A
Polícia Civil prendeu dois homens que se passavam por fiscais da Receita
Federal para aplicar golpes através de um falso esquema de venda de mercadorias
apreendidas pelo órgão, no Porto de Santos, litoral de São Paulo. O flagrante
foi na última sexta-feira (31).
Durante
um ano de investigações, sete inquéritos policiais foram instaurados na 5ª
Delegacia de Atendimento ao Turista do Porto de Santos (DEATUR). Os crimes
atribuídos aos golpistas lhes renderam cerca de R$ 500 mil, dos quais R$ 95 mil
foram recuperados.
Policiais
da 5ª Delegacia do Porto de Santos, da Divisão Especial de Atendimento ao
Turista (Deatur) do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas
(Decade), receberam informações de que uma quadrilha de estelionatários estava
agindo na região.
A
Polícia Civil identificou três homens acusados de lesar comerciantes e
empresários de diversas partes do País na venda de mercadorias inexistentes,
que supostamente teriam sido apreendidas no Porto de Santos e seriam “sobras”
de leilões promovidos pela Alfândega.
Conforme
as apurações, equipes do setor de investigação da delegacia especializada
descobriram que os homens ofereciam às vítimas, através da internet, lotes de
produtos apreendidos pela Receita. Os acusados ofereciam mercadorias que
apareciam no próprio site do órgão Federal.
Após
negociação com as vítimas, os criminosos marcavam o pagamento na cidade de
Santos, algumas vezes em frente ao endereço da Receita. No local combinado por
telefone ou pela internet, os acusados recebiam o cheque dos compradores prometendo
entregar os produtos depois.
Em
seguida, os suspeitos usavam documentos falsos e descontavam os cheques das
vítimas no banco.
Segundo
a delegada Martha Vergine, titular da 5ª Deatur, os criminosos ofereciam as
mercadorias por um preço mais barato e combinavam o pagamento em frente à
Receita Federal para dar “credibilidade” ao golpe.
“A
Receita Federal possui um procedimento próprio para o arremate em leilão de
mercadorias apreendidas, isso nunca será feito por telefone. Os interessados
nunca devem entregar dinheiro na rua para um desconhecido”, orienta a delegada.
Diversos produtos
Os
mais variados tipos de mercadorias eram oferecidos às vítimas. Uma delas é do
Rio de Janeiro, tem uma franquia de uma luxuosa rede de cabeleireiros e foi
lesada em R$ 105 mil ao imaginar que estava comprando um fardo de 108 quilos de
cabelos.
Os
estelionatários também comercializaram cargas de lingotes de chumbo, filé
mignon e cartuchos de impressora. Para despertar o interesse das vítimas,
ofereciam os produtos por preços, em média, 30% abaixo do valor de mercado.
“Para
transparecer credibilidade, os estelionatários ofereciam mercadorias que a
própria Alfândega de Santos anunciava em seus leilões, mas sob o argumento de
que o lote disponibilizado para a venda havia sobrado”, explica a delegada
Juliana Buck Gianini, assistente da Delegacia do Porto.
Identidade falsa
A
delegada titular da Delegacia do Porto, Martha Vergine, disse nesta
segunda-feira (3) que as investigações prosseguem objetivando a captura do
líder do bando, Sérgio Luiz Teixeira dos Santos, de 54 anos, que se passava por
auditor fiscal da Receita Federal.
De
posse de informações sobre bens apreendidos pela Alfândega e que seriam levados
a leilão, o falso fiscal entrava em contato telefônico com potenciais vítimas
para lhes oferecer a “sobra” dessas mercadorias por valores convidativos.
No
caso da última vítima, um empresário da Capital paulista, Sérgio Luiz também
chegou a trocar e-mails com o interessado, até que fosse fechado o negócio
envolvendo um lote de engradados de madeira por R$ 95 mil.
Concluída
a parte burocrática da transação, a vítima providenciou um cheque
administrativo do Banco Itaú, nominal a Antônio Gomes de Souza Júnior, que
seria “leiloeiro oficial”, conforme o falso auditor da Receita. O verdadeiro
Antônio mora em Pernambuco, não é e nunca foi leiloeiro.
Para
a entrega do cheque, o empresário paulistano veio a Santos, encontrando-se com
o Sérgio Luiz na Alfândega. Depois, ainda dentro dessa repartição, sem que a
vítima percebesse, o acusado entregou o cheque para Carlos Iran Teixeira dos
Santos, de 32 anos, seu comparsa e irmão.
Enquanto
o falso auditor continuava com a vítima, Carlos Iran foi ao banco acompanhado
de Carlos Alberto Wiese, de 54 anos. O deslocamento até a agência bancária foi
feito em um Meriva branco, mesmo carro utilizado em outros golpes.
Carlos
Iran permaneceu no veículo, enquanto Carlos Alberto ingressou no Itaú, se
apresentou como o homem indicado no cheque nominal e sacou os R$ 95 mil. Para
isso, este acusado apresentou uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa.
O flagrante
Como
os policiais da Delegacia do Porto já investigavam o esquema, eles conseguiram
prender Carlos Alberto e Carlos Iran no momento em que a dupla se preparava
para ir embora com o veículo modelo Meriva.
Todo o dinheiro sacado foi apreendido e devolvido à vítima.
Sérgio
Luiz fugiu antes, mas foi reconhecido pela vítima por meio de fotografia como
quem simulou o negócio passando-se por auditor fiscal. Sob o pretexto de buscar
uma documentação de liberação da carga, ele a deixou aguardando-o na Alfândega
e aproveitou para escapar sem despertar suspeitas.
Carlos
Alberto e Carlos Iran foram autuados em flagrante por estelionato e associação
criminosa. O homem que descontou o cheque se passando por leiloeiro também foi
enquadrado no delito de uso de documento falso. Ele registra diversas passagens
por estelionato.
Com
o respaldo de mandado de busca e apreensão, investigadores da Delegacia do Porto
revistaram depois das prisões em flagrante, as casas de Carlos Iran e Sergio
Luiz, respectivamente em Itanhaém e Praia Grande.
Nos
imóveis foram apreendidos vários materiais supostamente utilizados nos golpes,
tais como computadores, celulares, documentos diversos e lista de mercadorias leiloadas
pela Alfândega.
Um
dos presos já possuía antecedentes criminais por estelionato. O dinheiro foi
recuperado e devolvido à vítima.
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