(Foto: Mario)
O
fogo nos tanques de combustíveis da Ultracargo, na Alemoa, em Santos, continua
neste domingo (5). Já são 70 horas de combate incessante ao incêndio, que
começou na manhã de quinta-feira (2) e ainda não tem previsão para terminar.
Isso porque é preciso esperar que todo o líquido dos toneis seja queimado.
(Foto: Corpo de Bombeiros)
Segundo
a última atualização do Corpo de Bombeiros, são seis tanques atingidos, sendo
que três continuam em chamas. Até a madrugada eram quatro, após nova explosão
na tarde de sábado (4), mas os Bombeiros conseguiram diminuir a área do
incêndio.
Via Anchieta, na entrada da cidade (Foto: André Penner)
Gabinete de crise
Diante
da grave situação, o Governo do Estado anunciou a criação de um gabinete de
gestão de crise, com participação do vice-governador, Márcio França, dos
secretários Saulo de Castro (Governo), José Roberto Rodrigues de Oliveira (Casa
Militar), Alexandre de Moraes (Segurança Pública) e Patrícia Iglecias (Meio
Ambiente), do comandante do Corpo de Bombeiros, Marco Aurélio Alves Pinto, e do
general do Exército, João Chalela Júnior.
O
Corpo de Bombeiros mantém a estratégia de resfriar os tanques vizinhos aos que
estão em chamas para evitar que o fogo se propague ainda mais. Para isso, são
utilizados jatos de água, vinda do mar, por meio de rebocadores e da embarcação
Governador Fleury, do Corpo de Bombeiros.
Danos ambientais e à saúde
Desde
o início do incêndio, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb)
têm monitorado os possíveis danos ambientes e riscos à saúde pública
decorrentes do incêndio. Até o momento, de acordo com o órgão, a qualidade do
ar é boa, apesar do alerta de especialistas de que pessoas com doenças
respiratórias e alérgicas devem se manter longe da fumaça.
“A
inalação de um gás em combustão química em área livre não é perigosa para
pessoas saudáveis”, explica o pneumologista Alex Macedo. “No entanto, pacientes com histórico de bronquite,
asma e enfisema pulmonar devem tomar medidas preventivas e ficar atentos aos
sintomas”.
Manter
a residência fechada, com panos úmidos cobrindo todas as frestas de portas e
janelas, e lavar o nariz várias vezes ao dia com soro fisiológico são medidas
básicas, principalmente para os que moram nas regiões da Alemoa, Casqueiro e
Saboó. Diante de sinais como tosse, falta de ar e chiado no peito, é importante
procurar atendimento médico.
Para
o médico intensivista Felipe Piza, do Hospital Israelita Albert Einstein, de
São Paulo, que esteve no local do incêndio prestando atendimento principalmente
aos bombeiros, provavelmente quem não teve contato direto com a fumaça não terá
problemas graves de saúde.
Patrícia Iglesias
A
secretária estadual do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias, disse que o
aparecimento de peixes mortos no canal do Porto está sendo investigado. Apesar
de não ser possível estabelecer uma relação imediata entre a morte dos peixes e
o incêndio, a recomendação à população é que evite o consumo destes pescados.
”A
Cetesb está monitorando este acidente desde o início. De fato, foram
encontrados peixes mortos. Eles foram recolhidos e agora está sendo feita uma
análise porque ainda não é possível dizer que há um nexo causal entre a
mortandade de peixes e o problema do acidente. Essas análises vão ser feitas e,
no máximo em 30 horas, vamos ter esses resultados”, comentou.
A
Tribuna flagrou diversos peixes mortos em diversos pontos de Santos, Guarujá,
Cubatão e São Vicente. A Reportagem percorreu um trecho de aproximadamente 1
quilômetro no Canal do Estuário, dentro de uma catraia. No local, boiavam
peixes como paratis, bagres, espadas, corvinas e manjubas.
Como
o acidente ainda está sendo monitorado pela Cetesb, ainda é cedo para
dimensionar o impacto do acidente ao meio ambiente. “Toda cautela é necessária
agora e tudo que tem que ser feito, está sendo feito”.
A
secretária de Meio Ambiente afirma ainda que, apesar da fumaça ser considerada
tóxica, o medidor de partículas da Cetesb “não encontrou VOC (combustíveis voláteis
que podem causar essa fumaça) no sentido de uma contaminação problemática para
a população”.
Multa
A
Ultracargo poderá arcar com uma multa por danos ambientais que pode chegar a R$
50 milhões. A informação é da secretária estadual do Meio Ambiente, Patrícia
Iglecias, que na manhã de sábado (4) esteve no bairro Alemoa, em Santos, onde o
fogo queima desde as 10 horas de quinta-feira (2).
“A
aplicação depende de uma análise mais detalhada. Existe uma legislação estadual
e ainda é possível aplicar um Decreto Federal (o nº 6.514) que chegaria nesse
valor”, explicou.
Para
a secretaria, no entanto, antes de mais nada é preciso combater o incêndio
para, a partir daí, tomar providências. Ela também comenta as declarações do
engenheiro Marco Antonio Uchôa Barbosa, autor do projeto de combate a incêndio
e do licenciamento ambiental executado no terminal da Ultracargo. Segundo o
profissional, em entrevista exclusiva publicada em A Tribuna, o primeiro tanque
deveria ter sido esvaziado por baixo no momento em que pegou fogo.
“É
cedo para dizer que há uma responsabilidade do ponto de vista de uma ação
tomada indevidamente. Isso depende de investigação. Não dá para concluir, nesse
momento, que houve procedimento indevido ou inadequado”.
Toxicidade
Apesar
de admitir que “qualquer fumaça é tóxica”, a secretária afirma que, por
enquanto, o medidor de partículas da Cetesb não encontrou VOC (combustíveis
voláteis, que podem estar na fumaça).
“Não
há contaminação problemática para a população e para a saúde das pessoas”,
garante. Segundo ela, o monitoramento no local do incêndio terminou às 11 horas
de sábado. “O medidor foi levado para uma das comunidades próximas para que
haja nova medição”.
(Foto: Paulo Whitaker)
Eventuais
danos à Serra do Mar também não são descartados, mas outra vez, a secretária
não dimensiona quais. “Está sendo feito monitoramento para verificar eventuais
problemas. Não sabemos em quanto tempo o incêndio levará para ser contido para
falar isso”.
Fonte: Jornal A Tribuna - Edição: Segurança Portuária em Foco
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