Marcus Vinícius Resis, especialista em terrorismo e contra-terrorismo
Os
portos brasileiros podem ser alvos de ataques terroristas durante a Copa do
Mundo, que acontece no país entre junho e julho deste ano. A afirmação é do
especialista em contraterrorismo e combate ao crime organizado transnacional,
Marcus Vinícius Reis. Ele ministrou palestra, na manhã da última quinta-feira
(20), no I Curso de Capacitação para Inspetores e Líderes da Guarda Portuária
da CODESA.
“Para grupos terroristas, uma Copa do Mundo
traz muitos benefícios em visibilidade para a causa. Há uma demanda política
interna, como por exemplo, a do PCC (Primeiro Comando da Capital, facção
criminosa que atua principalmente em São Paulo), que pode atuar durante o
evento. E somos também alvos de ataques externos, devido a equipes de países
visados, como os EUA, os países europeus, além do Irã. As nossas fronteiras
marítimas são permeáveis”, destacou Reis que abordou na palestra o tema “O
Terrorismo e os Portos”.
Com
mestrado em Terrorismo, Direito e Conflitos Armados, na Espanha, e
especialização em Antiterrorismo, na Universidade de Washington, EUA, Marcus
Reis acredita que os portos podem se tornar alvo devido a fragilidade na
segurança. “Aqui no Brasil, 90% das exportações passam pelos portos, envolvendo
toda a economia do país. É necessário fazer uma análise de risco dos portos
para saber o que deve ser protegido. Fortalecer a Guarda Portuária, por
exemplo, é necessário. Um atentado no Porto de Santos significa mexer com quase
60% da economia do país. Aqui em Vitória, o impacto seria de 20% na economia
nacional”, alertou.
Segundo
Reis, o terrorismo é realizado apenas com fins políticos e não financeiros,
como atentados criminosos, com o intuito de promover uma mudança de
comportamento na sociedade, induzindo o caos na população. “Mas isso não quer
dizer que um atentado criminoso não possa se tornar um atentado terrorista. As
forças armadas só devem ser solicitadas no momento em que o atentado afetar a
soberania do país. A Copa do Mundo está aí, e não temos nem uma lei nacional de
contraterrorismo”, pontuou.
Capacitação com palestras da
Polícia Federal e Marinha do Brasil
Na última terça-feira (18), os 70 participantes assistiram a palestra “A Policia Federal nos Portos Brasileiros”, ministrada por Antônio José Rabello Montenegro, presidente da Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis do Espírito Santo (CESPORTOS – ES), e chefe do Núcleo Especial de Polícia Marítima da Polícia Federal (NEPOM).
“A
palestra desta manhã foi de suma importância para a Guarda Portuária, tendo em
vista que foi apresentada por uma pessoa da mais alta credibilidade no meio
policial. A integração que está ocorrendo com um órgão interveniente é de
grande valia para fornecer conhecimento a cerca da sua real participação dentro
do contexto de segurança nacional para a Guarda Portuária”, comentou o
Coordenador de Segurança de Navios e Instalações Portuárias (Cosnip), Enildo
Pereira.
Aprimoramento
À
tarde, o capitão de fragata da marinha, Ruy Cabral, falou sobre a atuação da
Guarda Portuária sob a ótica da Marinha do Brasil. “A iniciativa do
Singuapor é inédita no Brasil. Além
disso, o curso é muito importante para a qualificação da categoria frente à forte
demanda na movimentação portuária que cresce ao longo dos últimos anos”.
Ilzon Amarante, guarda portuário há 27 anos,
destacou a importância do curso na qualidade de trabalho da categoria. “Além de
ampliar nosso conhecimento e visão de como atuar em nosso trabalho, o curso só
vem a acrescentar na qualidade de nosso serviço, contribuindo com a nossa
melhoria e aprimoramento nas questões portuárias”.
Curso aborda noções de
Direito Administrativo, Legislação e Liderança
As
palestras “Noções de Direito Administrativo”, com o coordenador Jurídico
Sergius Carvalho Furtado, e “Liderança”, com o coordenador de Recursos Humanos
Fabrício Bernardes Diniz, foram ministradas na manhã da última quarta-feira
(19) no terceiro dia do 1º Curso de Capacitação para Inspetores e Líderes da
Guarda Portuária. Os dois palestrantes são funcionários da CODESA, empresa que
promove o curso em parceria com o Sindicato da Guarda Portuária (Sindguapor).
Diniz
abordou as diversas personalidades de líderes, a importância do líder em conhecer
todas as nuances do seu ambiente de trabalho, de descobrir aptidões e ter ainda
um bom relacionamento profissional e pessoal com sua equipe e, principalmente,
desfazer a ideia de que alguns nasceram para ser líderes e outros não. “Todos
têm capacidade de liderar. Isso vai depender da dedicação e sabedoria para
escolher as áreas onde suas habilidades serão mais bem aproveitadas para o
sucesso de projetos e o alcance de metas”, destacou o palestrante.
À
tarde, o curso contou com as palestras “CLT e Legislações Aplicáveis”,
ministrada pela Auditora Fiscal do Trabalho da Superintendência Regional do
Trabalho e Emprego, Elierci da Cunha Magro; “Gestão de Equipes e Gestão de
Conflitos”, realizada pelo Mestre em Economia, Luiz Carlos de Araújo; e por
último, “A Inteligência Aplicada à Gestão da Guarda Portuária”, com o Coronel
da Reserva Remunerada da Polícia Militar do Espírito Santo e Diretor do Grupo
SEI – Segurança & Inteligência, José Nivaldo Campos Vieira.
Adonismar
Anacleto, supervisor da Guarda Portuária em Capuaba, destacou a importância do
projeto para a qualificação dos funcionários e da segurança do setor. “O curso
é de extrema importância para o desenvolvimento do trabalho, pois o
profissional necessita regulamente ser requalificado, para que não se perca no
tempo e no comodismo. Com isso, o aprendizado dado aos profissionais portuários
durante essa semana de curso fará com que o trabalhador atue com melhor
qualidade, maior rapidez e mais segurança para o cliente e para o próprio
prestador de serviços”.
Fonte
de Informação: CODESA
Edição:
Segurança Portuária Em Foco
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