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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

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ACUSADO DE MATAR PORTUÁRIO SE APRESENTA



Trabalhador portuário avulso (TPA), integrante da capatazia, Sílvio Justino dos Santos, de 45 anos, compareceu à 5ª Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur), do Porto de Santos, para confessar o homicídio a facadas de um colega, em frente ao posto de escalação no Saboó, no último dia 8.
Acompanhado do advogado Armando de Mattos Júnior, Sílvio apresentou uma versão de suposta legítima defesa para justificar os golpes que desferiu em Émerson Fernandes de Souza, de 42 anos. A vítima chegou a ser levada ao Pronto-Socorro Central, onde faleceu logo após dar entrada.
Como não houve flagrante e nem há mandado de prisão contra o acusado, ele foi liberado após ser interrogado e indiciado pela delegada Juliana Buck Gianini. Ele deverá aguardar a júri popular em liberdade, estando sujeito a pena de 6 a 20 anos de reclusão, na hipótese de condenação.
O homicídio aconteceu no início da noite, em frente ao posto do Órgão de Gestão de Mão de Obra (Ogmo). Sílvio e Fernando, além de outros trabalhadores, ali estavam para obter a escala de trabalho, quando houve uma confusão envolvendo outra pessoa, conforme contou o acusado.
De acordo com Sílvio, uma falha no sistema impossibilitou a leitura do cartão de um trabalhador, gerando reclamações de outras pessoas receosas em perder sua posição na escalação. Um dos que protestaram foi Fernando, que ainda xingou o colega cujo cartão apresentou a falha.
Sob a alegação de que apenas quis apaziguar, Sílvio pediu para Émerson se acalmar, mas angariou a fúria do colega. O acusado disse que a vítima o xingou e ainda prometeu agredi-lo na parte externa do Ogmo. Momentos depois, após ambos terem obtido suas escalas de trabalho, houve o crime.
Sílvio contou que já havia entrado em seu carro, estacionado em frente ao Ogmo, quando Émerson correu em direção ao veículo gritando “agora eu quero ver se você é homem”. O acusado ainda disse que levou um chute na perna e só não foi agredido no rosto, porque desviou a tempo de um soco.
No momento em que Émerson teria tentado pela segunda vez dar um soco no rosto de Sílvio, o acusado pegou uma faca que transporta no carro, destinada a “descascar laranja”, e golpeou a vítima, sem saber informar a quantidade de vezes.
Após o crime, Sílvio escapou com o carro e ligou para a sua mulher para lhe dizer que havia feito uma “besteira” e “furado uma pessoa”. Com medo de ser preso, o acusado estacionou o automóvel na Rua Campos Sales, jogando a faca no canal dessa via, e prosseguiu a fuga a pé.
Inicialmente, o acusado foi até a casa de um irmão em Guarujá, seguindo na mesma noite para a residência de uma cunhada, na Zona Leste de São Paulo, onde permaneceu até decidir se apresentar à Polícia Civil acompanhado de advogado.
Sílvio acusou Émerson de registrar um “histórico de problemas” com colegas de trabalho, prevalecendo-se sempre do porte físico avantajado. O acusado, por fim, indicou os nomes de colegas que teriam testemunhado a confusão dentro do Ogmo e o homicídio fora do posto de escalação.





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