Os
bombeiros deixaram de tentar combater diretamente o fogo e se concentraram no
resfriamento dos tanques.
O
incêndio que atinge tanques de combustível no Terminal da Ultracargo, na
Alemoa, área industrial de Santos, já chega ao sétimo dia. Na manhã desta
quarta-feira (8), por volta das 10 horas, as chamas aumentaram e os bombeiros
seguem no combate ao fogo.
Ontem
(7) foi divulgado que o grupamento tentará, em uma operação de alta
complexidade, consertar nesta quarta dois pontos de vazamento em tubulações da
Ultracargo, que estão com focos de incêndio. Para isso, serão utilizadas
espumas para o resfriamento dos locais e, em seguida, um bombeiro entrará na
área de contenção em meio ao líquido com combustível para tentar efetuar os
reparos.
“A
estratégia agora é achar um caminho técnico para estancar os vazamentos nas
tubulações”, explicou o coronel Marco Aurélio Alves Pinto, comandante do Corpo
de Bombeiros no Estado, após nova reunião do Gabinete de Integração realizada
na noite de ontem (terça, 7) no Paço Municipal. Na ocasião, apenas um tanque
continuava com chamas na parte superior.
Resfriamento
Os
bombeiros deixaram de tentar combater diretamente as chamas e se concentraram
no resfriamento dos tanques. A alteração foi feita em virtude da constatação de
que vazamentos nos dutos da empresa estão alimentando o fogo. O rompimento nas
tubulações foi causado em uma das explosões durante o incêndio.
A
corporação ainda não utilizou o produto cold fire (fogo gelado, em português),
que gera uma espuma especial, importada dos Estados Unidos pela Ultracargo. “O
cold fire é eficiente no combate direto ao fogo e estamos analisando o melhor
momento para usá-lo, quando não tiver mais vazamento”.
De
acordo com capitão Marcos Palumbo, a estratégia de resfriamento ainda continua
e certamente ainda é a mais efetiva. "O comando da operação adotará hoje a
estratégia de combate às chamas no topo do tanque, utilizando ataque em
conjunto com várias frentes, com equipamentos como canhões monitores, caminhões
autoescadas e todos os materiais disponíveis".
"Primeiro
aplicaremos aquela espuma especial que
tende a diminuir a temperatura. Logo, em seguida, nós aplicamos a espuma
normal para fazer uma camada espessa e, ela vai evitar a reguinição das
chamas". O motivo é que durante a madrugada houve o avanço significativo
dos trabalhos de contenção dos vazamentos. "Nós sabemos que é um comportamento
esperado do fogo. Mas vamos evitar que, principalmente na base dos tanques,
aconteça isso. Vamos esperar que essa estratégia dê certo para que a gente
tenha logo o controle das chamas e também da situação do local".
Oito toneladas de peixes
mortos
Oito
toneladas de peixes mortos foram recolhidas em um intervalo de apenas 48 horas,
em pouco mais de 20 km de extensão. O saldo foi calculado na manhã desta
terça-feira (7) por técnicos ambientais da Alpina Biggs, empresa especializada
em serviços de combate a derramamentos de petróleo e produtos perigosos. A
companhia atua desde domingo na limpeza dos estuários e manguezais que ficam no
entorno do Polo Industrial da Alemoa.
Dez
embarcações da empresa (que presta serviços à Petrobras) fazem o monitoramento
das águas, do trecho que vai do início do Canal do Estuário, na altura das
balsas, até a Ponte dos Barreiros, no Mar Pequeno.
A
pedido da prefeita cubatense Marcia Rosa, equipes da Terracom também fazem um
mutirão de limpeza, por todo manguezal que ladeia a Avenida Beira Mar.
"Desde
domingo, retiramos 32 toneladas de lixo e peixes podres que a maré trouxe para
nossas margens”, informou o chefe da Divisão de Limpeza Urbana de Cubatão,
Edilton Barbosa, que coordenava os trabalhos pessoalmente no local.
Impactos ao meio ambiente
Segundo
informações da analista ambiental do Ibama, Ana Angélica Alabarce, o incêndio
no terminal de combustível da Ultracargo, na Alemoa, está sendo acompanhado de
perto pelo órgão.
“O
Ibama não foi convidado para sentar na mesa de crise, mas está acompanhando
firmemente. Já entramos em contato com o Ministério da Pesca, que já está
tomando algumas providências na região”, explicou.
A
analista ambiental não descarta a aplicação de multa à empresa envolvida no
acidente. “Com certeza (haverá multa). Ou pelo Estado aplicando, ou por parte
do Ibama. De preferência por decreto federal”.
Ana
Angélica ressalta ainda que a população deve estar atenta à qualidade dos
peixes consumidos. “É preciso olhar se realmente esses pescados não foram
contaminados. Estamos orientando para que esse alimento não seja consumido. Não
temos uma resposta. A contaminação existiu. Não sabemos até que grau. Não é
para ficar apavorado, mas vamos aceitar a situação, que agora é delicada”.
Incêndio afeta terminais
A
suspensão do tráfego aquaviário nas proximidades da instalação já impediu a
atracação de dez navios, segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp),
a Autoridade Portuária. Um terminal de contêineres já deixou de receber 11.500
caminhões carregados.
De
acordo com a Codesp, os cargueiros com a atracação atrasada têm como destino o
Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa (Tegla), que fica nas proximidades da
unidade da Ultracargo. As operações naquela região foram suspensas pela
Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) para minimizar riscos de novos focos
de incêndio. Não há previsão para a normalização dos trabalhos.
A
atracação de cada um dos cargueiros que seguem para o Terminal Integrador
Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplan) e ao terminal da Usiminas, em Cubatão,
está sendo avaliada pela Autoridade Marítima. Isso ocorre pois os berços das
duas instalações ficam no Canal de Piaçaguera, cuja entrada fica em frente à
Alemoa. De acordo com o capitão-de-mar-guerra Ricardo Fernandes Gomes,
comandante da CPSP, a análise leva em conta, principalmente, a carga
transportada nas embarcações. A Autoridade Marítima verifica se o carregamento
não pode pegar fogo com o forte calor.
Outra
instalação que teve as operações prejudicadas foi a Brasil Terminal Portuário
(BTP), especializada na movimentação de contêineres e que fica na Alemoa, ao
lado do Tegla e quase em frente aos tanques da Ultracargo. Logo após o início
do incêndio, os navios que estavam operando foram retirados e os trabalhos,
inclusive a recepção de cargas no pátio, interrompidos.
A
empresa retomou as atividades apenas no último domingo, às 19 horas. Mesmo
assim, um de seus três pontos de atracação está sendo usado pelos rebocadores
que atuam no combate às chamas. A BTP ainda não contabilizou os prejuízos. Mas,
desde o início do incidente, seis navios deixaram de atracar em seu cais. Foram
7.200 contêineres que deixaram de ser carregados ou descarregados.
Fonte:
Jornal A Tribuna
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