A
Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (14), com 360 votos favoráveis,
47 contrários e 4 abstenções, excluir as empresas públicas e sociedades de
economia mista das regras previstas no projeto que regulamenta os contratos de
terceirização. A exclusão ocorreu com a aprovação de um destaque de autoria do
PSDB, que também foi apoiado pelo PT.
O
destaque aprovado em plenário vale para empresas públicas e sociedades de
economia mista controladas por União, estados, Distrito Federal e municípios. O
texto-base do projeto que altera as regras para a terceirização foi aprovado na
semana passada, mas a análise das propostas de alteração do projeto ficou para
esta terça.
O
líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que a Casa Civil e a
Secretaria de Relações Institucionais (SRI), agora sob comando do
vice-presidente Michel Temer, orientaram a liberação do voto. Isto favoreceu a
supressão sugerida pela bancada tucana. Todas as bancadas ou votaram com o PSDB
ou liberaram seus deputados a votar como quisessem - incluindo o PT.
Debate
Conforme
o líder do PSDB na Casa, deputado Carlos Sampaio (SP), o destaque aprovado em
plenário não proíbe que o setor público realize terceirizações, mas impede que
empresas controladas pelo governo façam a terceirização em todas as suas
atividades, como prevê o projeto.
De
acordo com o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), a exclusão das empresas
públicas, entre as quais estão Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, busca
valorizar o concurso como forma de ingresso na carreira.
“Queremos
que o concurso público seja a porta de entrada não só na prefeitura, mas também
no Banco do Brasil. Se acabarmos com o concurso como porta de entrada,
abriremos caminho para o apadrinhamento”, argumentou.
No
entanto, o líder do governo, José Guimarães (PTCE), afirmou que a aprovação do
destaque não irá impedir que o projeto se aplique a empresas públicas e
sociedades de economia mista. Para ele, não é necessário haver, no texto,
artigo que diga expressamente que as regras se aplicam a essas categorias.
O
petista citou o artigo 173 da Constituição Federal, que diz que empresas
estatais que exploram atividade econômica estão sujeitas ao regime jurídico das
empresas privadas. “Esse projeto de terceirização é um regime jurídico aplicado
às empresas privadas e deverá ser aplicado também às empresas públicas, ao
Banco do Brasil, à Petrobras. Esse destaque não terá qualquer incidência nos
serviços terceirizados dessas empresas”, defendeu.
O
PMDB defendeu a manutenção do texto original.
Para o vice-líder do partido, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), a
retirada das empresas públicas das regras que flexibilizam a terceirização vai
prejudicar a competitividade e “otimização” de recursos.
“É
um retrocesso. Significa engessar a máquina pública indireta. A direta, sim,
tem que ter concurso, mas na indireta não. Vamos engessar num momento em que
temos que racionalizar e otimizar recursos”, afirmou.
O
relator do projeto, deputado Arthur de Oliveira Maia (SD-BA), se irritou com o
apoio do PT ao destaque. Segundo ele, foi o próprio governo que pediu a
inclusão das empresas públicas e sociedades de economia mista nas regras que
permitem terceirizar qualquer atividade.
“Já
que o PT prefere fazer o discurso contra o governo, não sou eu, que sou
deputado de oposição, que vou apoiar o pedido que tinha sido feito pelo
governo”, disse, defendendo a aprovação do destaque.
Criticada
pelo PT e por parte das centrais sindicais, mas defendida por empresários e
outros sindicatos, a proposta que regulamenta a terceirização permite que
empresas contratem trabalhadores terceirizados para exercer qualquer função.
Atualmente, esse tipo de contratação é permitida apenas para a chamada
atividade-meio, e não atividade-fim da empresa, como, por exemplo, equipes de
segurança e limpeza.
O
texto sob análise da Câmara põe fim a essa limitação, permitindo que qualquer
funcionário passe a ser terceirizado, mesmo quando ele exerce a atividade
principal da companhia.
Votação adiada
O
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, decidiu adiar para esta
quarta-feira, 15, a votação dos destaques ao projeto que regulamenta a
terceirização. A pedido dos líderes, os 23 destaques restantes serão retomados
a partir das 16 horas. “Realmente, o prazo para apresentação de destaques
terminou hoje, às 14 horas, e há muitas votações cruzadas, precisamos de tempo
para saber o que precisamos votar, porque uma votação pode prejudicar outra que
se valia da mesma emenda já rejeitada”, disse Cunha.
Questionado
se a votação poderia ser adiada para a próxima semana, o presidente da Câmara
disse que não acredita nesse adiamento. Apesar de o Plenário ter votado apenas
um estaque nesta terça-feira e de haver ainda 23 pela frente, Cunha prevê que,
em 10 votações, será possível analisar todos e terminar a análise da proposta
na Câmara.
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Essa noticia deixa muito consadS tristeS.
ResponderExcluirCileno Borges JÁ FOI UM GRANDE PASSO PARA CONSOLIDAR O ACESSO A CERTAS ATIVIDADES, DENTRE ELAS A GUARDA PORTUÁRIA, SOMENTE POR CONCURSO PUBLICO. MAS, O OBJETIVO É MANTER AS ATIVIDADES FINS FORA DESSE PROCESSO FAMIGERADO DE TERCEIRIZAÇÃO. E, COM CERTEZA, CONSEGUIREMOS VENCER MAIS ESSA BATALHA.
ResponderExcluirJÁ FOI UM GRANDE PASSO PARA CONSOLIDAR O ACESSO A CERTAS ATIVIDADES, DENTRE ELAS A GUARDA PORTUÁRIA, SOMENTE POR CONCURSO PUBLICO. MAS, O OBJETIVO É MANTER AS ATIVIDADES FINS FORA DESSE PROCESSO FAMIGERADO DE TERCEIRIZAÇÃO. E, COM CERTEZA, CONSEGUIREMOS VENCER MAIS ESSA BATALHA.
ResponderExcluircileno borges