Em
uma operação ousada, ladrões furtaram oito quilômetros de cabos das linhas de
transmissão da Usina Hidrelétrica de Itatinga, que fica em Bertioga e é
responsável por fornecer a maior parte da eletricidade consumida no Porto de
Santos. O crime aconteceu na madrugada de segunda-feira (16), interrompendo o
abastecimento. A previsão da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) é
de que o serviço seja restabelecido nesta terça-feira (18), até as 12 horas.
A
usina, construída em 1910, é destinada ao fornecimento da energia necessária às
operações portuárias, à iluminação do cais, aos armazéns e aos escritórios da
administração portuária.
A
transmissão é feita por cabos, que atravessam uma mata de difícil acesso em
Bertioga. Na madrugada de segunda, a Codesp identificou a interrupção do
fornecimento da energia. A primeira suspeita era de que um raio, vento forte ou
algum animal tivesse prejudicado o serviço.
Após
várias tentativas de restabelecimento, a estatal deslocou agentes da Guarda Portuária ao local, ainda de
madrugada. Apenas após o amanhecer foi detectado o furto dos fios.
A
surpresa fica por conta da quantidade de fios de alta tensão furtados. Eles
somam oito quilômetros (mais do que a distância entre a divisa de Santos - São
Vicente e o Ferry Boat, que chega a 7,45 quilômetros) e simplesmente sumiram.
Conforme a estatal, foram quatro conjuntos de fios com dois quilômetros de
extensão.
A
suspeita é de que uma quadrilha especializada tenha sido responsável pelo
furto. Além de conhecer bem a mata, os bandidos têm conhecimentos avançados em
eletricidade. Eles conseguiram desarmar o sistema após jogarem uma corrente de
ferro entre os fios, causando um curto-circuito.
Com
isso, conseguiram retirá-los sem o risco de serem eletrocutados. Segundo
comerciantes especialistas em eletricidade, esses fios têm em torno de 40
centímetros de diâmetro.
Abastecimento
Hoje,
Itatinga é responsável por 15 dos 23 megawatts consumidos pelo cais santista.
Os 8 megawatts (quase 35%) restantes são obtidos por concessionárias de energia
elétrica. Na Margem Direita (Santos) a compensação é feita pela CPFL. Já na
Margem Esquerda (Guarujá), as redes são segregadas e os terminais recebem
energia, além da usina, das concessionárias CPFL e Elektro.
Com
a interrupção na transmissão da usina, apenas as concessionárias estão
fornecendo energia ao Porto. Por isso, a Codesp pediu ao Sindicato das
Operadoras Portuárias do Estado de São Paulo (Sopesp) que informasse suas
associadas sobre a necessidade de racionar o consumo de eletricidade em suas
instalações. Três terminais de contêineres afirmaram que suas operações não
foram afetadas pela queda no serviço de Itatinga.
Fonte:
Jornal A Tribuna
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