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quinta-feira, 29 de maio de 2014

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CAMINHONEIROS INVADEM ÁREA DA CODESP


Motoristas só deixarão a área, quando tiverem garantia que a região terá um estacionamento para caminhões (Jornal A Tribuna)
Cerca de 50 caminhoneiros autônomos que atuam no Porto de Santos invadiram um terreno da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), no Macuco. Eles prometem permanecer no local enquanto não tiverem garantias da implantação de um estacionamento para caminhões na região. A estatal já iniciou trâmites judiciais para a reintegração de posse da área.
A propriedade foi invadida durante a madrugada. Ela fica na Avenida Siqueira Campos (Canal 4), esquina da Avenida Almirante Tamandaré. Trata-se do local do antigo terminal da transportadora Mesquita. Como ele estava aparentemente vazio, os caminhoneiros pedem que se torne um estacionamento para os veículos.
Ontem à tarde, a Guarda Portuária esteve no local e conversou com os cerca de 100 motoristas. Ficou acordado entre eles que os motoristas que saíssem do terreno não poderiam mais entrar.
A briga por novas vagas para a parada de caminhões é antiga no Porto de Santos. Ela se agravou nas últimas semanas, quando bloqueios foram montados na Praça da Fome, no Valongo, para impedir o estacionamento dos veículos de carga. O motivo, segundo os motoristas, é a inauguração do Museu Pelé, prevista para a próxima semana. É possível que a presidente da República, Dilma Rousseff, participe do evento.


“A gente está reivindicando o espaço. Lá na Praça da Fome, tinha vaga, mas mandaram tirar os caminhões por causa do Museu Pelé. O que eles querem é mostrar para a presidenta que está tudo certo. Foram proibindo devagar, colocando cavaletes, faixas e aos poucos foram proibindo”, afirmou o caminhoneiro Leonardo Henrique Sanches.
O motorista garante que os profissionais farão revezamento no terreno da Codesp até que a estatal indique uma nova área para o estacionamento dos veículos. Cerca de 150 pessoas já passaram pelo local desde o início da ocupação da área, na segunda-feira.
“Enquanto não arrumarem um espaço para parar os veículos, não vai ter acordo. A gente não está para guerrilhar. A gente só quer o direito do espaço, parar o caminhão, ir para casa e descansar sossegado, sem conflito. Vamos revezar porque as nossas ferramentas de trabalho estão aí. Se não revezar, não dá para levar o pão de cada dia para casa”, afirmou Sanches. Manoel Martinez Lourenço, um dos líderes do movimento União Caminhoneiro, se queixou da diminuição da oferta de vagas para estacionamento na região e também da intensa fiscalização de agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
“A Codesp deu aquele terreno que era da Lloydbratti (na Avenida Governador Mario Covas, em frente à região portuária do bairro Estuário) para ser usado apenas pela Libra, enquanto o caminhoneiro fica sendo multado por tentar trabalhar. Eu já coleciono multas. Se cada uma for de quatro pontos, eu já tenho mais de 120 na carteira, porque eu tenho 30. O problema é que o caminhão é uma ferramenta de trabalho e a gente paga para trabalhar”, disse o caminhoneiro.
Segundo o representante da junta governativa do Sindicam (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens), José Carlos da Cruz, mais conhecido como Guaraná, há 15 dias o sindicato se reuniu com o novo presidente da Codesp, Angelino Caputo, para notificar a falta de locais de estacionamento para os caminhoneiros autônomos. “É um problema do Porto que já dura muito tempo”. José Carlos diz que a ocupação do local não é um movimento do sindicato, mas que estava na área para auxiliar os trabalhadores. Ele afirmou que os motoristas entraram no terreno pois foram proibidos de estacionar em frente ao Museu Pelé.

“A área (o antigo terminal da transportadora) estava desocupada. Tinha até usuários de drogas aqui dentro. Independente disso, se houver essa decisão da Justiça de saída dos caminhoneiros, vamos respeitar. Mas também vamos levar o problema para dentro da Cidade. Quem sabe assim, a situação se resolve mais rápido”, afirmou o caminhoneiro autônomo Alexsandro Vasconcelos de Freitas.
“Se todo mundo que quiser um negócio invadir para tomar de direito, nós perdemos a legalidade do País. Há planos para a área. Pode até ser para o controle do fluxo de caminhões, mas não é desse jeito que as coisas são feitas”, afirmou o diretor-presidente da Codesp, Angelino Caputo.
Segundo o executivo, a estatal providencia o pedido judicial de reintegração de posse para que a área seja desocupada. Além disso, a Guarda Portuária está posicionada no local para impedir a entrada de novos caminhões.

Diante da tentativa da estatal de obter a reintegração de posse da área, eles prometem fazer manifestações pelas ruas da Cidade, caso não recebam garantias da implantação de um estacionamento para caminhões na região.


Fonte: Jornal A Tribuna / Diário do Litoral – Edição Segurança Portuária Em Foco






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