Operação “Inocentes” ocorreu no Amazonas, Pará e Rio de Janeiro
(Reprodução/TV A Crítica)
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Ação foi realizada
nos estados do Amazonas, Pará e Rio de Janeiro.
Quadrilha cometia
crimes contra a Capitania dos Portos de Manaus
.
A
Polícia Federal do Amazonas deflagrou, na manhã da última terça-feira (12), a
“Operação Inocentes", com o objetivo de desarticular uma quadrilha
especializada na prática de crimes a partir de serviços fraudulentos contra a
Capitania dos Portos de Manaus.
Segundo
o órgão, o grupo cometia, entre outros delitos, tráfico de influência,
corrupção, falsificação de Cadernetas de Inscrição e Registro (CIR) e
documentos emitidos pela Marinha. Além do Amazonas, a ação ocorreu nos estados
do Rio de Janeiro e Pará, com o cumprimento de 24 mandados de prisão preventiva
(dentre eles, oito militares), sete mandados de busca e apreensão e 12
conduções coercitivas.
De
acordo com Marcelo Rezende, superintendente da PF no Amazonas, dezenove pessoas
foram presas, entre elas oito militares da Marinha. Foram 17 presos em Manaus,
um na cidade do Rio de Janeiro e um em Itacoatiara. Segundo o superintendente
da PF, Marcelo Resende, o esquema funcionava dentro da Marinha desde 2001, e
mais de 80 CIRs teriam sido emitidas e vendidas irregularmente, nesses 14 anos,
pelos integrantes da quadrilha, formada por despachantes, militares,
empresários e donos de barcos.
Segundo
a PF, a pedido do órgão foi decretado o sequestro de bens e valores dos
suspeitos no valor aproximado de R$ 2,4 milhões, além da suspensão da licença
de oito embarcações.
O
delegado de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Federal, Franco
Perozzoni informou que as investigações iniciaram há sete meses, depois de
terem recebido denúncias da Marinha. Segundo ele, as informações davam conta da
apreensão de documentação falsa com marítimos. Os documentos foram apreendidos
durante fiscalizações na sede da Capitania dos Portos e no meio dos rios da
Amazônia. A partir desses dados, a Polícia Federal conseguiu identificar um
grupo de despachantes que atuava na falsificação e comércio ilegal desse tipo
de documento.
Apesar
de parte das denuncias terem sido oficializadas pela Marinha, de acordo com o
delegado Franco, o comando não sabia do envolvimento dos militares do esquema.
Atualmente, segundo o superintendente, tramitam na PF, 68 inquéritos para
investigar as denúncias.
Operação “Inocentes” ocorreu no Amazonas, Pará e Rio de Janeiro
(Reprodução/TV A Crítica)
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“Muitos
desses despachantes cooptavam os marítimos no meio da rua e ofereciam todo tipo
de documentação. Muitos desses documentos apresentavam erros grotescos que quem
entende saberia identificar a falsificação. Outros marítimos, mesmo sem
escolaridade nenhuma, obtinham autorização para navegar”, destacou Maceiras.
A
quadrilha falsificava a categoria e a qualificação dos profissionais
aquaviários. Em alguns casos, segundo a PF, o grupo emitia até certificado de
conclusão de Ensino Médio. Conforme as investigações, muitos aquaviários podem
estar exercendo a profissão ilegalmente, já que a quadrilha era formada por
pessoas que também atuavam nas fiscalizações às embarcações.
De
acordo com a Polícia Federal, o grupo cobrava entre R$ 600 e R$ 1.200 pelos
documentos. "Cheguei a entrevistar pessoas analfabetas. As carteiras
falsas podem ser identificadas facilmente na Capitania. Isso nos levou a
verificar, durante as investigações, que havia um esquema de corrupção desde os
despachantes até a fiscalização. É um grupo reduzido de militares, se
consideramos o número de militares existentes na Marinha", afirmou
Maceiras.
A
PF acredita que o aliciamento era feito de pessoa para pessoa. A quadrilha
chegava a promover um curso - não previsto na legislação - para que o
aquaviário pudesse mudar de categoria. "Há militares, despachantes e
proprietários de embarcações", disse o delegado Marceiras.
A
polícia não soube informar quanto a quadrilha chegou a arrecadar com o esquema,
mas destacou que já atuava desde 2001, em Manaus. Todos os envolvidos foram
autuados por organização criminosa, tráfico de influência, corrupção ativa e
passiva. Um dos presos foi autuado, ainda, por porte ilegal de armas.
“As
investigações continuam porque temos a convicção de que outras pessoas estão
envolvidas no esquema”, afirmou Maceiras. Segundo Comando Naval do AM,
militares ficarão à disposição da Justiça.
O
nome da operação faz alusão ao fato de que uma boa parte dos escritórios desses
Despachantes se localizava nas proximidades da Capitania dos Portos, na Rua dos
Inocentes.
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