Cinco pessoas ligadas à
rede criminosa italiana usavam o porto para enviar cocaína à Europa.
A
investigação que desbaratou o esquema da ’Ndrangheta – máfia calabresa, na
região sul da Itália, considerada atualmente a mais poderosa no mundo pelo seu
elevado faturamento e por estar infiltrada em diversos países – foi batizada no
Brasil, pela Polícia Federal (PF), de Operação Monte Pollino.
O
trabalho, realizado a partir da cooperação entre as polícias brasileira e
italiana, resultou na primeira condenação em território nacional. Cinco réus,
sendo três homens e duas mulheres, foram sentenciados pela juíza Lisa
Taubemblatt, da 6ª Vara Federal de Santos, a penas que variam de 9 anos a 4
meses de reclusão a 34 anos, 8 meses e 12 dias. A maior punição foi imposta ao
chileno Rayko Milan Tomasin Rivera, apontado pela PF como o líder da máfia
calabresa no País.
A
PF começou a apurar essa conexão do narcotráfico internacional em fevereiro de
2013, a partir de informações de autoridades da Itália sobre grandes
quantidades de cocaína despachadas no Brasil, principalmente pelo Porto de
Santos, e apreendidas na Europa. A droga era acondicionada em malas escondidas
em contêineres.
Mulher
de Rayko, Tamara Cecília Silva Melo foi condenada a 9 anos e 4 meses, mesma
pena imposta a Carlos Alberto Mellies, o Carlinhos, e Luzia Elaine de Souza
Roman. A juíza absolveu este trio da acusação de tráfico de drogas, mas o
sentenciou pela associação para o tráfico, agravada pelo caráter transnacional
do delito.
Morador
em uma casa de luxo no município de Praia Grande, Rayko foi condenado pelo
tráfico de drogas e pela associação para o tráfico. Considerado o seu braço
direito na organização criminosa, Wagner Pereira Dutra, o Drácula, recebeu pena
total de 20 anos, 8 meses e 12 dias.
As
investigações italianas começaram em 2010, com a Operação Bongustaio, e o
intercâmbio com a PF resultou na identificação e prisão de envolvidos em vários
países. No Brasil, a Monte Pollino deu origem ao ajuizamento de diversas ações
penais, de acordo com as exportações de cocaína descobertas.
O
processo da 6ª Vara Federal de Santos, que resultou na condenação de cinco
pessoas, refere-se a três apreensões da droga, que totalizam 237,7 quilos. No
entanto, a Monte Pollino e a Bongustaio retiraram de circulação, no Brasil e no
Exterior, 1,3 tonelada de cocaína, avaliada na Europa em cerca de 10 milhões de
euros (R$ 45 milhões).
Conforme
a sentença, com o apoio de Drácula, Rayko viajava ao Peru para intermediar a
compra de cocaína diretamente com os fornecedores. Além disso, recebia elevadas
quantias em dólares destinadas ao financiamento do esquema criminoso, planejava
todas as ações da organização e distribuía tarefas aos demais envolvidos.
Tamara
e Carlinhos faziam parte do segundo escalão da estrutura mafiosa, mas contando
com total confiança dos líderes para transportar dinheiro, guardar drogas e
realizar outras ações. Luzia Roman fazia parte do braço financeiro da máfia,
cuja responsável era a brasileira Maria de Fátima Stocker, a Diretora.
Presa
na Espanha em março do ano passado, quando os demais réus foram capturados no
Brasil, Diretora comandava a “organização europeia” da ’Ndrangheta, funcionava
como elo entre vários setores da máfia e efetuava os pagamentos das remessas de
cocaína compradas, conforme o juiz italiano Massimo Miniti assinalou em
despacho.
Diretora
recrutava pessoas, conhecidas por mulas, para transportar dólares em aviões,
como se fossem turistas. Em certa ocasião, Luzia Roman foi presa no Aeroporto Internacional
de São Paulo com US$ 120 mil e não informou a origem do dinheiro. O processo da
6ª Vara Federal de Santos foi desmembrado em relação a Diretora.
Fonte:
Jornal A Tribuna
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