O início do processo de privatização das Docas faz parte
também da agenda elaborada pela Conferência Nacional da Indústria (CNI) para o
período 2016-2018.
Os
empresários do setor portuário querem levantar uma nova bandeira no eventual
governo do vice-presidente Michel Temer: a privatização das Companhias Docas.
Tabu na era petista, a proposta de transferência de controle das sete estatais
responsáveis pela administração dos portos organizados será levada a Temer pela
Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), maior entidade
representativa do setor.
Para
o presidente da ABTP, Wilen Manteli, as Docas precisam ser saneadas e recuperar
sua capacidade de investir. Elas executaram só 46% do orçamento total de R$ 820
milhões para investimentos no ano passado. Manteli cita apenas uma das
distorções acumuladas por essas empresas: o Porto de Santos tem 700 vigias
portuários, subaproveitados e com estabilidade de emprego.
O
início do processo de privatização das Docas faz parte também da agenda
elaborada pela Conferência Nacional da Indústria (CNI) para o período
2016-2018. "Essas administrações públicas encontram-se com baixa
capacidade gerencial, elevados passivos trabalhistas e incapacitadas para
promover as transformações necessárias para elevar a eficiência dos portos
públicos a padrões internacionais", diz o documento.
Na
avaliação da CNI, as tentativas de fixar metas de desempenho nas estatais portuárias
foram malsucedidas e sua modernização é justamente a parte da Lei dos Portos -
sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 2013 - que menos avançou.
Nos
últimos anos, o governo buscou acelerar a contratação de obras de dragagem nos
canais de acesso aos portos, bem como desenvolver a infraestrutura de acesso
terrestre, mas esbarrou seguidamente em amarras burocráticas e em um cipoal de
recursos de recursos de consórcios que perdiam as licitações. O ex-ministro
César Borges, da Secretaria de Portos (SEP), chegou a ventilar a possibilidade
de que empresas responsáveis por serviços de serviços de dragagem atuavam em
cartel.
São
sete companhias espalhadas pelo país: Codesp (portos do Estado de São Paulo),
CDRJ (Rio de Janeiro), Codeba (Bahia), Codesa (Espírito Santo), CDP (Pará),
Codern (Rio Grande do Norte) e CDC (Ceará). Os terminais que movimentam as
cargas já são arrendados à iniciativa privada.
Um
sinal de fragilidade das estatais veio no último leilão de novos arrendamentos
promovido pelo governo. Em vez de entrar no caixa das Docas, como ocorria no
passado, o dinheiro das outorgas pagas pelos grupos vencedores foi para o
Tesouro Nacional.
Ciente
de que uma possível privatização das companhias tende a ser um processo lento e
gradual, a ABTP sugere medidas de transição. Uma das mais urgentes, segundo
Manteli, é o fortalecimento dos conselhos de autoridade portuária. Esses
conselhos são formados em cada porto por representantes do poder público, do
setor privado e dos trabalhadores. Atualmente já podem propor alterações no
zoneamento portuário e mecanismos para a atração de cargas, entre outras
atribuições. "Os conselhos também poderiam ter autorização para nomear ou
destituir gestores", diz o executivo.
De
acordo com Manteli, porém, o primeiro passo é garantir a manutenção da SEP.
Inicialmente falava-se na intenção de Temer de criar um
"superministério" da Infraestrutura, mas a ideia refluiu. "A
descontinuidade na Secretaria de Portos tem sido letal", afirma o
presidente da ABTP, em referência ao fato de que ela teve sete ministros desde
2007. "Mesmo assim, ela precisa continuar existindo."
Fonte:
Valor Econômico / Sindaport.
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COMENTÁRIOS
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anônimos.
ok canalhas . mas nao vao levar essa . nao sem luta dos portuarios , vamos transformar os portos em trincheiras .
ResponderExcluirgp alexandre -es
À LUTA, SEMPRE!
ResponderExcluirCILENO BORGES
o momento e muito serio . vejam que esses abutres nao esperam nem o governo dos entreguistas e ja partem pra canalhece. o que esse canalha chama de vigias portuarios e na verdade a guarda portuaria . estao conosco em sua alca de mira. temos que nos mobilizar urgentemente.
ResponderExcluirEssa mobilização Nacional já deveria ter começado a anos. O que estamos esperando? Primeira luta, virar um órgão independente, sair do âmbito das docas
ResponderExcluirMobilização nacional já! Lutar pra ser um órgão autônomo, sem vinculação com qualquer companhia docas! As próprias docas atrasam a Guarda portuária!
ResponderExcluirEU VEJO COMPANHEIROS DA GUARDA PORTUÁRIA FLERTANDO COM A DIREITA . TUDO BEM CADA
ResponderExcluirUM TEM A POSIÇÃO POLITICA QUE QUISER , MAS UMA POSIÇÃO POLITICA QUE PODE LHE TIRAR O PÃO DE CADA DIA , AI JÁ É BURRICE DEMAIS. MAS O MOMENTO É DE AGORA QUE
ELES JA TOMARAM O PODER DE TENTAR SEGURAR A BARRA. PORQUE ELES VÃO VIR PRA CIMA
DA GUARDA PORTUÁRIA COM FORÇA , COMO JÁ DEMONSTRADO , NESTE MESMO ARTIGO. ONDE OS CAPITALISTA , AGORA COM APOIO POLÍTICO , ESTÃO A VONTADE PARA PERPETRAR OS
SEUS INTENTOS , RETIRADAS DE CONQUISTAS SOCIAIS E TRABALHISTAS E METENDO O LENHO NA CLASSE TRABALHADORA , ONDE AGORA NÃO EXISTE MAIS O ANTEPARO DE UM GOVERNO DE ESQUERDA PARA BARRAR A SEDE DO CAPITAL.
GP ALEXANDRE - ES
Já devia ser uma autarquia há muito tempo a guarda portuária.
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