As autoridades que atuam
no porto estão corrompidas. Empregados e usuários conclamam por uma operação da
Polícia Federal nos portos brasileiros.
O
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos presos da
Operação Lava Jato, afirmou que “o que acontecia na Petrobras, acontece no país inteiro”. Acrescentou que resolveu fazer a delação premiada depois de passar
seis meses preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
“Até
que resolvi fazer a delação de tudo o que acontecia na Petrobras, e não só na
Petrobras. Isso está no noticiário: o que acontecia na Petrobras acontece no
Brasil inteiro - nas rodovias, nas ferrovias, nos “portos”, nos aeroportos, nas
hidrelétricas. Isso acontece no Brasil inteiro. É só pesquisar. É só pesquisar
porque acontece”, afirmou.
A
Operação Porto Seguro, deflagrada no dia 23 de novembro de 2012 pela Polícia
Federal, que realizou buscas em órgãos federais no Estado de São Paulo e em
Brasília desarticulou uma organização criminosa que agia para conseguir
pareceres técnicos fraudulentos com o objetivo de beneficiar interesses
privados, foi uma das ações que comprovaram a existência de corrupção no porto.
Além
dos servidores da Anvisa, o envolvimento de integrantes da Polícia Civil,
Polícia Federal, Receita Federal e Guarda Portuária, em várias ocasiões, são
alvos de investigações policiais ou por parte do Ministério Público.
A
participação em atos de corrupção dos integrantes das diversas autoridades, ao
qual competem o policiamento, a segurança e a fiscalização no Porto de Santos,
tem que ser tratada de forma equânime.
O
recebimento de propina, como era recebida pelos servidores da Anvisa, para
agilizar a operação, também é alvo de denúncias e investigações envolvendo outras
autoridades, no entanto, as que mais comprometem a segurança são referentes ao
envolvimento de agentes no roubo de carga, roubo de veículos e tráfico de
drogas.
Policiais Civis
No
mês de agosto deste ano, um caminhoneiro, ex-policial civil, foi preso por suspeita de roubo de carga. Não faz muito tempo, um integrante da Polícia Civil
foi alvo de vários registros policiais em virtude do seu envolvimento na “máfia
do óleo” que atua no Porto de Santos. Essa “máfia”, inclusive responsável por
algumas mortes, atua no meio das empresas responsáveis pela retirada de resíduo
oleoso dos navios atracados.
Auditores da Receita não
escapam
Em
todos eles a PF diz ter descoberto pagamentos de propinas a auditores da
Receita Federal e a despachantes aduaneiros, sempre para facilitar a entrada de
mercadorias no país.
Policiais Federais também
são alvos
Em
2008, durante a Operação Avalanche, dois delegados e três agentes, da PF que
atuavam em Santos, sendo dois aposentados, bem como um investigador da Polícia
Civil foram presos.
Guardas Portuários são
envolvidos
A
Guarda Portuária é outra instituição assediada por bandidos e corruptos que
atuam no porto. Denúncias de recebimento de propina são constantemente
recebidas pela ouvidoria da Codesp, Ministério Público, Polícia Civil e Polícia
Federal.
Guardas
portuários já foram presos por suposto envolvimento em embarque de cocaína em
navios e por desvio de carga em terminais do Porto.
Em
2008, um guarda portuário teve o seu nome envolvido como suspeito de um desvio
de carga de um terminal portuário localizado na área do Saboó. O esquema é
popularmente chamado de “bate e volta”. O contêiner é retirado do terminal, a
sua carga é desviada e depois volta para ser armazenado, vazio ou com areia.
No Rio de Janeiro também
Em
2010, durante a Operação Poseidon, a Polícia Federal prendeu no Rio três
auditores fiscais e um guarda portuário acusados de pertencer a uma quadrilha
que permitia a distribuição de produtos contrabandeados da China. A PF chegou
também a pedir a prisão de um policial federal que, com outras pessoas,
escoltava os caminhões carregados com as mercadorias. O esquema funcionava a
partir do Porto do Itaguaí, de onde chegavam os produtos chineses.
É
certo que bons e maus elementos fazem parte de todas as instituições, e por
mais que as instituições busquem a não divulgação, pelo menos uma parte delas
se tornam conhecidas do grande público.
Operação Porto Limpo
A
Corrupção é grande, assim como o corporativismo das instituições. Nem tudo o
que ocorre é sabido, nem tudo o que é sabido é provado, nem tudo o que é
provado é investigado, nem tudo o que é investigado é condenado, nem tudo o que
é condenado é divulgado. O que a mídia divulga não é nem 10% do que acontece
nos bastidores do porto.
O
povo brasileiro tem a esperança que a Operação Lava a Jato inicie uma nova fase
para o país, e a comunidade portuária espera que essa lavagem pública seja
estendida aos portos.
O
filme “Sindicato de Ladrões”, de Elia Kazan, protagonizado por Marlon Brando
pode ser inspiratório para que os homens de bem se unam para combater o que
existe hoje nos portos brasileiros.
Ele
Conta a história da luta contra a corrupção que tomou conta de um sindicato de
estivadores na década de 50. Ninguém mais conseguia trabalho se não se
submetesse à máfia. Os trabalhadores se tornaram apáticos, perderam a dignidade
e a esperança. As coisas só começaram a mudar quando Terry, personagem
interpretado por Marlon Brando, revolve delatar toda a corrupção que ocorre no
Porto de Nova York. No começo, com medo, os estivadores hostilizam os colegas
que denunciam o esquema. Aos poucos, descobrem que são muitos contra poucos,
vencem a apatia e acabam com os mafiosos.
Aproveitando
a situação vivida no país, a convocação não deve ser limitada apenas aos
funcionários da Petrobras, mais sim a todos os brasileiros, pois a corrupção
está impregnada neste país.
Os
trabalhadores e usuários nos portos brasileiros conclamam por uma “Operação
Porto Limpo”, deflagrada pela Polícia Federal, a fim de acabar com os ratos
alojados na beira do cais.
ANTIGAMENTE NA DITADURA SE DIZIA QUE A CORRUPÇÃO FAZ PARTE DO BRASIL
ResponderExcluirMAS HOJE NA DEMOCRACIA SE DIZ QUE O BRASIL FAZ PARTE DA CORRUPÇÃO.
QUANDO QUE NOS B BRASILEIROS VAMOS APRENDER A VOTAR.
"Uma sociedade de carneiros acaba gerando um governo e lobos" - Victor Hugo
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