A investigação aconteceu ao longo dos últimos três meses,
iniciada após informações preliminares da APPA
O
Departamento de Inteligência do Paraná (Diep), com apoio das Polícias Civil e Militar,
deflagrou na manhã da última quarta-feira (11), a Operação Rastro para combater
a ação de quadrilhas especializadas, que estariam desviando cargas dos
operadores portuários que exportam grãos pelo Porto de Paranaguá, no Litoral do
estado do Paraná
Os
policiais cumpriram 17 mandados de busca – todos na cidade de Paranaguá. A
suspeita é que galpões estejam sendo usados como depósito do material roubado e
furtado para posterior comercialização. Até o final da manhã já haviam sido
apreendidas 35 toneladas de produtos desviados, entre grãos e fertilizantes.
Sete
pessoas foram presas em flagrante e deverão responder pelos crimes de posse de
drogas, receptação, porte irregular de arma de fogo, crimes ambientais e
extração irregular de palmito. Também foram apreendidas três armas e fogo,
munição e 11 quilos de maconha durante o cumprimento dos mandados de busca.
“Todo
o crime na região está ligado. Combatendo o furto e a receptação, que foram os
alvos principais dessa operação, chegou-se também ao combate a crimes
ambientais, porte ilegal de armas e tráfico de entorpecentes”, explicou o
secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita.
Processo Investigatório
A
investigação aconteceu ao longo dos últimos três meses, iniciada após
informações preliminares recebidas pela direção da Administração dos Portos de
Paranaguá e Antonina (APPA). “Esse tipo de furto acontece nos portos
brasileiros há muito tempo, mas, efetivamente, em Paranaguá estava muito
intenso. Em nome dos exportadores, procuramos a Secretaria da Segurança Pública
e imediatamente fomos atendidos”, declarou o diretor da APPA, Lourenço
Fregonese.
Durante
as investigações, os policiais constataram que as quadrilhas agem de diversas
maneiras. As cargas de grãos geralmente são roubadas durante a noite, quando o
motorista está dormindo, mas também quando os caminhões trafegam pela cidade em
velocidade baixa.
“É
um trabalho que causa um grande transtorno, além de um enorme prejuízo porque
envolve operação de trânsito, bloqueio de rodovias, o caminhão fica parado por
várias horas e atrapalha a operação portuária”, destacou o comandante do 9º
Batalhão da PM, tenente-coronel Nivaldo Marcelos da Silva.
Com
destreza, os suspeitos rompem alguns pontos de descarga (bicas), que ficam na
parte traseira dos caminhões, derramando grande parte da carga pela rua, sem
que o motorista perceba tal ação. Imediatamente, integrantes da quadrilha
recolhem parte da carga e armazenam em depósitos clandestinos existentes nas
imediações do Porto.
A
operação contou com cerca de 150 policiais civis e militares do Departamento de
Inteligência do Paraná (Diep), do 9º Batalhão de Polícia Militar, do Batalhão
de Polícia Militar Ambiental, do Batalhão de Operações Policiais Especiais
(Bope), do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e da Delegacia de
Polícia Civil de Paranaguá. De acordo com o delegado-titular de Paranaguá,
Ítalo Sega, agora será verificada a conduta e a responsabilidade individual de
cada um dos presos.
A
operação foi batizada como Rastro por ser uma das formas que estas quadrilhas
atuam para desviar cargas de grãos.
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