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domingo, 4 de outubro de 2015

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ALEMANHA APREENDE 300 QUILOS DE COCAÍNA QUE SAÍRAM DO PORTO DE SANTOS




Autoridades europeias afirmam que entorpecente foi embarcado no cais santista e transportado escondido em um contêiner.

Autoridades europeias apreenderam 300 quilos de cocaína em contêiner que havia sido enviado do Porto de Santos à Bélgica. A localização dos entorpecentes ocorreu por acaso, depois de a carga ter chegado às proximidades da fronteira entre a Alemanha e a França. No Brasil, a Polícia Federal acompanha o caso para tentar encontrar os responsáveis pela ação.
A droga estava dividida em 283 tabletes, armazenados em nove malas de viagem, e escondidos entre peças mecânicas. Todo o material foi localizado por funcionários de uma empresa de logística instalada na cidade alemã de Wörth am Rhein, vizinha aos franceses. A firma é a responsável pela importação da carga brasileira, que estava sendo transportada até o país europeu.
Investigadores disseram à agência de notícias Associated Press que a quadrilha internacional que planejou o transporte do entorpecente não conseguiu recuperá-lo no porto belga de Antuérpia, onde o navio fez escala para que a carga fosse desembarcada. De lá, ela seguiu viagem de caminhão até a empresa que faria a entrega das peças importadas aos clientes.
Ao fazerem o rastreamento do contêiner, os policiais que investigam o caso descobriram que ela havia sido embarcada em um terminal no Porto de Santos, no início do último mês. De lá, o cargueiro seguiu viagem diretamente para a Europa, sem realizar qualquer outra parada onde pudesse ocorrer o embarque clandestino da droga. Por enquanto, não há informações de presos. 
Deste lado do Atlântico, as autoridades brasileiras se dizem atentas ao que ocorreu. Principalmente pelo embarque da droga ter ocorrido depois da apreensão de pouco mais de uma tonelada de cocaína em três operações distintas, em um intervalo de 15 dias e frustrar a ação de quadrilhas internacionais que atuam no cais santista.
Deste lado do Atlântico, as autoridades brasileiras se dizem atentas ao que ocorreu. Principalmente pelo embarque da droga ter ocorrido depois da apreensão de pouco mais de uma tonelada de cocaína em três operações distintas, em um intervalo de 14 dias e frustrar a ação de quadrilhas internacionais que atuam no cais santista.
Organização celular
O delegado Ciro Tadeu Moraes, do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom) da Polícia Federal em Santos, confirma que já existem investigações em andamento sobre esse e outros casos. "Recebemos a comunicação de autoridades europeias sobre outras localizações de drogas. Estamos atrás dos envolvidos aqui no Brasil", disse.
Ele explica que o trabalho é complexo, uma vez que as quadrilhas especializadas trabalham em células de atuação. Isto é, quando um grupo de criminosos que atua no embarque clandestino da droga, por exemplo, é identificado pela polícia e, automaticamente, descartado pelos agenciadores. É uma tática para despistar.
"A organização deles é muito celular. Se alguém for preso hoje, as quadrilhas substituem rapidamente os grupos" - delegado Ciro Tadeu Moraes, da Polícia Federal
"Cada envolvido é responsável por uma parte. Não, necessariamente, por uma só quadrilha e, por isso, é fácil substituir a forma de envio da droga", pontua, ao reiterar a informação já noticiada por A Tribuna de que mais de uma organização criminosa atua no Porto de Santos. "Nós temos que bloquear essa ação, que começa na entrada da droga no País".
A cocaína que é exportada clandestinamente pelo cais santista não é feita no Brasil, segundo o delegado. A substância é preparada em países vizinhos, como Bolívia, Colômbia e Peru. De lá, atravessam a fronteira terrestre e seguem até os complexos portuários que possuem rotas frequentes com a Europa.
Uma tonelada
Uma tonelada de cocaína que seria exportada clandestinamente para a Europa foi apreendida por agentes federais no Porto de Santos em um intervalo de duas semanas no mês de agosto. Investigação e denúncias anônimas levaram policiais e autoridades alfandegárias a encontrarem as drogas escondidas em compartimentos de navios e em contêineres. 
Em 12 de agosto, 471 quilos de cocaína escondidos no navio Saga Journey, de bandeira chinesa, que estava atracado no Armazém 31 do cais santista. Os entorpecentes tinham como destino a Espanha, onde deveriam ser distribuídos por países vizinhos. Na ocasião, não ocorreram prisões e as investigações tentam descobrir até hoje a procedência da droga.
Oito dias depois, mais 216,5 quilos da mesma droga foi encontrada a bordo do cargueiro panamenho MSC Krystal, atracado em um terminal da Alemoa. A localização da droga, também armazenadas em malas, ocorreu dentro de um contêiner que tinha como destino a cidade portuária de Antuérpia, na Bélgica. Análise de risco da Receita Federal foi decisiva para os trabalhos.
No dia 26, exatos 317 quilos de cocaína foram apreendidos pelos agentes. Uma denúncia os levou até o pátio de um terminal da Alemoa, onde conseguiram flagra um caminhoneiro escondendo as bolsas com a droga em um contêiner que seria embarcado no navio MSC Antares e transportado para Roterdã, na Holanda. O homem foi preso e as investigações procedem.
Flagrante
Em abril, A Tribuna divulgou um vídeo inédito em que mostra a ação de uma quadrilha internacional que embarcou os entorpecentes em um navio que estava atracado na baía de Santos. Ao todo, foram apreendidos 172 quilos de cocaína, que foram escondidos em um dos compartimentos internos do MSC Loretta, um porta-contêiner, com bandeira do Panamá.

Na ocasião, três sérvios foram investigados por suspeita na participação do crime.  O entorpecente foi embarcado enquanto o cargueiro aguardava para entrar no cais santista, durante ação de parte de uma quadrilha que atua no tráfico internacional.  Imagens registraram o momento que a droga era içada para o navio. Ela ficou escondia por dois dias, até ser encontrada durante varredura.


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