O
Sindicato dos Trabalhadores Administrativos em Capatazia, nos Terminais
Privativos e Retroportuários e na Administração em Geral dos Serviços Portuários
do Estado de São Paulo (SINDAPORT) publicou em seu site o artigo: “Mudanças à caminho, sem diálogo”, onde o seu presidente alerta sobre proposta em estudo, da alteração
da subordinação da Guarda Portuária da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) para a Diretoria de Administração e
Finanças, contrariando a Portaria nº 350, da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR).
Veja a integra do artigo:
Mesmo
diante da triste realidade vivida nestes novos tempos, uma boa parcela dos
funcionários da Codesp se recusa a acreditar que as mudanças administrativas
nas autoridades portuárias estatais vão mesmo acontecer.
Talvez
descrentes, e com toda razão, na capacidade dos homens que dirigem os portos
brasileiros e ditam regras lá do Planalto Central sem jamais terem visto de
perto um simples cabeço de amarrar navios, muitos apostam que as coisas permanecerão
exatamente como estão.
A
desconfiança só aumenta à medida em que muitos desses companheiros recordam o
pífio trabalho realizado pela consultoria Deloitte na mesma Codesp, tempos
atrás. Em termos práticos, a desastrosa passagem da badalada empresa não deixou
nenhuma saudade para qualquer doqueiro que se preze, sobremaneira pela absoluta
ausência de qualquer estudo ou projeto de interesse da estatal que ao menos
fizesse jus ao polpudo contrato celebrado na ocasião.
Pois
bem, por um não menos polpudo contrato eis que a mesma Deloitte submerge das
águas profundas, claras, límpidas e transparentes do "porto" Paranoá,
em Brasília, desta vez içada daquelas profundezas pela Secretaria de Portos
(SEP), morada dos mais brilhantes e legítimos portuários "nunca antes
vistos na história deste país" e palco maior das grandes decisões do
setor.
Uma
delas trata das novas atribuições das autoridades portuárias definidas pela Lei
dos Portos (12.815/13) e, para a difícil missão, nada melhor do que contar
novamente com os valorosos e "oportunos" préstimos da infalível Deloitte,
a mesma do histórico fiasco de anos anteriores.
Tamanha
é a confiança no projeto desenhado pela consultoria que a direção da Codesp,
reunida na última quinta-feira (7), discutiu abertamente a possibilidade de
antecipar aos superintendentes da empresa as mudanças administrativas que serão
implementadas.
Pelos
corredores da Av. Rodrigues Alves s/n já especula-se o retorno da
Superintendência de Gestão Portuária para a Diretoria de Infraestrutura,
ficando a Superintendência de Ouvidoria subordinada ao Conselho de
Administração Portuária (Consad).
Já a Superintendência da Guarda Portuária
será, segundo informes, chefiada pela Diretoria de Administração e Finanças,
hoje sob responsabilidade de Alencar Severino da Costa. Sobre o tema, caso a
rádio peão esteja certa, o tal projeto já nasce pela orelha uma vez que a
contratada contraria a contratante (com o perdão do trocadilho), ou seja, vai
de encontro à deliberação da própria SEP, ao melhor estilo do poste que consegue
fazer xixi no cachorro.
Neste
caso, o Sindaport, que em nenhum momento foi chamado para discutir ou até mesmo
opinar sobre as mudanças, alerta os responsáveis da Codesp e da Deloitte para o
disposto na Portaria SEP nº 350, de 1-10-2014, à qual determina que a Unidade
de Segurança deve estar diretamente subordinada ao dirigente máximo da
Administração do Porto, no caso o presidente Angelino Caputo e Oliveira.
Dessa
forma, a julgar pelo crasso equívoco, lapso, erro, quiproquó, negligência,
mal-entendido ou seja lá o nome que queiram dar para a mancada, dá para se ter
uma pequena ideia do quão eficaz e inovador foi o trabalho desenvolvido pela
santíssima trindade portuária Deloitte-Codesp-SEP.
Seja
lá o que for, a inépcia e o desacato hierárquico são fatores que também não
podem ser desconsiderados já que se renovam a cada portaria assinada pela SEP.
O tamanho da avacalhação com a pasta pode ser mensurado através da Portaria nº
121, de 13 de maio de 2009, que determinou às companhias docas públicas a
elaboração das diretrizes visando a organização das guardas portuárias.
Renovada sucessivas vezes a cada três ou seis meses desde então, até hoje
sequer saiu do papel.
Por
aqui, a batata começou a assar uma vez que Angelino Caputo já avisou que irá
reduzir o número de seus assessores diretos, ordenando, ainda, que seus pares
de diretoria façam o mesmo. Neste caso, as apostas foram abertas e o negócio é
pagar para ver qual gafanhoto voa primeiro, de preferência para bem longe. Sem
dúvida alguma, uma atitude coerente e responsável do mandatário, cujo exemplo
deve ser rigorosamente seguido pelos demais.
Segundo
fontes, além desses, vários outros cargos de confiança deverão ser extintos
enquanto outros criados, de acordo com o projeto de reestruturação
organizacional. Procedimento idêntico será adotado para novas e obsoletas
atividades, operacionais e administrativas.
Em
decorrência do impacto no organograma, especula-se que a empresa desencadeará
um processo de readaptação profissional mediante um significativo remanejamento
interno. Caso isso se concretize, o mínimo que se espera é o fiel cumprimento
da Constituição Federal quanto ao devido preenchimento dos cargos e funções
disponíveis em respeito aos aprovados nos concursos públicos.
Soma-se,
ainda, o possível lançamento de um Plano de Desligamento Voluntário (PDV),
conforme anunciado pelo mandatário Caputo, e a verdadeira atribuição do CENEP
no cenário portuário enquanto instrumento de capacitação da mão de obra.
Diante
de tantas incertezas, especulações e boatos que geram tão somente insatisfação
e intranquilidade no ambiente de trabalho, o diálogo se impõe como o
ingrediente mais oportuno e sensato. Assim sendo, a direção do Sindaport está
solicitando o agendamento de uma reunião com os dirigentes da Codesp, com a
participação das demais entidades representativas dos empregados da empresa.
Pede-se, portanto, o mínimo de bom senso antes da efetiva adoção das medidas.
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CHEGA A SER PROPOSITAL, É O QUE PARECE, ESSA TENDENCIA DOS GESTORES DE DOCAS EM QUERER TRATAR A GUARDA PORTUÁRIA COMO UMA COISA QUALQUER. ISSO TEM QIUE ACABAR. SÃO AÇOES SINDICAIS COMO ESSA DO SINDAPORT QUE TODOS OS DEMAIS SINDICATOS TEM QUE ESTAR ATENTOS. INFELIZMENTE AQUI NO PARÁ. OS SINDCATOS PARECE QUE DORMEM EM BERÇO ESPLENDIDO, E OS DOQUEIROS DAQUI VEM SENDO TRIPUDIADOS, DESVALORIZADOS E TRATADOS COMO AQUELES QUE SO ESTÃO ESPERANDO O TIRO DE MISERICÓRDIA PARA PASSAREM A SER APENAS UMA SIMPLES LEMBRANÇA DO SETOR PORTUÁRIO.
ResponderExcluirCILENO BORGES