Como
resposta às recentes ações criminosas no Porto de Santos, o comando regional da
Polícia Civil anunciou a reativação do Grupamento Náutico de Operações
Especiais (GOE-Náutico) do Litoral de São Paulo. Com uma nova embarcação,
agentes voltarão a fazer o patrulhamento do Canal do Estuário, especialmente à
noite, reforçando a segurança de todo o cais santista e evitando até mesmo a
ação de piratas.
O
GOE-Náutico atuará ao lado do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom), da
Polícia Federal de Santos, e da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP),
órgãos que já fazem a vigilância do complexo portuário. A expectativa é que a
reativação do Grupo de Operações Táticas ajude a evitar episódios como o
ocorrido na madrugada do dia 28 de fevereiro, quando uma quadrilha fortemente
armada invadiu o Terminal de Contêineres (Tecon) da Santos Brasil, localizado
em Vicente de Carvalho, Distrito de Guarujá, na Margem Esquerda do Porto de
Santos, para explodir os caixas eletrônicos que ficavam no edifício
administrativo da instalação e roubar o dinheiro dos equipamentos.
A
ação foi bem sucedida. O bando, em dois carros, entrou por terra na instalação,
furou o bloqueio nos portões, chegou ao prédio e, depois, fugiu pelo mar. Em
junho do ano passado, uma quadrilha armada explodiu um caixa eletrônico dentro
do prédio de Operações (Dirop) da Codesp, no Paquetá, em Santos. O bando
disparou contra dois guardas portuários durante a ação e conseguiram fugir em
uma embarcação.
“A
reativação imediata do GOE-Náutico possibilitará evitarmos os crimes no Porto.
Teremos gente a todo instante no mar”, garantiu o diretor-geral do 6º
Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo (Deinter), Aldo Galeano. Parado
há quase 2 anos por falta de recursos, o departamento voltou à ativa há cerca
de 15 dias, quando foi consertado o motor de sua única embarcação-viatura.
A
novidade, entretanto, é que em até um mês, chegará ao comando da Polícia Civil
uma lancha de maior porte, cedida pela Petrobras. “Sabemos que essa embarcação
tem condições de fazer operações noturnas. É vital que não tenhamos
impedimentos e haja investimentos em tecnologia”.
COOPERAÇÃO
Por
ser uma área federal, a segurança do Porto é feita diretamente pela Polícia
Federal, com o Nepom. Além de botes, o órgão possui uma lancha blindada, capaz
de margear a costa. “Nosso maior problema é a cobertura. A patrulha ocorre 24
horas, mas o Estuário é muito extenso”, explicou o chefe do núcleo, o delegado
Ciro Moraes.
Segundo
a PF, muitos crimes são da jurisdição da Polícia Civil, mas as informações são
compartilhadas entre as instituições. Um das entidades parceiras da PF e da
Polícia Civil é a própria Marinha do Brasil, que apesar de não atuar
diretamente na área de segurança pública, pode empregar, sempre que necessário,
meios para auxiliar nos trabalhos dos outros órgãos.
“Nossa
grande preocupação no Porto é a ordem do tráfego aquaviário. Crimes (como o da
invasão ao Tecon) não cabem à Marinha”, explicou o capitão-de-mar-e-guerra
Ricardo Fernandes Gomes, comandante da Capitania dos Portos de São Paulo. A
CPSP, entretanto, deverá dispor este ano do primeiro Grupamento de Patrulha
Naval na história da região.
A
unidade auxiliará na segurança das plataformas petrolíferas da Bacia de Santos
e também do Porto. “Mas sempre com ações coordenadas. Se a Polícia precisar de
um navio de patrulha é possível”, lembrou.
A
própria Autoridade Portuária – a Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp) – também atua na segurança do Porto, com a Guarda Portuária (GPort).
Nos últimos dias, por duas vezes, lanchas com várias pessoas a bordo foram
monitoradas tentando se aproximar de um terminal da Margem Direita, em Santos.
E
elas só se afastaram quando perceberam a chegada de agentes da corporação.
Segundo as forças policiais, um projeto da Codesp é considerado essencial para
o combate à criminalidade nas águas do Porto. Trata-se da implantação do
sistema de monitoramento e informações do tráfego aquaviário, o VTMIS, que
poderá monitorar e saber a rota de embarcações suspeitas. Questionada, a Docas
preferiu não se manifestar sobre a segurança do cais santista.
Fonte:
Jornal A Tribuna
Edição:
Segurança Portuária Em Foco
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