Promotor instaurou
inquérito civil a partir de denúncia de sindicalista.
A
Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) deverá apresentar, em um prazo
de 30 dias, a relação de seus cargos de confiança e dos respectivos ocupantes
ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). A determinação é do
promotor de Justiça Carlos Barbosa, que instaurou um inquérito civil para
apurar as nomeações na estatal que administra o Porto de Santos.
A
denúncia partiu do presidente do Sindicato dos Empregados na Administração
Portuária (Sindaport), Everandy Cirino dos Santos. A alegação é de que alguns
cargos de confiança da Codesp estão sendo ocupados, durante muitos anos, pelas
mesmas pessoas, mesmo após a saída dos executivos que os indicaram.
“É
legal ter cargos de confiança, mas essas pessoas permaneceram nas funções por
muito tempo. É uma forma de burlar o concurso público, que é o meio de admissão
na empresa”, destacou o sindicalista.
Segundo
Cirino, hoje, 19 profissionais que ocupam cargos de confiança foram indicados
por pessoas que já deixaram a empresa. Alguns, por exemplo, estão na mesma
função há 12 anos, desde o primeiro mandato do ex-presidente Luís Inácio Lula
da Silva.
A
consequência desta prática, segundo o sindicalista, é o inchaço da empresa. “Já
são 19 pessoas em cargos sem nenhum vínculo cultural com o sistema portuário e
que não acrescentarão absolutamente nada ao serviço público que justifique o
custo de aproximadamente R$ 14 milhões ao ano, incluindo encargos e
benefícios”, afirmou.
O
presidente do Sindaport aponta que a Docas ampliou sua estrutura organizacional
para atender demandas políticas e que as pessoas nomeadas em cargos de
confiança não têm relação com o setor. “Se a pessoa é indicada para um cargo de
confiança é porque ela é da confiança de quem indicou e não do próximo que
vier”.
Além
do MP, o sindicalista também informou a situação à Secretaria de Portos (SEP) e
à Presidência da República. Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de
Contas da União (TCU) e Advocacia Geral da União (AGU) também foram informados.
No entanto, até agora, esses órgãos não se posicionaram sobre a questão ao
sindicalista.
Nos
ofícios, o pedido é que a estatal identifique e quantifique o número de cargos
e como, quem e por quanto tempo estão ocupados. O sindicalista também alertou
para a ausência de informações e critérios utilizados para as nomeações.
“Eu
já notifiquei o presidente do Consad (Luiz Otavio Campos, que também é
secretário-executivo da SEP). Espero que, assim como o novo ministro, que
assumiu a SEP e colocou sua equipe de confiança, o presidente da Codesp faça o
mesmo”, afirmou Everandy Cirino dos Santos.
Explicações
O
promotor Carlos Barbosa também solicitou à Codesp que apresente esclarecimentos
sobre a adequação dos cargos em comissão da empresa à legislação e encaminhe
cópias da lei que instituiu a Codesp, de seu estatuto e dos documentos sobre a
regulamentação dos cargos em comissão.
Em
seu embasamento, Barbosa destaca o Artigo 11, caput da Lei 8.429/92, estabelece
que “constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições”.
Em
nota, a Codesp informou que seu quadro funcional é composto por 1.494
empregados e que o organograma da empresa permite 65 cargos comissionados.
Deste
total, 18 são ocupados por profissionais de fora do quadro de empregados de
carreira, o que corresponde a 27,69% do total de cargos comissionados. No
entanto, a estatal não comentou o pedido de informações do Ministério Público,
nem informou qual será o destino desses funcionários após as recentes mudanças
na diretoria da empresa.
Fonte: Jornal A Tribuna.
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