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terça-feira, 23 de junho de 2015

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PF DESARTICULA ESQUEMA CRIMINOSO DE DESVIO DE CARGAS NA BAHIA

A Operação contou com a participação de 200 policiais federais
A Polícia Federal deflagrou na manhã da última terça-feira (16) a Operação Carga Pesada com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que agia dentro de uma cooperativa de caminhoneiros desviando cargas de navios do interior do Porto de Aratu, localizado em Candeias, a 50 km de Salvador.
Aproximadamente 200 policiais federais cumpriram 53 mandados judiciais, dentre eles 24 de prisão, duas conduções coercitivas e 27 de busca e apreensão na Bahia e em e Bom Sossego (MG). Na Bahia, além de Candeias e Salvador, a PF realizou ações em Simões Filho e Camaçari.
Segundo a PF, duas empresas foram alvos do furto, uma de concentrado de cobre, que é a única que importa o material no Brasil, e outra de fertilizantes. As investigações começaram a partir de duas apreensões de caminhões realizadas pela polícia em Minas Gerais e São Paulo. Os policiais identificaram um desvio de R$ 100 milhões em mercadorias, nos últimos dez anos.
O esquema    


A Operação ocorreu na Bahia e em Minas Gerais
Segundo a PF, a quadrilha, primeiro assediava guardas portuários e vigilantes das empresas para facilitar o acesso. Quem se recusava a participar do esquema era ameaçado.
A quadrilha envolvia, além do roubo das cargas, a prática de extorsão e intimidação de testemunhas. Durante o ano em que ocorreram as investigações, a Polícia Federal identificou três homicídios e três tentativas de homicídio praticado por integrantes da organização, com a finalidade de silenciar testemunhas e garantir a continuidade dos crimes.
Os envolvidos responderão por furto qualificado, participação em organização criminosa, falsidade ideológica, corrupção ativa, corrupção passiva, coação no curso do processo e homicídios de testemunhas.
Gangue
O bando criminoso agia dentro da Cooperativa Mista dos Caminhoneiros Autônomos da Bahia (COOMCAB). O ex-presidente da entidade, Kleber Herculano de Jesus, é o suspeito de ser o líder da quadrilha e está entre os presos.
O atual presidente da COOMCAB, Alex Almeida Ferreira, também foi preso e também é suspeito de ser uma das lideranças do bando. Outros líderes presos foram Gilmar Conceição Souza, Laianderson Pita de Jesus e Eleomário Pita Sacramento. A cooperativa agia como uma verdadeira máfia. A estrutura de organização da cooperativa foi montada de forma ordenada com a divisão de trabalho para realizar as ações criminosas, explica o superintendente em exercício da PF, Fábio Muniz. O PM reformado Paulo Sérgio Nepomuceno está entre os presos e, segundo a PF, tinha a função de fazer a segurança durante o transporte da carga roubada. Oito pessoas estão foragidas.
Investigação


Presidente de cooperativa é suspeito de envolvimento
A PF detalha que a investigação começou no segundo semestre de 2014. "Tínhamos conhecimento desses furtos que estavam ocorrendo no Porto de Aratu e precisavam ser combatidos. Posteriormente, chegou a informação de que pessoas estavam sendo ameaçadas e até mesmo assassinadas", relatou Mota Muniz.
De acordo com o delegado José Orlando Borges, titular da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio (Delepat), uma das pessoas assassinadas foi o chefe de segurança da empresa Paranapanema, importadora do concentrado de cobre. Mauro estava investigando, a mando da empresa, os desvios de carga e acabou sendo assassinado por homens do núcleo da organização criminosa, explica.
Ainda segundo o delegado, as outras vítimas foram homens de prenome Ubiraci e Ivanildo, que faziam parte da organização. Essas mortes foram por questão de desencontro de pensamento dentro da organização, de não respeitar algumas regras impostas pelo chefe ou até por questão de divergência entre eles, relata o delegado.
O delegado de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio (Delepat), Orlando Borges de Azevedo Júnior, afirma que os principais mentores do esquema foram presos. "Essa organização criminosa a gente conceitua na categoria de alta periculosidade. Ela é constituída pela célula, que era composta de 10 elementos altamente periculosos, que há tempo vêm sagrando as empresas importadoras", afirmou.
Azevedo Júnior também descreve com o grupo tinha acesso facilitado ao Porto de Aratu. "A fiscalização ordinária da Codeba - Companhia das Docas do Estado da Bahia é bem estruturada, de forma que para você conseguir furtar um produto dali não teria como acontecer se não tivesse a facilitação de pessoal envolvido na segurança e na logística", garantiu.
Balanço da Operação


Três armas foram apreendidas, entre elas uma pistola calibre 45.
Dos 24 mandados de prisão expedidos, 16 pessoas foram presas, dentre elas todos os líderes da organização criminosa. Oito procurados encontram-se foragidos, mas há notícias de que se apresentarão nas próximas horas na Superintendência Regional.
Durante a busca foram apreendidas três armas, dentre elas uma pistola calibre 45, um veículo, e cerca de 3,5 toneladas de fertilizantes e outros produtos químicos provenientes da atividade delituosa, distribuídos em dois depósitos
Um morto durante operação
O caminhoneiro Márcio Neris dos Santos, 35 anos, foi morto com um tiro no peito por policiais que foram ao Condomínio Jardim das Orquídeas, no bairro Jardim Nova Esperança, cumprir um dos mandados. Segundo versão da PF, Márcio não era alvo da operação, mas estava com arma em punho na porta de um apartamento e desobedeceu a ordem de rendição. A irmã da vítima, Daiana Neris, disse que Márcio não tinha arma e não era envolvido com o crime. Essa arma foi plantada pelos policiais depois da ação desastrosa. Meu irmão morava no apartamento 04 e a pessoa que eles procuravam era do apartamento 104. Isso tem que ser apurado”, declarou Daiana.
Codeba
A Codeba, que administra o Porto de Aratu, em nota, disse que tem colaborado "irrestritamente para desvendar os autores da ação criminosa de desvio de cargas". No comunicado, a Codeba informou que os crimes atentaram contra a economia do estado, apontando que o porto atende aos principais complexos industriais.
"A empresa se coloca como a principal interessada no desvendamento dessa ação criminosa, por entender que os seus autores, além dos crimes contra o patrimônio e os homicídios de que são acusados, ao colocarem em risco a segurança do Porto de Aratu-Candeias, atentaram também contra a estabilidade da economia do Estado, já que o porto atende aos principais complexos industriais baianos que isoladamente respondem por mais de 40% do PIB estadual. A Codeba continua a disposição da Polícia Federal no sentido de contribuir com as investigações que continuam em curso", informou.

Edição: Segurança Portuária Em foco


Fontes: Receita Federal / G1 / R7 / A Tarde / Jornal Massa / Metro .




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