Sede da Companhia Docas do Pará - CDP (Foto: Roberto R. Pereira)
Os
guardas portuários da Companhia Docas do Pará (CDP) achavam que com a saída de
Carlos José Ponciano da presidência da empresa teriam melhores dias, mas o que
se vê é que a ditadura continua, pois cortaram a árvore, mas deixaram as
raízes.
Não
há termos para qualificar a maneira como os guardas portuários da CDP, em
especial do Terminal Petroquímico de Miramar, vêm sendo tratados pelos últimos
Gerentes de Segurança – GERSEG, pelo menos nesses últimos quatro anos.
Perseguição e Assédio Moral
continuam assolando a CDP
Segundo
relatos recebidos pelo Portal Segurança Portuária Em Foco, o atual Gerseg, Francisco
Martins, vem seguindo o caminho de Gilson Silva, aquele que mudou o regulamento
da Guarda Portuária e foi acusado de fazer espionagem a mando do então
presidente Ponciano.
Martins
prejudicou drasticamente o posto “cadastro”, retirando a mão de obra terceirizada
que lá atuava e era contratada (há décadas) exclusivamente só para aquela
finalidade, precarizando o serviço, mão de obra que é mantida nos postos “cadastros”
de outros portos (Porto de Vila do Conde e Porto de Outeiro).
Segundo
os guardas portuários ouvidos, ele, sem conhecimento e anuência da Diretoria
Executiva - DIREX - da CDP e descumprindo o Plano de Segurança aprovado pela Comissão
Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis -
CONPORTOS, simplesmente passou, por conta própria, a não escalar mais ninguém
exclusivo para o posto “cadastro”, determinando que o guarda de serviço na
portaria abandone os portões de acesso e assuma aquele posto todas as vezes que
tiver que receber documentos, fazer códigos de acesso e listagens de
tripulantes, tudo isso mesmo havendo duas portarias em Miramar, pedestres e
veículos, onde o fluxo de pessoas, veículos, materiais e equipamentos são
constantes.
Mas agora é demais
Segundo
dizem, agora Martins remanejou, sem qualquer tipo de discussão (contrariando
até mesmo a forma de fazer gestão que vem sendo adotada pelo atual presidente
da CDP, o diálogo) o vestiário e os armários dos guardas portuários lotados
neste Terminal para longe de tudo e de todos, não respeitando a logística,
rotina e operacionalidade de serviço dos guardas portuários, e o que é o pior,
o "novo vestiário" passa agora a ser o espaço que vinha, desde sua
inauguração já a alguns anos, destinado aos terceirizados do setor de limpeza e
conservação do Terminal, ao passo que estes foram alojados no vestiário
feminino, mesmo tendo 12 trabalhadoras, entre efetivas, estagiárias e
terceirizadas atuando na instalação. Provavelmente a finalidade desse vestiário
feminino para uso masculino não é do conhecimento nem da DRT e nem da ANVISA.
Materiais e equipamentos dos guardas ficaram jogados na sala do cadastro, em uma mesa ou no chão
Mas
o detalhe é que só em Miramar adotou-se essa medida dos pertences e objetos
pessoais e equipamentos de proteção individuais – EPIS - (como coletes
balísticos; cintos de guarnição; coturnos; capacetes; fardamentos; coldres;
portas algemas, tonfas e sprays de pimenta; óculos de proteção contra
partículas e ultra violeta; capas de chuva; cordéis com apito; distintivos,
jaquetas do frio; gorros, etc) guardados nos armários da guarnição ficarem
longe dessa, cujo ponto estratégico sempre foi em salas do prédio situado na
portaria de entrada.
Logística
diferente da adotada pelo supervisor de operações do Terminal de Miramar, que
há anos cede sua sala para que fiquem os armários dos oito plantonistas do
Terminal, o que facilita e muito a operacionalidade do trabalho desses
plantões, já que a sala onde atuam fica ao lado da sala da referida supervisão.
CDP descumpre ISPS-CODE, CLT
e o TAC com o MTE
Terminal Portuário de Outeiro
Guardas
portuários lotados no Porto de Belém e que também atuam, eventualmente, no
Terminal Portuário de Outeiro – TPO - procuraram o portal SEGPORTEMFOCO para
informar que a Cia Docas do Pará – CDP, desde o dia 11 de agosto desse ano vem
determinando, através do Supervisor de Segurança Portuária titular dessa
instalação – SSPOUT – de nome Francisco Lima, que vigilantes atuem na portaria
do terminal, em conjunto com os guardas portuários, já que duas das quatro
turmas estão reduzidas a apenas um guarda escalado por turno de serviço. plantões
Essa
determinação expressa do SSPOUT consta em inúmeros no livro de
ocorrências do posto de serviço das portarias pedestre e veículos, únicos
postos no Terminal onde atualmente atuam integrantes da Guarda Portuária.
Porém, antes da data acima citada, guardas lotados no próprio TPO eram
convocados para serviço extraordinário para que houvessem sempre dois guardas
escalados.
Tal
medida do SSPOUT, além de fazer a CDP pagar um posto armado (GALPÃO) que fica
descoberto e com muitas cargas armazenadas, já que o vigilante é deslocado para
a portaria, descumpre duas vezes o Termo de Ajuste de conduta – TAC - firmado
em 2006 (e aditado em 2008) entre a CDP e o Ministério do Trabalho e Emprego –
MTE – já que por este termo a CDP deve se abster da mão de obra terceirizada
nas áreas internas dos portos certificados e alfandegados, principalmente nos
portões de acesso, sob pena de pagar R$10.000,00 de multa diária por
trabalhador irregular encontrado atuando nessas áreas e nos postos destinados a
empregados efetivos, cuja contratação se dê por concurso público,
irregularidade, aliás, já constatada pela fiscalização da ANTAQ em atendimento
à denúncia recente, dia 14 de agosto, no Porto de Belém.
Há
ainda outros 03 postos cobertos por vigilantes, no caso: Monitoramento, Acesso
aos píeres e Píer 100.
Além
disso, nessa situação estabelecida no TPO, os guardas não tem tido o direito ao
intervalo da intrajornada, direito assegurado na CLT, artigo 71, e que a CDP,
devido a várias ações ganhas pelos empregados na justiça para assegurar esse
direito, com essa medida demonstra estar descumprindo ordem judicial,
preferindo agora pagar por uma hora que antes nunca pagou e obrigando aos
trabalhadores terem de fazer suas refeições com pressa ou porque os vigilantes
estão na portaria quando não podem ou porque os supervisores ficam apenas por
alguns minutos, seguindo determinação da Gerência de Segurança - GERSEG,
enquanto os guardas literalmente “engolem” as refeições, sem direito a uma
digna digestão e higiene ou tempo para descansar, já que o intervalo
intrajornada assegurado é de uma hora e livre de quaisquer preocupações com o
serviço durante esse tempo.
Os
próprios supervisores, em assim procedendo, só reforçam ainda mais a não
necessidade de se escalar mais guardas nos portos, cujas deficiências na
segurança os guardas da CDP vêm aqui chamando atenção. Mas, e depois, já que estes supervisores só
ficam ali por alguns minutos de um plantão de 12 horas?
E,
segundo ainda, todos os planos de segurança portuária que tem por base as
avaliações de risco e o cumprimento do ISPS-CODE, determinam que todo e
qualquer portão de acesso a uma instalação portuária certificada pela CONPORTOS
e pela Receita Federal devem conter dois guardas portuários escalados ou um
guarda para cada acesso, e não como a CDP faz hoje, onde deixa os acessos dos
portões descobertos na medida em que só manteve a mão de obra exclusiva dos
postos “CADASTROS” nos Portos de Vila do Conde e Outeiro, passando os já poucos
guardas escalados nos portões de acesso a acumularem e compartilharem tarefas
como atendentes nos cadastros onde, uma vez saindo dos portões para o cadastro,
involuntariamente precarizam e comprometem drasticamente a segurança pública
dos portos paraenses, em especial, os portos da região metropolitana – Porto de
Belém, Terminal Petroquímico de Miramar e Terminal de Outeiro.
Uma
auditoria da Conportos está marcada para o próximo dia 17 de setembro. Será que
vão maquiar tudo de novo? Vão convocar guardas para cumprirem regime
extraordinário para guarnecer todos os postos? Vão enganar a Conportos
novamente?
Sindicatos ou Sindicalistas
Mesmo
tendo um sindicato próprio, não se vê nenhuma ação por parte da entidade na
defesa dos interesses dos seus associados. As denúncias ao Ministério Público e
a Antaq ocorreram por parte dos próprios empregados da empresa e pelos futuros
guardas portuários que lutam para tomarem posse nos seus cargos.
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