Uma
fissura em um dos tanques derrama combustível, intensificando o fogo no local
O
incêndio no Terminal Industrial da Ultracargo, na Alemoa, em Santos, segue pelo
quinto dia consecutivo nesta segunda-feira (6). Já são mais de 96 horas de
combate ao fogo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, dois tanques de gasolina
ainda estão em chamas, sendo que, em um deles, há pouco líquido restante para
ser queimado.
O
problema é que, durante a manhã, o vento forte atrapalhou o trabalho e aumentou
o risco de as chamas voltarem a se propagar para outros reservatórios. Para
evitar que isso aconteça, os Bombeiros continuam resfriando pelo menos 21
tanques vizinhos aos que estão pegando fogo.
No
início do dia, uma fissura em um dos tanques provocou o derramamento de
combustível, o que resultou em enormes labaredas. Mas o Corpo de Bombeiros
afirma que a situação continua sob controle.
Tráfego
intenso
Os
motoristas que trafegam no entorno de onde ocorre o incêndio encontram pontos
de lentidão. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), há lentidão na
Av. Nossa Senhora de Fátima (sentido SV/Santos) entre a Rua Haroldo de Camargo
e Avenida Martins Fontes.
Também
há registro de lentidão na Avenida Martins Fontes/Getúlio Vargas (sentido
bairros/Centro), entre Av.Nossa Senhora de Fátima e Terminal Valongo.
Perto do fim
No
domingo (5), a previsão dos Bombeiros era de que o incêndio chegasse ao fim
nesta segunda. Os profissionais adotaram uma nova estratégia e intensificaram o
uso de equipamentos que ajudaram no combate às chamas.
Durante
a madrugada de domingo, a corporação apagou o fogo do quarto tanque, que
começou a queimar no começo da tarde de sábado (4) e, no fim do dia, a
estrutura contendo álcool também foi apagada. Restam apenas dois tanques de
gasolina em chamas.
Desde
quinta-feira (2), seis tanques da Ultracargo já ficaram em chamas. Apesar da
exaustão dos profissionais, a esperança de terminar o incêndio é maior.
Bombeiros chegaram a passar mal devido a assaduras no corpo, por conta do
calor, mas todos receberam atendimento médico e faziam questão de voltar ao
posto.
Seis
rebocadores (incluindo da corporação e da Petrobrás) atuam retirando a água do
mar para os caminhões que combatem as chamas. Dois estão de reserva, caso seja
necessário. Além disso, seis viaturas de combate (incluindo dos bombeiros e
autobombas de outros Estados, como Rio de Janeiro), usam a mistura de água para
o resfriamento dos tanques e água com espuma para extinguir as chamas.
A
Petrobrás também enviou mais dois caminhões (além dos dois que já estavam no
local) para combater o fogo. Os equipamentos revezam com os que estão sendo
usados pela corporação, segundo Alexsandro Vieira, capitão do Corpo de
Bombeiros. Isso porque os acessórios usados no combate ao incêndio podem
aquecer demais, por ficar muito tempo em uso. E, pela proximidade do fogo,
existe a possibilidade de que os equipamentos estourem ou parem de funcionar. “A
possibilidade do fogo acabar em breve existe, sim. Continuaremos nos esforçando
para fazer com que ele diminua o mais rápido possível”, explica.
O
capitão explicou que a propulsão de água dos caminhões que chegaram “é um pouco
maior”. “Com isso, conseguiremos atingir um ponto mais longínquo e poderemos
atuar de duas maneiras. O que tem atrapalhado bastante é a distância do fogo. A
água evapora antes de atingir o lugar desejado”.
Estratégia
Durante
a tarde de domingo, a estratégia foi modificada. Além de fazer um abafamento do
calor com a espuma, os novos equipamentos ajudam a resfriar e atacar o foco do
incêndio.
Os
jatos de água são concentrados no foco do incêndio. Pequenos “drones” (aeronaves)
são utilizadas para verificar o nível de calor nos tanques. “Quando percebemos
que um tanque está com mais calor que outro, conseguimos nos concentrar
naqueles”, explica Vieira.
Até
esta segunda, 118 homens do corpo de bombeiros e 72 de brigadas das empresas
privadas atuavam no combate, enquanto 27 viaturas complementavam os trabalhos.
Caminhões estão proibidos
de entrar em Santos
O
gabinete de gestão de crise, instalado para organizar ações dos governos
Federal, Estadual e Municipal no combate ao fogo, decidiu aumentar a restrição
à circulação de caminhões em Santos. Todos os veículos de carga estão proibidos
de entrar na Cidade, exceto os que contêm materiais hospitalares e alimentos
perecíveis.
De
acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Moraes, a
previsão é que a medida dure até sexta-feira (10), com o objetivo de evitar um
caos no trânsito da região.
O
acesso ao viaduto da Alemoa está bloqueado desde o início do incêndio. Por
isso, durante o feriado, os caminhões utilizaram o Centro de Santos para ir ao
Porto. Entretanto, o acesso passou a ser restrito a partir da zero hora desta
segunda-feira (6). E a medida foi reavaliada em reunião nesta manhã, na
Prefeitura, passando a vigorar a proibição total.
A
Ecovias e a Polícia Rodoviária fazem triagem ainda no trecho de Planalto da
estrada. Motoristas que têm como destino a margem esquerda do Porto podem
seguir viagem.
Comboio de caminhões
Por
volta das 11 horas desta segunda-feira, uma operação de comboio para os
caminhões que desceram a serra antes da proibição total foi iniciada pela
Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos.
Os
caminhões que foram liberados pela Ecovias são encaminhados sob orientação e
escolta dos agentes da CET-Santos para a área portuária por dentro da Cidade.
Os caminhões estão sendo encaminhados aos poucos (entre dez e 15 veículos por
vez) pela Av. Martins Fontes, Av. Getúlio Vargas, Rua São Bento e Rua Cristiano
Otoni.
O
bloqueio permanece no alto da Serra, realizado pela Ecovias e Polícia
Rodoviária, para impedir a descida de caminhões até Santos.
Medida
O
objetivo da medida - que reúne esforços das esferas municipal, estadual e
federal - é evitar que a Entrada de Santos fique bloqueada por caminhões.
A
operação envolve diversos órgãos públicos, como a Companhia Docas do Estado de
São Paulo (Codesp), a Agência dos Transportes do Estado de São Paulo (Artesp),
a Ecovias, a Polícia Rodoviária e a Companhia de Engenharia de Tráfego de
Santos (CET).
“Estamos
mais próximos de uma solução para o incêndio, mas temos de pensar na população
de Santos, que está sofrendo com isso há mais de três dias. Quando a situação
melhorar, a ordem (de restringir a circulação de caminhões) será suspensa”,
afirmou o diretor-presidente da Codesp, Angelino Caputo e Oliveira, em
entrevista para A Tribuna, na tarde de domingo (5), logo após a reunião com o
gabinete de emergência.
Quanto
aos impactos no escoamento de grãos, o executivo considera que ainda é cedo
para se pensar nos prejuízos, pois, neste momento, o órgão está concentrado em
dar suporte no combate ao incêndio.
Restrição de acesso ao
Porto não deve afetar embarques
A
restrição ao tráfego de caminhões na cidade de Santos por meio do Sistema
Anchieta-Imigrantes (SAI) e o consequente impedimento para que os veículos
pesados acessem a margem direita do Porto de Santos não devem gerar impacto
significativo na movimentação de navios no Porto, segundo a Companhia Docas do
Estado de São Paulo (Codesp). Isso porque os terminais trabalham com estoques
para os volumes que serão embarcados no curto prazo.
Conforme
destacou a assessoria de comunicação do órgão, o parque de armazenagem do porto
é grande e está abastecido, "portanto, não há um impacto imediato na
operação de embarque e descarga de navios".
A
Codesp informou que somente o Terminal para Granéis Líquidos da Alemoa (Tegla)
está com as atracações de navios suspensas. Os demais 54 terminais do porto
estão com atracações liberadas e operam normalmente. No Tegla são operados
produtos químicos, derivados de petróleo, gás e álcool. No momento, 10 navios
aguardam na barra de Santos para atracar no Tegla, disse a companhia Docas.
O
prejuízos, contudo, não estão descartados se a restrição continuar, o que deve
ser avaliado ao final desta segunda-feira (6). Mais cedo, o Corpo de Bombeiros
indicou que o incêndio nos tanques da Ultracargo pode acabar ainda hoje. É a
primeira previsão feita pela corporação desde o começo do acidente, às 10h de
quinta-feira, 2. Já são mais de 96 horas de combate ininterrupto às chamas.
A
Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), o Governo do A Codesp
orientou os terminais portuários para que os caminhões inicialmente programados
permaneçam em suas origens. Mas os veículos que por ventura chegam à região são
retidos no km 40 da Rodovia Anchieta, na região do Planalto. Aqueles que se
dirigirem à margem esquerda do Porto (Guarujá) têm trânsito livre.
Gás de cozinha é retirado
de 35 tanques
A
empresa Ultracargo garante que o fogo em seus tanques não atingirá os 35
reservatórios de GLP – o popular gás de cozinha – e de propano instalados em
área próxima à afetada, sob responsabilidade da Ultragaz, companhia do mesmo
grupo.
Em
contato com a Reportagem, a empresa descartou a hipótese. O temor era que, se o
fato se consumasse, uma explosão de grandes proporções seria iminente naquele
perímetro.
Em
nota, a assessoria de imprensa da Ultracargo informou que, mesmo com a
possibilidade afastada, os tanques com GLP foram esvaziados e preenchidos com água,
“como medida preventiva”.
Embora
nenhum diretor estivesse sentado à mesa que apresentou o gabinete de gestão da
crise instalado pelo Governo do Estado no sábado, no Paço Municipal santista, a
empresa salienta que integra o grupo.
“A
Ultracargo iniciou o combate ao fogo imediatamente após o início do incidente,
atuando desde então com suas equipes de brigada de incêndio e acionando os
bombeiros e o Plano de Auxílio Mútuo (PAM) existente entre as empresas da região”,
destaca trecho da nota.
O
contingente próprio trabalhando em campo, no momento, é de 141 profissionais.
Como afirma estar “focada no combate ao incêndio”, a empresa informa que não há
condições por ora para iniciar uma investigação com o objetivo de identificar o
que originou o problema.
Fonte: Jornal A tribuna
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