O
Concais ainda precisa cumprir todas as exigências da Conportos e, enquanto isso
não ocorre, utiliza um aval temporário da autoridade portuária responsável pelo
cais (Foto: Matheus Tagé/DL)
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Equipamento estaria operando por conta de um plano de
segurança, que aguarda aval da Conportos
O
Terminal Marítimo de Passageiros - Concais de Santos está operando sem o ISPS
Code – sigla em inglês do Código Internacional para Segurança de Navios e
Instalações Portuárias, obrigatório por ser uma norma internacional de
segurança para controle de acessos e monitoramento no Porto.
A
informação é do presidente da Associação dos Caminhoneiros do Estado de São
Paulo (Acesp), Heraldo Gomes Andrade e de um funcionário da Companhia Docas do
Estado de São Paulo (Codesp). Ambos denunciaram também um forte esquema de
propina envolvendo a Guarda Portuária, publicada ontem.
Segundo
os denunciantes, o Concais estaria operando por conta de uso de guardas
portuários, que são funcionários federais, o que não é permitido. “Sem o ISPS
Code, o terminal não poderia estar embarcando e desembarcando passageiros. A
Supervisão da Guarda Portuária colocou, no terminal, funcionário para garantir
a operação do equipamento. Isso ocorreu durante toda a última temporada de
cruzeiros sem custo algum. Ou seja, quem bancou este custo foi a autoridade
portuária (Codesp). Um equipamento privado utilizando funcionários públicos
federais”, disseram os denunciantes.
Ainda
segundo o funcionário e o presidente da Acesp, a questão já teria sido alvo de
reuniões das comissões de segurança da Codesp, após ser questionada porque não
foi autorizado o trabalho do Sindicato dos Carregadores e Transportadores de
Bagagem do Porto de Santos (Sindbagagem), que ingressou com um documento
solicitando o direito legal de trabalhar. Portanto, haveria dois critérios sob
a mesma questão.
A
Guarda Portuária (GP) é uma instituição policial ostensiva, subordinada à
Secretaria de Portos da Presidência da República, cuja principal função é
garantir a segurança nos portos federais (portos organizados) e em áreas de
interesse da União sob a jurisdição da Autoridade Portuária.
Sem
o ISPS Code, o terminal perde uma série de prerrogativas de segurança. No
Brasil, as inspeções dos terminais e as concessões dos certificados são
responsabilidade da Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos,
Terminais e Vias Navegáveis (Conportos), seguindo o código internacional
passado pela Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês).
Diretora
do Concais explica situação
Procurada,
a diretora de Operações do Concais, Sueli Martinez, explica que não possui
momentaneamente o ISPS Code, mas o Concais possui um plano de segurança
completo, que está sendo revisado para que possa conquistar a Declaração de
Cumprimento (DC), que só virá após o terminal cumprir todas as conformidades
exigidas pela Conportos.
“Tivemos
um problema no final do ano passado e ficamos preocupados com a possibilidade
de algum navio exigir o DC. Se isso ocorrer, fizemos um acordo com a Codesp
para que, em questões emergenciais, um guarda portuário assine o documento,
procedimento que é totalmente permitido”, explica.
A
diretora revela que o Concais está revisando todo o seu plano de segurança, que
é avaliado em toda atracação por funcionários dos navios. “Temos monitoramento
em tempo integral e esperamos obter o DC até a próxima temporada. O ISPS Code é
um documento obrigatório, mas é permitido ficar sem ele por um tempo por conta
da solução que encontramos junto à Codesp”, finaliza.
A
diretora ressalta ainda que os guardas portuários trabalham na área pública e
não existe a possibilidade do Concais utilizá-los de forma particular.
Codesp diz que vai apurar
propinas
Com
relação à suposta propina denunciada ontem em reportagem do Diário do Litoral,
a Codesp explica que inquérito anterior foi concluído sem se chegar a eventuais
responsabilidades por falta de provas.
Com
o surgimento de nova denúncia, apontada pelo Diário, será instaurada rigorosa
apuração dos fatos relatados, objetos de denúncia.
Sobre
o Concais, a Codesp informa que, na qualidade de Autoridade Portuária e em
razão da suspensão da Declaração de Cumprimento da Concais, interviu,
exclusivamente, na coordenação da ações de segurança, com a designação de um
supervisor de Segurança Pública Portuária, atuando junto à própria equipe do
terminal, sem qualquer alteração no efetivo já disponibilizado em anos
anteriores.
Fonte:
Diário do Litoral.
LEIA
TAMBÉM:
- CERTIFICADO DE SEGURANÇA DO TERMINAL DE PASSAGEIROS DO PORTO DE SANTOS É CASSADO
- CONPORTOS CASSA DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO DA CONCAIS
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