A
Companhia Docas de Santos (CDS), que construiu e explorou o Porto de Santos de
1888 a 1980, tem sua atuação durante a ditadura militar investigada pela
Comissão Estadual da Verdade, da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Em
depoimento na última segunda-feira (02), durante audiência da comissão, na
Capital, antigos trabalhadores da companhia disseram ter sido perseguidos e
demitidos após greves na empresa. E relataram a presença de militares dentro da
firma portuária, na época.
“Temos
vários casos de trabalhadores que foram punidos, não com demissão, mas que
sofreram uma sorte de perseguições. Há trabalhadores, por exemplo, que levaram
20 dias de suspensão”, disse Antônio Fernandes Neto, que pesquisou a história
dos portuários de Santos durante a ditadura.
Um
dos pedidos feitos por portuários, durante a audiência, foi para que a Docas
abrisse seus documentos referentes à ditadura militar. O pedido deverá ser
encaminhado pela comissão à Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp),
que assumiu as funções da CDS em 1980, quando a concessão para a exploração do
Porto de Santos terminou.
A
Docas de Santos continua em atividade, mas não atua mais no Porto de Santos.
Ela diversificou seus negócios, atuando nas áreas petrolífera, de energia
elétrica, reparos navais e logística portuária especialmente no Rio de Janeiro.
Representando
a Codesp na audiência, Rodrigo Octavio Franco Morgero, do Departamento Jurídico
da empresa, disse que esse tema era desconhecido pela direção: “Desconhecemos,
em caráter oficial, a presença de qualquer órgão de repressão dentro da
companhia”, afirmou ele, durante a audiência pública.
Sobre
o pedido feito pelos trabalhadores de abertura dos arquivos, Morgero não soube
dizer se ele poderá ser atendido pela empresa, mas que isso será analisado.
Fonte: Jornal A Tribuna
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