Bombeiros
ainda não utilizaram o produto "cold fire", pois a quantidade
adquirida é insuficiente.
O
incêndio em tanques de combustíveis da empresa Ultracargo, na Alemoa, em
Santos, entrou no sexto dia nesta terça-feira (7). Já são 118 horas ininterruptas
de combate ao fogo.
De
acordo com a última atualização do Corpo de Bombeiros, as chamas se concentram
em apenas um tanque, mas o fogo ainda não está totalmente controlado, pois
existe o risco de o incêndio voltar a se alastrar. Um segundo tanque, que está
com rachaduras e vazamentos, tem fogo nas tubulações. Os diques de contenção,
por vezes, espalham as chamas.
Os
bombeiros voltaram a usar a estratégia de não atacar diretamente o incêndio. No
momento, o objetivo é resfriar os demais toneis.
O
produto importado que seria mais potente do que o Líquido Gerador de Espumas
(LGE) e que era a esperança para acabar de vez com o incêndio nos tanques da
Ultracargo ainda não está sendo usado na manhã desta terça-feira.
Segundo
o capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, chegaram à Alemoa quatro mil
litros do cold fire (fogo gelado, em tradução livre). A quantia seria
insuficiente para iniciar a operação isoladamente. Mais deste produto deverá
chegar a Santos durante o dia.
Em
apenas 24 horas de combate ao incêndio foram consumidos 50 mil litros de LGE, o
mesmo produto usado desde os primeiros minutos do trabalho das equipes de
bombeiros e brigadistas.
Palumbo
explica que recebeu mais espuma durante toda a madrugada. Enquanto isso, o
resfriamento dos tanques tem sido mantido para evitar que o fogo se alastre.
“Vamos
concentrar todos os equipamentos que chegarem para traçar nova estratégia. O
ataque deve ser cirúrgico, porque os materiais devem ser inseridos ao mesmo
tempo no tanque em chamas. Se usarmos agora vamos desperdiçar o que temos”.
Pó químico
Além
do cold fire, importado pela Ultracargo por indicação do Gabinete de Integração
criado pelas autoridades municipais e estaduais para definir ações
emergenciais, os bombeiros deverão iniciar a aplicação de um pó químico seco
cedido pela Infraero
“(O
pó) é semelhante ao extintor utilizado em veículo, só que vem num veículo de
grande porte, que lança o produto a dezenas de metros. É utilizado para
combater incêndios em aviões e aeroportos”, explicou Daniel Onias, coordenador
da Defesa Civil de Santos.
Operação
especial para saída de caminhões da Cidade
Um
dia após limitar a entrada de caminhões com destino à Margem Direita do Porto
(Santos) no Município, o gabinete que trabalha para diminuir os impactos do
incêndio que atinge tanques da Ultracargo, na Alemoa, endureceu ainda mais a
restrição, proibindo a entrada de qualquer tipo de caminhão em Santos.
A
Companhia de Engenharia e Trafego (CET) adotou algumas medidas para melhorar a
fluidez do trânsito que segue com destino ao Centro e ao Porto. A R. Cristiano
Otoni teve uma das mãos de direção invertida, deixando a via em mão única
(sentido Visconde de São Leopoldo/Cais).
O
elevado ganhou uma faixa reversível nos horários de pico, ou seja, a ponte que
desce em direção aos bairros ficou em meia pista, possibilitando que mais
veículos subissem para o Centro. Apenas ontem os semáforos existentes entre a
Entrada da Cidade e o Terminal do Valongo foram desligados, sendo o fluxo
controlados pelos agentes de trânsito. Também nesta segunda, a CET bloqueou o retorno que fica na altura do
cemitério do Saboó para garantir a fluidez.
Preservar o tráfego
A
medida foi anunciada na segunda-feira (6), durante entrevista coletiva no
gabinete integrado para gestão da operação, na Prefeitura. “É justamente para
que a gente possa preservar o tráfego de veículos e ônibus para que o santista
possa voltar à vida normal”, afirma Barbosa.
A
Polícia Rodoviária e a Agência Reguladora de Transporte do Estado (Artesp)
também organizaram bloqueios em trechos do Sistema Anchieta-Imigrantes (com o
auxílio da Ecovias, concessionária do Sistema) e em outras vias, como a Rodovia
dos Bandeirantes, Dutra, Ayrton Senna e Rodoanel.
“Só
vamos permitir caminhões de medicamento, alimentos perecíveis. Eles serão
escoltados pela Polícia Militar. Esses caminhões não representam nem 7% do
total. Os outros retornarão”, acrescentou o secretário de Segurança pública,
Alexandre de Moraes. Ao término da entrevista coletiva, não ficou claro por
quanto tempo a medida deve ser levada adiante. O prefeito de Santos afirma que
ela “está mantida até que o incêndio seja extinto e o Porto volte a operar
normalmente”.
Para
ele, os técnicos estão avaliando, mas existiria ainda muito combustível em um
dos tanques incendiados. “A perspectiva é que nos próximos dias a gente ainda
tenha esse incêndio. Depois dele temo rescaldo, o resfriamento”, diz.
Tensão
Um
dos momentos que geraram maior animosidade durante a entrevista foi o
questionamento ao prefeito acerca dos possíveis prejuízos às empresas que
operam no perímetro portuário. “Estou preocupado com a população. Quem tem que
cuidar do prejuízo do Porto é a autoridade portuária. A população já foi
altamente prejudicada com esse incêndio e com as consequências para a nossa
Cidade. A minha responsabilidade é essa”, enfatizou Barbosa.
Qualidade do ar
Um
novo boletim divulgado pela Prefeitura de Santos nesta terça-feira (7) informou
que, apesar da fumaça preta do incêndio, que atinge o terminal da Ultracargo,
da Alemoa, desde a manhã da última quinta-feira (2), a qualidade do ar no
Município está dentro dos padrões. A avaliação da Cetesb é feita com base em
seu equipamento e no aparelho do Exército, o Siges.
De
acordo com informações do general de brigada e comandante da 1ª Brigada de
Artilharia Antiaérea do Exército, João Chalella Junior, o Siges usa infravermelho
para identificar possíveis gases tóxicos e tem alcance de cinco quilômetros. O
equipamento está instalado no viaduto da Alemoa e não detectou, até o momento, nada
de anormal.
Já
a Estação Telemétrica da Cetesb, instalada, provisoriamente, no Jardim Botânico
Chico Mendes, só constatou a presença de fuligem proveniente da queima de
combustível. César Valente afirmou que a chuva ajudou a dispersar essas
partículas na atmosfera.
O
gerente da Cetesb revelou que foram recolhidos alguns peixes que apareceram
mortos no Rio Casqueiro e coletadas amostras de água em cinco pontos
diferentes. Todo material foi para análise para verificar a causa da morte dos
pescados e se o incêndio alterou a composição química da água do rio.
Fonte:
Jornal A Tribuna
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