A
luta contra a terceirização é uma constante nos portos brasileiros.
Na
última sexta-feira (05), na sede da Procuradoria Regional do Trabalho (8ª
Região), do Ministério Público do Trabalho, localizada na Avenida Governador
José Malcher, 652 - Bairro Nazaré, em Belém-PA, foi realizada uma nova
audiência, onde foi firmado o 2º Termo Aditivo ao TAC Nº 222/2005.
A
Companhia Docas do Pará (CDP) foi representada pelo Diretor Financeiro Raimundo
Rodrigues E. Santo e pela advogada Maria da Conceição Cei. O Sindicato dos
Portuários do Pará e Amapá (Sindiporto) foi representado pelo seu presidente
Marcio Costa de Souza e pelo dirigente Dalton Beltrão Rodrigues.
Na
audiência, foi firmado um Aditivo ao Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta,
onde a CDP se comprometeu a alterar o REP – Regulamento de Exploração Portuária
do Terminal Petroquímico de Miramar, no que se refere ao dispositivo que
autoriza o armador a utilizar o serviço de atracação e desatracação por meio de
terceirizados, no prazo de 20 dias.
A
CDP se comprometeu também a não terceirizar atividades da operação da estação de
tratamento de água, devendo se utilizar de empregados públicos contratados. No
prazo de 30 dias, ela deverá alterar o contrato com a empresa Hidrosam para
excluir do objeto do contrato, a operação da estação de tratamento de água, que
representará uma redução de 54% do valor atual e anual do contrato de R$
1.230.000,00 (um milhão e duzentos e trinta mil).
A
CDP se comprometeu ainda a realizar e finalizar até 30 de junho de 2017,
concurso público com o mínimo de 15 vagas para o cargo de advogado, além de se
abster até 30 de setembro de 2017, de distratar os contratos jurídicos
terceirizados para fins de atendimento das necessidades de questões jurídicas
contenciosas.
Outro
compromisso da CDP foi, após confirmar os contratos terceirizados dos serviços
de informática, distrata-los até 05 de março de 2016, caso sejam incompatíveis
com as funções exercidas pelos empregados públicos da área de informática.
O
descumprimento de qualquer das cláusulas implicará no pagamento da multa de R$
5.000,00 (cinco mil reais) mensais, por empregado irregularmente contratado,
obrigando-se solidariamente nesse ato, o Diretor Presidente da empresa pela
multa.
A luta dos trabalhadores
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Auxiliares portuários Palheta, Miguel e Sócrates, presentes
na Audiência.
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O
auxiliar portuário Antônio Tavares Martins, o Sócrates, teve papel importante
nessa conquista. Ele esclareceu ao procurador, com grande desenvoltura, as
descrições do cargo.
Os
dirigentes sindicais se fizeram presentes por conta de serem os representantes
oficiais da categoria, no entanto, essa a luta pelos direitos dos trabalhadores
só foi encampada pelo sindicato em agosto, depois que os próprios auxiliares
cobraram do Sindiporto providências por terem sido retirados da função de
atracação, em abril de 2015. Já os trabalhadores da Estação de Tratamento
de Água (ETA), estavam fora da função desde março de 2012.
Em
outubro de 2015, depois que o próprio presidente do Sindiporto comunicou aos
auxiliares portuários, lotados no Terminal Petroquímico de Miramar, que estes
iriam cumprir a tarefa de controle de acesso e de cargas, utilizando coletores
de dados, funções típicas dos guardas portuários e conferentes de carga; além
de cumprirem a obrigação de, também, ocupar postos antes ocupados pelos
vigilantes, como as ETAs e Residência Oficial, onde nestes iriam apenas ficar
para guarnecer o patrimônio da companhia, eles enviaram uma carta ao presidente
da CDP, assinada pelo trabalhador Wilson Ferreira (Auxiliar Portuário), tendo
como testemunha Cileno Santos Borges (Guarda Portuário).
Destaca-se
aqui, mais uma vez a presença do Guarda Portuário Cileno Borges, que desde o
início, em março de 2015, acreditou e se colocou ao lado dos auxiliares portuários. Borges esclareceu e incentivou os auxiliares portuários a
insistirem nessa luta, baseado em cópias originais do REP - Regulamento de
Exploração dos Portos e do PES - Plano de Empregos e Salários, antes desses
serem alterados irregularmente; e depois, principalmente, com a conquista dos
amarradores de Santos, onde a justiça já havia determinado o fim da
terceirização dessa atividade-fim e a realização de concurso público.
* Clique aqui e veja a cópia da ata da audiência.
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COMENTÁRIOS
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É muito gratificante ver um companheiro da Guarda portuária LUTAR pelos auxiliares PORTUARIOS sem mandato sindical e tendo fé naquilo que faz.
ResponderExcluirParabéns
Luís Palheta
Em nome de todos companheiros da atracação venho de público AGRADECER ao nobre companheiro GUARDA portuário CILENO BORGES.
ResponderExcluirToda vez apoiando nossa causa, quando nem mesmo o sindicato acreditava.
Antônio Tavares MARTINS O SÓCRATES
É bom ver os trabalhadores defenderem seus direitos com tanta desenvoltura, tirando os trabalhadores da situação a que outrora foram submetidos, sem que ninguém intercedesse por eles, simplesmente cruzando os braços enquanto a Cia. era entregue a terceirização irregular, inclusive o setor jurídico e a Guarda Portuária, esta última aos poucos estava sendo substituída por vigilantes, bem debaixo dos antigos sindicalistas. Só o tempo é capaz de explicar certos fatos!
ResponderExcluirEste artigo foi republicado no Portal da Navegação - Pará:
ResponderExcluirLink: http://www.portaldanavegacao.com/noticia/2159/porturios-do-par-alcanam-importante-conquista-contra-a-terceirizao#.VrtKGfkrLrd
No site da AGPRJ:
Link: http://www.agperj.com.br/
e na FanPage da AGPSC:
Link: https://www.facebook.com/Agpesc-432932166797491/?ref=profile
CARO RODRIGO
ResponderExcluirVICE PRESIDENTE DO SINDIPORTO
PROCEDE ESTE ARTIGO?
FOI MESMO O GUARDA CILENO QUE APOIOU DESDE O INICIO OS AMARRADORES DA CDP?
E TAMBÉM PROCEDE QUE O SINDIPORTO SÓ VEIO APOIAR ESSES TRABALHADORES DEPOIS DE MUITA INSISTÊNCIA?
E PROCEDE QUE O SINDIPORTO SO ENTROU NO MPT EM AGOSTO DE 2015, MESMO O SERVIÇO TERCEIRIZADO DESDE ABRIL?
RESPONDA POR FAVOR, OS ASSOCIADOS QUEREM A PALAVRA OFICIAL DA ENTIDADE SOBRE ESSE ASSUNTO?
FERREIRINHA
DOQUEIRO COM MUITO ORGULHO
Caramba, que interessante o post sobre serviços terceirizados SP.
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