Segundo
a Federação Nacional dos Portuários (FNP), a estimativa é de que ao menos 5,5
mil trabalhadores ficaram sem trabalhar durante seis horas - das 7 às 13 horas,
na paralisação nacional.
Os
portos que aderiram ao protesto foram Salvador, Ilhéus e Aratu (Bahia); Rio de
Janeiro, Angra, Niterói e Sepetiba (RJ); Maceió (AL); Vitória (ES); Natal (RN);
Belém e Vila do Conde (PA); Recife (PE).
Guarda Portuária
Segundo
a Lei 12.815/2013, que criou um novo marco regulatório para os portos, cabe à
administração do porto (autoridade portuária) organizar a Guarda, conforme
regulamentação a ser expedida pelo poder concedente, a Secretaria Especial dos
Portos (SEP).
Os
trabalhadores, por sua vez, reivindicam que a SEP inclua na regulamentação a
proibição de terceirizar a Guarda Portuária, pois se sabe que a prática é comum
nos portos. Enquanto a situação não é regulamentada, o clima é de insegurança e
medo de precarização do trabalho.
Terceirização
Segundo
os portuários, uma das principais preocupações da categoria, dentre as
reivindicações é a sinalização do governo federal, em especial do ministro dos
Portos, Antônio Henrique Pinheiro, para terceirizar a Guarda Portuária que é
uma atividade fim da categoria.
“Na
lei está escrito que haverá uma regulamentação da Guarda, mas o ministério
(Secretaria dos Portos - SEP) quer passar por cima”, disse Gianneto. Para ele,
a SEP sofre pressão de empresas de vigilância que “têm olho grande neste mercado
de 30 portos”. “O problema é que não basta ser qualquer vigilante. Tem que ser
treinado em regras internacionais”, destacou.
Rio de
Janeiro
A
paralisação no estado abrange os quatro terminais (Angra dos Reis, Niterói, Rio
e Itaguaí). A categoria reivindicou a regulamentação da Guarda Portuária, o
reenquadramento dos funcionários ativos e aposentados, o pagamento de horas
extras em feriados e mudanças nos critérios de concessão das promoções. “Não
usaram o percentual que tem que usar para isso”, alega Giannetto.
Além
disso, segundo ele, as condições de trabalho são precárias. “A empresa não dá as
condições de trabalhar. Se a gente utilizar como tem que ser feita toda a
fiscalização dos portões, dá um nó na cidade. Lá em Itaguaí, fizeram uma
operação-padrão, fazendo exatamente o que o código manda fazer, está tendo
engarrafamento. Nós tivemos 100% de adesão, parou totalmente”.
A
Docas tem cerca de mil funcionários e é responsável pela operação dos portos do
Rio de Janeiro, de Itaguaí, Angra dos Reis e de Niterói.
Bahia
Trabalhadores
portuários da Bahia realizaram uma paralisação nas atividades. A mobilização
ocorreu no período das 7 às 13 horas, como uma “advertência” ao governo federal.
No
Porto de Aratu, na Baía de Todos os Santos, os trabalhadores impediram a
entrada de caminhões, atrasando as operações de carga e descarga.
Alagoas
Cerca
de 300 portuários fecharam o acesso ao Porto de Maceió, no bairro de Jaraguá. Uma fila
de caminhões que presta serviços de carregamento de açúcar nos navios nas
imediações da Praça Marcílio Dias, por conta do bloqueio feito pelos
manifestantes. Segundo o Porto de Maceió, nenhum navio foi
carregado ou descarregado na manhã desta sexta-feira.
Espírito
Santo
Os trabalhadores portuários da Companhia Docas do
Espírito Santo (Codesa) fizeram paralisação de advertência. O movimento afetou
o Cais Comercial (Vitória) e Capuaba (Vila Velha) e teve o apoio da Intersindical
da Orla Portuária-ES.
Pará
Os
portuários do Pará paralisaram as operações do Porto de Belém e Vila do Conde. O
movimento foi uma ação conjunto do Sindiporto e Sindguapor.
Santos
A
paralisação dos trabalhadores portuários na Baixada Santista foi cancelada. A
decisão adotada pelos presidentes dos sindicatos dos Operadores e Trabalhadores
Portuários (Sintraport) e dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport)
tem como base os avanços nas negociações das reivindicações da categoria na
região.
Segundo
o representante do Sintraport, Claudiomiro Machado, uma mobilização neste
momento poderia atrapalhar os dois sindicatos. Ele aponta que das três pautas
colocadas em discussão pela Federação Nacional dos Portuários (FNP), uma delas
já foi resolvida e as outras duas estão em discussão.
''Aqui
na região estamos um pouco adiantados (em relação ao resto do País). Os
trabalhadores já tiveram alguns benefícios garantidos, como a readequação dos
salários dos profissionais (implementação do Plano de Cargos Carreira e
Salários)”.
As
outras negociações dizem respeito ao Portus – previdência complementar da
categoria – e a regulamentação da Guarda Portuária, sem terceirizações. “Já
fizemos os pedidos para que o Governo apresente uma resposta definitiva quanto
a esses assuntos”.
O
presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, destaca dois motivos para
a não realização do manifesto. O primeiro, não atrapalhar as negociações e a
outra situação tem a ver com o cumprimento da lei. “Nós temos como costume
cumprir as determinações, no caso teríamos que fazer uma publicação e realizar
uma assembleia 72 horas antes (da greve)”.
Ele
explica que, em Brasília, durante uma reunião dos sindicatos filiados à FNP,
foi decidida a paralisação nacional da categoria na sexta-feira e no dia 30.
Entretanto, afirma que os portuários da região só poderão aderir ao movimento
na segunda data.
“Agora
nós vamos discutir com os trabalhadores dos dois sindicatos, em uma assembleia
conjunta no dia 27, para saber o sentimento da categoria (quanto a manifestação
no dia 30)”.
SEP
A
Secretaria de Portos informou, em nota, que “está ciente das reivindicações” e
mantém “diálogo com os trabalhadores”. Ao lado da Secretaria - Geral da
Presidência da República, o órgão informou ainda que “acompanha os
desdobramentos” da paralisação nacional.
De
acordo com o diretor de administração e finanças, José Renato Inácio de Rosa da
FNP, se a pauta dos trabalhadores não for atendida, novas paralisações podem
ocorrer em fevereiro. Nos dias 5 e 6 do próximo mês, representantes dos
sindicatos filiados à FNP se reúnem na sede da entidade, em Brasília, para
avaliar os rumos do movimento.
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