Greve de Docas, com operação
padrão da Guarda Portuária, afetará portos do RJ na próxima semana.
Após
assembleia realizada em 10 de setembro de 2014, o Sindicato dos Portuários do
Rio de Janeiro decidiu fazer greve de advertência de 48 horas, a partir das 07
horas da manhã do dia 16/09 até às 07 horas do dia 18/09.
A
greve da Companhia Docas do Rio e Janeiro (CDRJ), que se repete todos os anos,
infelizmente, já faz parte do calendário da comunidade portuária do Rio de
Janeiro. Se a greve fosse apenas dos funcionários da administração de Docas,
não existiriam grandes impactos às operações portuárias. Todavia, a operação
padrão realizada pela Guarda Portuária,
que visa causar impactos nas rotinas de entrada e saída de caminhões nos portos
administrados pela CDRJ (Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói e Angra dos Reis),
prejudica sobremaneira os terminais e, principalmente, os usuários que sofrem
para entregar e retirar as suas mercadorias dos portos, isso quando não perdem
embarques de exportação, ou quando são obrigados a pagar períodos adicionais de
armazenagem na importação. Essa operação padrão consiste em tornar os trâmites
de entradas dos caminhões o mais lento possível.
As
últimas greves de advertência da CDRJ, com operação padrão da Guarda Portuária, levaram 24 horas.
Porém, a greve marcada para a próxima semana será maior e é um indicativo de
que a paciência dos trabalhadores da empresa está se esgotando, trazendo o
risco de que tenhamos, em breve, uma greve por tempo indeterminado, com operação
padrão durando dias e mais dias.
A
CDRJ, ao que tudo indica, perdeu a capacidade de negociar com seus
funcionários. O dissídio coletivo da categoria, que acontece no mês de junho de
cada ano, é perfeitamente possível de ser previsto e as negociações antecipadas
para março. Porém, a empresa deixa para ver as reivindicações dos portuários
justamente no mês decisivo, isso quando não atrasa o inicio do das negociações
para julho ou agosto, ainda assim, atuando com total lentidão. No final, temos
um jogo de empurra que envolve até a Secretaria Especial de Portos (SEP). Agora
respondam: Vendo a forma com a qual a CDRJ atua nos portos do Rio de Janeiro,
podemos culpar os trabalhadores? É óbvio que não.
As
principais reivindicações dos portuários são: Aumento real de 5% sobre o
salário; manutenção das cláusulas anteriores do Acordo Coletivo de Trabalho
2013/2014; aumento real de benefícios (vale refeição, auxílio creche, auxilio
educação ensino fundamental e médio); incentivo ao ensino superior para
qualificação dos empregados; reenquadramento do Plano de Cargos e Salários para
ativos e inativos; complementação de aposentadoria para viúvos e viúvas a
partir do falecimento, dentre outros.
Aos
transportadores rodoviários, pedimos que, na medida do possível, evitem
agendamentos para entrega e/ou retirada de cargas e containers nos dias de
paralisação, principalmente no Porto do Rio de Janeiro, cuja região encontra-se
muito afetada pelas obras do Porto Maravilha, que contempla a derrubada do
viaduto da Perimetral e o consequente fechamento da Avenida Rodrigues Alves,
dificultando os acessos ao Centro.
Nos
casos em que os vencimentos das armazenagens de importação e deadlines de
exportação estiverem vencendo nos dias de Greve de Advertência, sugerimos
evitar os agendamentos nos períodos de pico (manhã e final de tarde), bem como
utilizar, preferencialmente, o novo acesso pelo viaduto de Benfica, para que se
chegue aos Tecons pelo bairro do Caju, aliviando o cúmulo de veículos na
Avenida Rio de Janeiro e os impactos ao portão 24, que quase foi fechado no ano
passado.
Pedimos
aos usuários exportadores e importadores que conversem com seus
transportadores. Aos terminais, pedimos tolerância e razoabilidade com
eventuais atrasos e maior disponibilização de janelas fora dos horários de
pico.
Como
as greves acontecem todos os anos, deve ser levado em consideração a sua
previsibilidade e, portanto, a descontinuidade dos serviços que cabem a CDRJ.
Trata-se de agressão aos direitos básicos dos usuários no sentido de receberem
serviços adequados, observância dos padrões de regularidade, continuidade e
eficiência. Ora, toda concessão pressupõe prestação de serviço adequado ao
pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido em Lei, nas normas
pertinentes e nos respectivos contratos. Dessa forma, como os usuários estão
sendo agredidos, comunicaremos o fato à Superintendência de Portos da ANTAQ
para que as providências cabíveis sejam tomadas, incluindo sanções a serem
aplicadas sobre a CDRJ, que é a grande responsável pelo problema.
Fonte:
André de Seixas / Site dos Usuários dos Portos do Rio de Janeiro (UPRJ)
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