Acontece
hoje, em São Paulo, uma plenária nacional dos movimentos sociais para convocar
e preparar as mobilizações que vão tomar as ruas não só no dia 1º de maio, Dia
do Trabalhador, mas também na próxima semana, no dia 7 de abril, para impedir a
votação do Projeto de Lei 4.330/04, que escancara a terceirização, e
conscientizar a sociedade sobre o prejuízo que esse PL representa para a classe
trabalhadora.
Os
atos também serão em defesa da democracia, dos direitos dos trabalhares, da
Petrobrás e das reformas política – essencial para o combate à corrupção –,
agrária e da comunicação.
O
ato desta terça-feira marcará o lançamento do Movimento por Mais Democracia,
Mais Direitos e Combate à Corrupção. Já no dia 7, entidades sindicais ligadas à
CUT e à CTB vão ocupar o Congresso Nacional, a partir das 10h, contra a
aprovação do PL 4.330, previsto para entrar em pauta nesse dia (a proposta tira
direitos dos trabalhadores e precariza as condições de trabalho, permitindo,
inclusive, a terceirização das atividades-fins das empresas) e também em
protesto às Medidas Provisórias 664 e 665, que reduzem direitos trabalhistas e
previdenciários.
A Guarda Portuária
O
representante nacional da categoria junto a Federação Nacional dos Portuários
(FNP) e diretor do Sindicato da Guarda Portuária do Espírito Santo
(SINDGUAPOR), Jorcy de Oliveira, esteve em Brasília, para mais uma vez, debater
com parlamentares, o grande risco da terceirização da Guarda Portuária, caso
seja aprovado o PL 4.330/2004. Jorcy de Oliveira esteve com alguns deputados no
intuito de resguardar a categoria, caso o PL seja aprovado.
O
Deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), grande defensor das causas da Guarda
Portuária, se comprometeu a apresentar em Plenário uma emenda que visa resguardar
a Guarda Portuária, que já está regulamentada e desempenha um papel de suma
importância nos Portos Públicos da Nação e que são áreas de Segurança Nacional.
A apresentação será realizada quando for feita a apreciação do PL 4.330/2004.
O
Deputado Sérgio Vidigal (PDT-ES) e a sua Chefe de Gabinete, Ada Maria Morais,
defenderam a apresentação de uma emenda a uma Medida Provisória, o que
tramitaria de forma mais rápida. A emenda está sob análise.
PL transformando a
portaria em Lei
O
Deputado Federal Glauber Braga (PSB-RJ) vem estudando com sua equipe a
possibilidade de apresentar um Projeto de Lei (PL) que transforme as Portarias
121/2009 e 350/2013 em lei, porém, segundo a assessoria legislativa, tal proposta só poderá ser colocada em mesa a partir do Poder Executivo. Para
isso, o deputado irá fazer uma preposição ao executivo, que terá 30 dias para
se manifestar. “Estamos fazendo um trabalho conjunto com a Associação dos
Guardas Portuários do rio de Janeiro (AGPERJ)”, disse Jorcy.
O diretor da FNP também forneceu alguns documentos sobre a Guarda Portuária ao chefe de
gabinete, Pedro Filho, e falou sobre os risco à segurança portuária caso o PL 4.330/2004
seja aprovado e sobre a alternativa proposta pelo deputado.
Parecer da PGR reforça
luta contra a terceirização
Parecer
da Procuradoria-Geral da República (PGR) considera fraude à legislação
trabalhista a terceirização de atividade-fim em empresas. O posicionamento foi
dado em recurso que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a
terceirização do processo produtivo da madeira pela empresa Celulose Nipo
Brasileira S/A (Cenibra). “A interposição da pessoa jurídica prestadora dos
serviços [na atividade-fim] é mecanismo de fraude”, diz o parecer, assinado
pelo subprocurador-geral da República, Odim Brandão Ferreira, e aprovado pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A decisão que for tomada no STF
terá impacto direto na discussão sobre terceirização de mão de obra no país,
pois dará repercussão geral ao tema.
Ao
se posicionar contra o recurso da Cenibra, a Procuradoria-Geral da República
cita a súmula 331 do TST, que proíbe a terceirização de atividade-fim; alguns
artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que definem as relações
entre empregador e empregado; a Constituição Federal; e expõe a falta de
cabimento do recurso, afirmando que não há assunto de âmbito constitucional a
ser tratado na questão da terceirização.
O
parecer cita, ainda, a legislação de França, Espanha e Alemanha como exemplos
de critérios utilizados para o reconhecimento do vínculo de trabalho. Nos três
países, a percepção é de que existe a relação empregatícia direta entre quem
presta o trabalho e quem se beneficia dele.
Com
um total de 150 páginas, o parecer apresenta outros argumentos jurídicos de
aspecto processual para convencer os ministros do STF.
ACP
Na
ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a Cenibra
foi condenada em todas as instâncias da Justiça do Trabalho. No recurso
extraordinário no STF, que recebeu parecer contrário da PGR, a empresa tenta
derrubar decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que declarou a
nulidade de recurso da empresa naquele tribunal.
Atividade-fim
A
legislação e a jurisprudência atuais proíbem a terceirização em atividade-fim,
ou seja, a atividade principal da empresa. No caso da Cenibra, as atividades
relacionadas ao corte e manuseio da madeira são atividade-fim, já que a empresa
produz celulose. Daí a iniciativa do MPT de mover a ação quando foi constatado
que os trabalhadores que atuavam nessas tarefas eram contratados por empresas
terceirizadas. A decisão do STF sobre o tema, com a repercussão geral dada ao
processo, será decisiva para essa discussão. A proibição também está sendo
questionada em projeto de lei que tramita no Congresso Nacional e que pretende
liberar a terceirização para todas as atividades.
O nosso papel é manter informado àqueles que nos acompanham, de todos
os fatos, que de alguma forma, estejam relacionados com a Guarda Portuária e a
Segurança Portuária em todo o seu contexto, não cabendo a esse Portal a emissão
de qualquer juízo de valor.
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serão aceitos comentários anônimos.
O RISCO É GRANDE REALMENTE.
ResponderExcluirAGORA, TALVEZ ENTENDAMOS PORQUE ATÉ O MOMENTO NENHUM GOVERNO NUNCA SE INTERESSOU PELA FEDERALIZAÇÃO DA GUARDA PORTUÁRIA.
FORÇA BICENTENÁRIA E ATIVIDADE FIM NAS EMPRESAS ESTATAIS.
CILENO BORGES