros
tipos de produtos na margem esquerda e direita do Porto.
A
greve geral ocorre após a detenção de oito estivadores, na manhã de hoje. O
grupo foi levado à sede da Polícia Federal após a ocupação de um navio atracado
em um dos terminais da empresa Libra, na Ponta da Praia.
De
acordo com o apurado, sete dos detidos já estavam a bordo da embarcação. O
oitavo foi detido em terra, na instalação portuária. A pena ocasiona reclusão
de 1 a 3 anos, além de multa. Eles poderão responder em liberdade se for paga a
fiança total de R$ 12 mil, calculada a partir dos antecedentes criminais de
cada estivador.
O
protesto, a bordo do navio Ocean Blue, começou às 8 horas e impediu que a
embarcação operasse carga e descarga no início do dia, com mão de obra própria.
Após
a paralisação geral no Porto de Santos, outras duas manifestações serão
realizadas em frente aos terminais de contêineres da Santos Brasil, Libra e
BTP.
Trabalhadores
reclamam que navios estão operando com mão de obra estrangeira (Foto: Alberto
Marques)
De
acordo com informações do presidente do sindicato, Rodnei Oliveira da Silva, o
Nei, as empresas portuárias utilizam mão de obra estrangeira, como tripulantes
dos navios, para os serviços de estivagem. Ele afirma que esperava que a Libra,
com seu primeiro navio programado para hoje, não agisse da mesma maneira. “Para
evitar prejuízos com a nossa greve, as empresas submetem homens a condições
altamente perigosas, numa lógica avarenta e desumana”, pondera o presidente do
sindicato, que explica que uma medida liminar judicial proíbe a utilização de
mão de obra estranha à estiva nas atividades e lamenta que as empresas
desrespeitem as autoridades.
“Os
terminais não respeitam a justiça, o ministério do trabalho e não temem sequer
a polícia federal, que vêm acompanhando de perto o problema e exigindo
providências”.
Estivadores ocuparam o navio (Foto: Renan Fiuza/G1)
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Sindicato
Em
nota, o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp)
repudiou as invasões aos terminais portuários e embarcações coordenadas pelo
Sindicato dos Estivadores de Santos e região (Sindestiva). E disse que é
inverídico o argumento do Sindestiva de ‘repúdio às empresas de contêineres por
utilizar mão de obra estrangeira’. O Sopesp reitera que os terminais não contratam
mão de obra estrangeira.
Ainda
complementou que os trabalhos relacionados à movimentação de contêineres nos
navios são 80% automatizados, e, desde que iniciada a greve, nesta
segunda-feira (19), as peações e despeações nos navios são realizadas por um
pequeno contingente de trabalhadores vinculados.
Com
relação aos pleitos da categoria, ressaltou que as empresas aceitaram a
proposta de conciliação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) para reajuste
salarial de 10%, retroativo à março (data-base da categoria), e VR de R$30,00
para os trabalhadores avulsos. As empresas portuárias lamentaram a insistência
do Sindestiva em descumprir a decisão judicial proferido no acórdão do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), que prevê a realização de 33,33% de suas operações
com avulsos e de 66,66% com vinculados e em vigor desde 01/7/2016.
Fonte:
Jornal A Tribuna
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