Na
última terça-feira (06) a Guarda Portuária do Estado do Espírito Santo deu
início a uma operação de tolerância zero, com base nos normativos do ISPS-Code
– Código Internacional de Segurança de Navios e Instalações Portuárias e da
resolução CONTRAN 14/98, fiscalizando a documentação de todos os condutores e
veículos e as condições de trafegabilidade dos mesmos que adentram os terminais
portuários públicos no Espírito Santo.
A
operação vem ocasionando imensas filas de caminhões no Porto de Capuaba e um
atraso de cerca de 90% (noventa por cento) nas operações dos terminais que lá
operam, inclusive com cancelamento das mesmas. Referida operação tem todo um
respaldo legal e deveria ser feita rotineiramente, não o sendo apenas devido ao
pequeno efetivo da corporação, mas a categoria decidiu em assembleia sindical
que a mesma será por tempo indeterminado até que a SEP/PR – Secretaria de
Portos da Presidência da República e o DEST - Departamento de Coordenação e
Governança das Empresas Estatais destinem aos funcionários da CODESA uma tabela
salarial igual a de Santos (SP) e do Rio de Janeiro.
No
dia 07 de abril último, os funcionários da CODESA – Companhia Docas do Estado
do Espírito Santo, tanto os associados ao SINDGUAPOR-ES – Sindicato da Guarda
Portuária no Espírito Santo quanto os associados ao SUPORT-ES – Sindicato
Unificado da Orla Portuária no Estado do Espírito Santo, deliberaram por uma
paralisação dos portos públicos no Estado por um período de 48 horas que foi
realizada a partir das 7:00 horas do dia 15.04
até as 7:00 horas do dia 17.04.2014.
Esta
greve por 48 horas foi motivada pela insatisfação dos funcionários da CODESA em
relação ao PCCS – Plano de Cargos, Carreiras e Salários que a empresa pretende
implementar de comum acordo com a SEP/PR e o DEST.
O
PCCS proposto pela empresa está muito aquém das expectativas e necessidades das
categorias trabalhistas que laboram na CODESA, ressaltando inclusive que tal
Plano possui uma tabela de vencimentos muito abaixo daquelas que constam de
Planos que recentemente foram implementados na CODESP – Companhia Docas do
Estado de São Paulo e CDRJ – Companhia Docas do Rio de Janeiro.
As
tabelas salariais da CODESP e CDRJ são iguais, já a que querem implementar na
CODESA é muito inferior, em que aja uma justificativa plausível para tal fato,
afinal essas empresas estão na mesma região geográfica. Vitória tem um custo de
vida elevado, talvez maior até que o de Santos (SP), além de ser o 2º Porto
Público em movimentação de cargas e lucratividade no País.
A
CODESA encontra-se em melhor situação financeira que a CDRJ e vem nos últimos
anos obtendo resultado financeiro positivo e o seu passivo trabalhista daestá
sob controle.
O
piso salarial para a Guarda Portuária na CDRJ e CODESP é de R$ 1.899,13 (hum
mil, oitocentos e noventa e nove reais e treze centavos), observando-se que em
ambas as Companhias Docas ocorreram transposição, ou seja, foi levado em conta
o tempo de serviço dos funcionários com o reenquadramento dos mesmos em níveis
superiores dependo do tempo de serviço.
Para
a Codesa, apesar de constar na tabela do plano um piso de R$ 1.519,30 (hum mil,
quinhentos e dezenove reais e trinta centavos) este piso é apenas uma sugestão
da CODESA enviada ao DEST, pois a tabela aprovada pelo DEST para a Guarda
Portuária tem um piso de cerca de R$ 1.330,00 (hum mil, trezentos e trinta
reais).
Os
guardas portuários admitidos no último concurso público foram para “técnicos de
nível médio com lotação na Guarda Portuária”, portanto são técnicos de nível
médio e no mínimo deveriam estar enquadrados na tabela a eles destinada.
Nas
tabelas salariais aprovadas pelo DEST constantes do novo Plano de Cargos e
Salários da CODESA quer para os técnicos de nível superior haverá um aumento
salarial da ordem de 70% (setenta por cento), saindo o piso de R$ 2.400,00 para
R$ 3.800,00, é para os técnicos de nível médio um aumento de cerca de 30%, no
entanto para a Guarda Portuária é proposto apenas cerca de 10%.
Os
funcionários da CODESA acham mais do que justo que tenham um Plano de Cargos e
Salários com tabelas de remuneração iguais àquelas implementadas na CODESP e
CDRJ, não concordando de forma alguma com uma tabela inferior àquela destinada
aos outros Portos Públicos da região Sudeste.
O
Plano de Cargos e Salários visa motivar e manter os funcionários em uma
empresa. Com o Plano proposto, a CODESA continuará sofrendo com a evasão de
funcionários de seu quadro, o que vem acontecendo a tempos e de forma muito
elevada. Dos funcionários aprovados nos últimos dois concursos públicos, muitos
já saíram da empresa por falta de perspectivas de crescimento profissional e
por encontrarem melhores atrativos em outras empresas públicas e privadas.
Direitos Autorais - Autorizamos a reprodução total ou em parte do artigo aqui vinculado, desde que citada a fonte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.