A
Polícia Federal deflagrou na manhã da última terça-feira (11) a Operação Saga,
que investiga a ação de pessoas relacionadas à Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), acusadas de fraude na liberação de cargas no Porto de
Santos.
Suplementos
alimentares e outros itens relativos à alimentação eram os principais alvos do
esquema, porém, não estão descartados produtos cosméticos e até medicamentos, cujos
fornecedores subornavam agentes para ter entrada mais rápida no porto. A
atracação de navios no local sem a devida fiscalização também era liberada
pelos suspeitos.
"Esses
crimes versavam sobre antecipação da liberação de licenças de importação, as
quais a Anvisa obrigatoriamente deve emitir, além de uma verificação falha ou
não verificação dessas licenças de importação. Além disso, flagramos que os
certificados de livre prática eram emitidos para navios atracarem no Porto de
Santos sem a fiscalização adequada da Anvisa", explica o delegado federal,
Jorvel Eduardo Albring Veronese.
Segundo
os três delegados federais responsáveis pela Operação Saga – Jorvel Eduardo
Albring Veronese (que presidiu as investigações); Júlio César Baida Filho
(executivo da PF) e Rodrigo Teixeira (coordenador de Segurança Institucional da
Anvisa) - 130 policiais federais – 100 da Baixada e 30 de outras cidades -
participaram das investigações, que duraram oito meses – começaram em fevereiro
último - com denúncias que chegaram à Anvisa em dezembro de 2013.
Os
pagamentos feitos aos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) em troca de facilidades nos processos de licenças de importação
variavam entre R$ 100,00 e R$ 400,00 por liberação, segundo informações do
delegado Veronese.
De
acordo com o delegado, determinados despachantes aduaneiros e empresários
pagavam valores a servidores da Anvisa para furar a fila. O prazo normal para
análise é de 14 dias. "Eles queriam ter seus processos analisados antes da
ordem cronológica onde estavam inseridos. O pagamento era feito através de
dinheiro ou através de determinados benefícios, como viagens ou
presentes".
“Esses
valores eram estipulados de acordo com urgência e o produto. Pelo que podemos
perceber, a Livre Prática tinha o preço fixo de R$ 3 mil”, contou. Livre
Prática é a emissão, pela Anvisa, do certificado que atesta as condições
sanitárias do navio e autoriza sua atracação, mediante vistoria.
Veronese
disse que teme ainda pela questão da saúde pública, já que vários produtos vindos
do exterior não foram fiscalizados corretamente. "Quando se tem um
procedimento regular estabelecido pela Anvisa, e ele não é cumprido
corretamente, a lógica nos faz crer que possa haver prejuízos para a saúde
pública”.
"A
falta de fiscalização acarreta um prejuízo para a população, que consome
produtos que não se sabe se possuem certificados", comentou também Rodrigo
Teixeira, coordenador de segurança institucional da Anvisa.
Mandados
Foram
expedidos sete mandados de prisão preventiva, 11 de condução coercitiva
(conduzir à delegacia contra a vontade) e 22 de busca e apreensão, determinados
pela Justiça Federal, nas cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande e
Guarujá. As capitais dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do
Sul também abrigam investigados.
Sete
pessoas foram presas, sendo três servidores e quatro ex-servidores da Anvisa –
um de Praia Grande, um de São Vicente, um de Guarujá e quatro de Santos.
De
acordo com a PF, os suspeitos poderão responder por crime de corrupção ativa e
passiva, tráfico de influência e violação de sigilo funcional, contrabando e
formação de quadrilha. "Cada caso será analisado separadamente. Ainda não
podemos dimensionar a quantidade do que foi apreendido, somente com o fim da
investigação teremos essa resposta. Pode até ser que esses produtos sejam
regularizados, mas havia uma facilitação irregular para entrada deles e quem
cumpre as regras é prejudicado", disse Teixeira.
A
investigação teve início em fevereiro de 2014 e o nome Saga veio do sistema de
informática denominado Sagarana, utilizado pela Anvisa para a automação das
fiscalizações em portos, aeroportos e fronteiras.
O
nome das pessoas presas e os endereços onde tais mandados foram cumpridos não
foram divulgados pela Polícia Federal. Segundo
a PF, com os acusados foram apreendidos computadores, documentos, R$ 60 mil em
dinheiro e 15 mil dólares.
Apesar
de ser deflagrado em três estados distintos do Brasil, o foco da operação foi a
Baixada Santista. Dos 130 policiais federais envolvidos, 100 deles atuaram nas
cidades da Baixada Santista.
De
acordo com o presidente das investigações, o fato de o Porto de Santos ser o
responsável por mais de um 1/3 de todo o comércio internacional brasileiro faz
com que sempre seja uma das principais escolhas das quadrilhas especializadas
em importações e exportações ilegais.
As
diligências da operação seguem em andamento e novas prisões poderão ocorrer com
o passar dos dias e meses.
Defesa
Por
meio de nota, os advogados Ariel de Castro Alves e Francisco Lúcio França, que
atuam para o Sindicato dos Servidores Federais da Previdência Social e Saúde
(Sinsprev) afirmam que estiveram o dia todo na sede da PF em Santos
acompanhando os depoimentos dos servidores federais da Anvisa investigados na
operação. Segundo os advogados, eles negam que tenham cometido os crimes aos
quais são acusados.
CARVALHAL SE A PF FOR APURAR TODAS AS FALCATRUAS NOS PORTOS BRASILEIROS A FUNDO IRIA MUITA GENTE PARA CADEIA. TRISTE DE NOS QUE DENUNCIAMOS O QUE ACONTECE NOS PORTOS BRASILEIROS E SOMOS PUNIDOS POR DIZER A VERDADE.
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CARVALHAL SE A PF FOR APURAR TODAS AS FALCATRUAS NOS PORTOS BRASILEIROS
ResponderExcluirA FUNDO IRIA MUITA GENTE PARA CADEIA.
TRISTE DE NOS QUE DENUNCIAMOS O QUE ACONTECE NOS PORTOS BRASILEIROS E
SOMOS PUNIDOS POR DIZER A VERDADE.