Na
última segunda-feira (16) a Guarda Portuária do Porto de Paranaguá realizou a
operação “Tolerância Zero”, em protesto contra a intenção da atual administração
em terceirizar dez postos de serviço.
Os
guardas portuários observaram e cumpriram rigorosamente as Portarias 030/2012
da Alfândega da Receita Federal de Paranaguá e 044/2014 da Administração dos Portos
de Paranaguá e Antonina (APPA), respectivamente, além das demais normas de
controle de acesso de pessoas, veículos e mercadorias, inseridas no ISPS-Code.
O
objetivo da manifestação é a intenção do superintende da APPA insistir em
desrespeitar as orientações da AGU – Advocacia Geral da União, do Ministério do
Trabalho, Ministério dos Transportes, Ministério Público do Trabalho (MPT),
ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários e outras decisões judiciais
sobre a terceirização dos serviços da Guarda Portuária.
Estes
órgãos, manifestam a impossibilidade de terceirização dos serviços da Guarda
Portuária, por entenderem que estes serviços compõem atividade fim das
Autoridades Portuárias, conforme indicam vários pareceres e sentenças:
“Efetivamente
é atividade fim da Administração do Porto, organizar e regulamentar a Guarda
Portuária, a fim de promover a vigilância e a segurança do porto, e desse modo,
resta inviável a terceirização da referida atividade, necessitando-se de
concurso público para a seleção e contratação de empregados públicos” (Gabinete
do Ministro dos Transportes – Yolanda Corrêa Pereira – Consultora Jurídica).
“Em
caso de haver necessidade de contratação de pessoal, somente por concurso
público poderá ser feita essa contratação” (AGU/MT/CONJUR/CGLJ – Guilherme Brum
de Almeida – Advogado da União).
“Em
conclusão, a Guarda Portuária deve ser organizada pelo Administrador do Porto
através de pessoal próprio, contratado a prazo indeterminado e regularmente
treinado e supervisionado.”(Nota Técnica 009 do Ministério do Trabalho e
Emprego)”.
“Expeça-se
mandado de cumprimento, independente do trânsito em julgado, para que a ré se
abstenha de transferir a terceiros a sua obrigação de organizar e administrar a
guarda portuária, devendo promover a substituição do pessoal contratado de
forma terceirizada por funcionários pertencentes a seus quadros no prazo de
seis meses, sob pagamento de multa diária de R$10.000,00, reversíveis ao FAT” (Alzenir
Bollesi de Plá Loeffler - Juíza do Trabalho).
Além
da irregularidade apontada, a atual superintendência já foi alertada pelo Sindicato
dos Trabalhadores Portuários do Estado do Paraná (Sintraport/PR) e pela
Associação da Guarda Portuária, quanto as ações trabalhistas que certamente
advirão pelo próprio motivo já exposto e por reclamações de isonomia salarial
entre vigilantes e Guardas Portuários.
Ao
que parece a atual administração, por intransigência e relutância em respeitar
a lei, mais uma vez estará acarretando prejuízos financeiros, mais passivos
trabalhistas à APPA somados aos prejuízos sociais aos seus servidores e outros
trabalhadores.
Em
paralelo ao movimento, O Sintraport e a Associação da Guarda Portuária, estão também
cobrando do MPT uma resposta a denúncia de terceirização da atividade-fim
proposta pela APPA.
“Também
estamos entrando via judicial para o cancelamento da licitação, visto que após
a reunião (feita após ordem direta do governador ao superintendente) com a
Superintendência, ficou claro que a ideia de recuo esta longe por parte da APPA”
disse Felipe Cordeiro.
Hoje
às 18hs, será votada na Câmara Municipal de Paranaguá, uma
Moção de Apoio, contra a terceirização de postos da Guarda Portuária, proposta
pelo Vereador Arnaldo Maranhão.
Fonte:
Página da Guarda Portuária de Paranaguá / Fecebook
Muito boa a manifestação, pacífica, e com boa repercussão, estamos juntos nessa briga!!!!!
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