(Foto: Paulo Whitaker - Reuters)
Um
tanque que armazenava combustível explodiu por volta das 10 horas da última quinta-feira
(2) no bairro Alemoa, próximo ao Porto de Santos, litoral sul de São Paulo,
dando início a um incêndio que pode durar vários dias, segundo o Comando da
Polícia Militar na Baixada Santista.
Após
a explosão, o incêndio se alastrou para outros tanques, cada um com capacidade
para armazenar 6 milhões de litros de combustível, pertencem à empresa
Ultracargo, especialista na estocagem de produtos químicos. Em nota, a
companhia informou que todos os funcionários foram retirados do pátio assim que
o alerta de incêndio foi disparado. Segundo a Ultracargo, ainda é prematuro
especular sobre as causas do incêndio.
Os
profissionais do Corpo de Bombeiros seguem tentando conter o incêndio que
atinge uma temperatura de 800°C. Durante a manhã desta sexta-feira (3), um
quinto tanque acabou sendo atingido e um sexto, que está em uma área próxima
dos cinco primeiros afetados, por pouco não incendiou também. A informação foi
confirmada pela Ultracargo, empresa responsável pelos tanques.
Efetivo
Brigada de Incêndio da Guarda Portuária em apoio no local (Foto: G1)
Cerca
de 80 homens do Corpo de Bombeiros e 35 viaturas (oito da capital e do ABC) trabalham
no local. O incêndio também mobilizou funcionários do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu), Defesa Civil, Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (Sabesp), Polícia Militar e da Brigada de Incêndio da
Guarda Portuária.
A
embarcação Governador Fleury, destinada ao combate de incêndios nos Portos de
Santos e São Sebastião, foi enviada para o local para bombear água do mar para
os caminhões.
Combate Difícil
(Foto: G1)
Segundo
o porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Marcos Palumbo, a equipe encontra
dificuldades para combater as chamas por causa da alta temperatura, que provoca
evaporação da água antes que ela atinja o fogo. Desta forma, a estratégia dos
bombeiros é manter o resfriamento, com auxílio de uma espuma especial, e
aguardar que todo o combustível armazenado seja consumido pelo fogo.
Durante
todo o dia, uma grande coluna de fumaça pôde ser vista de vários pontos de
Santos e também de outros municípios da Baixada Santista. Por volta das 17
horas, os tanques começaram a desabar, provocando mais explosões e assustando
quem estava próximo ao local.
O
Comandante da operação, Wagner Bertollini Junior, afirma que os tanques possuem
um sistema para retirar o combustível, entretanto ele não está funcionando.
"Os sistemas foram danificados e os tanques não estão podendo ser
esvaziados por baixo. Então eles estão em uma situação quase que surreal porque
eles continuam cheios em volta de um tanque pegando fogo. Esse que é a nossa
grande dificuldade", diz.
Além
disso, uma tubulação acabou explodindo nesta sexta-feira, entretanto ela não
afetou nenhum outro tanque. Os bombeiros, porém, não descartam a possibilidade
de que novas explosões possam ocorrer.
Resfriamento de tanques
(Foto: Corpo de Bombeiros)
O
foco dos bombeiros, a partir de agora, é o resfriamento dos tanques que ainda
não foram atingidos, afirmou o capitão Palumbo. "Houve evacuação. Durante
a tarde, um tanque acabou entrando em colapso e o combustível vazou. Tivemos
que mudar de estratégia por causa desse incidente. Nosso trabalho principal é
resfriar os tanques para evitar novos problemas", completou.
Segundo
os bombeiros, a temperatura média no foco principal do incêndio gira em torno
dos 800ºC, o que causou o derretimento de quatro tanques. Por causa do calor,
os bombeiros ficam a uma distância de 100 metros do local das chamas para fazer
a contenção do fogo. A água não é direcionada para as labaredas, já que o
líquido evapora antes de atingir o chão por causa do calor.
Localização
Segundo
a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a área atingida fica fora do
porto, no entanto, apesar do Terminal da Ultracargo não estar localizado dentro
da área da CODESP, ele está nas margens da Avenida Augusto Barata, conhecida
popularmente como Reta da Alemoa, via que liga os terminais da área do Saboó ao
Terminal da Alemoa.
Navios desatracados
Cinco
navios que estavam atracados no Terminal da Alemoa foram retirados do local. A Codesp disse, porém,
que o Porto de Santos não interrompeu os trabalhos e desmentiu a informação de
que a Capitania dos Portos havia suspendido a navegação no estuário. A
companhia informou que o movimento foi interrompido apenas na região do
incêndio.
Atendidos
De
acordo com a prefeitura de Santos, o Samu atendeu 15 pessoas no local, todos
homens com superaquecimento. "Não é queimadura. Isso acontece porque as
vítimas são funcionários da área industrial, usam roupas pesadas, sofrem
alterações na pressão arterial e aumento na temperatura corporal",
afirmou. Ainda conforme a Prefeitura, crises nervosas e inalação de fumaça
também foram registradas nos pacientes. Todos foram atendidos no local e liberados.
No Pronto-Socorro Central de Santos, três pessoas com crises nervosas também
foram medicadas e liberadas.
Trânsito
O
trânsito está bloqueado em vários pontos da região. A Ecovias, concessionária
que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, fechou o acesso ao porto pelo
Viaduto da Alemoa, no km 64 da Anchieta. Já a Companhia de Engenharia de
Tráfego (CET) bloqueou a Avenida Engenheiro Augusto Barata. Houve
congestionamento na Anchieta e na Rodovia dos Imigrantes.
A empresa
O
local onde ocorre o incêndio abriga 175 tanques de capacidade de até 10 mil m³,
cada um, em uma área de 183.871 m². A Ultracargo armazena produtos como
combustíveis, óleos, vegetais, etanol, corrosivos e químicos.
Em
nota à imprensa, a Ultracargo, empresa de armazenagem para granéis líquidos,
informou que o incêndio em uma parte de seu terminal no porto de Santos atinge,
neste momento, cinco tanques, que contêm exclusivamente gasolina e etanol.
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