Ele
estava no navio Saturnus, de bandeira norueguesa, que atracou no cais.
Candestino está com malária, afirma
Anvisa.
A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou o navio Saturnus,
atracado provisoriamente no Terminal 37 do Porto de Santos, depois que um
africano clandestino foi encontrado a bordo. Trata-se de um camaronês, de 22
anos, que embarcou escondido entre sacas de arroz durante operação no cais de Duala,
na República de Camarões.
A
suspensão das atividades ocorre para confirmar a segurança sanitária da
embarcação, dos tripulantes e do viajante ilegal. O rapaz é precedente uma
região endêmica da malária e, por isso, foi submetido a exames na tarde de
terça-feira (17).
O
cargueiro, de bandeira norueguesa, vai movimentar, segundo informações da
Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), 48.235 toneladas de açúcar a
granel no cais do Armazém 16.
Quanto
ao camaronês, a Polícia Federal irá retirá-lo de embarcação assim que houver a
liberação definitiva da agência sanitária. Os antecedentes, assim como a
identidade, serão confirmados com o consulado do país de origem e dependendo do
que for constatado, ele poderá ser enquadrado como refugiado. Do contrário,
será deportado para a África.
A
Anvisa informou, por meio de nota, que seguiu os procedimentos estabelecidos
para a ocasião. Segundo a agência, o fato de um clandestino estar a bordo não a
força impedir a entrada dessa embarcação no Porto de Santos. No entanto,
estabelece o bloqueio de operações até que esteja comprovada a segurança
sanitária - o que deve ocorrer nesta quarta.
Candestino está com
malária, afirma Anvisa
A
informação é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que
permanece com a interdição na embarcação, atracada provisoriamente no Terminal
37.
Os
resultados dos exames no qual ele foi submetido saíram na manhã desta
quarta-feira (18). Segundo a agência, foi detectado que ele contraiu a doença,
endêmica do país de origem dele, apesar de não apresentar sintomas. Diante do
quadro, um novo protocolo foi acionado e o cargueiro permanece inoperante no
cais santista.
A
partir das 13 horas, uma equipe paramentada da Anvisa embarcará no navio para
realizar outros exames a bordo. O objetivo é verificar se há tripulantes também
doentes e que precisem de algum atendimento especial. Por essa razão, ainda não
há previsão para que a Polícia Federal assuma o caso e possa dar continuidade
aos trâmites da imigração ilegal.
A
malária é uma doença transmitida por mosquitos de pessoa infectada para pessoa
não infectada. Entre os sintomas, estão os calafrios e febres, além de dores
pelo corpo, e, por isso, muitas vezes é confundida com uma gripe comum. No
Brasil, os casos estão concentrados na região Amazônica, devido ao clima
característico local.
Comandante disse que não
havia sinais de doenças
Durante
a viagem, o comandante da embarcação deu garantias documentadas às autoridades
brasileiras de que não havia sinais de doenças a bordo. Por isso, o Saturnus,
entrou no complexo portuário normalmente, por volta das 10 horas, mas como
teria que aguardar a vistoria e o resultado do exame, atracou em um cais
inoperante, diferente daquele inicialmente planejado.
Para
a Polícia Federal, o comandante informou que encontrou o clandestino no último
dia 4, quase uma semana depois de ter partido do cais da República de Camarões.
O rapaz, que afirmou ser estivador naquele país, estava escondido no forro do
teto de um dos compartimentos sociais. Foi alimentado e ficou sob a supervisão
da tripulação.
A
alegação é que o camaronês queria "oferecer uma vida melhor à família",
conforme o relato. O objetivo era conseguir salário superior a U$ 1 mil,
incapaz, segundo ele, de ser obtido no porto de Duala. O clandestino disse,
ainda, que já esteve ilegalmente em outros portos nacionais e estrangeiros, em
outras ocasiões, e afirmou não ter histórico policial.
Fonte:
Jornal A Tribuna.
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