Sindaport ameaça ir à
Justiça para garantir ganhos dos empregados
Depois
de décadas praticando um cálculo para o pagamento de horas extras tendo como
parâmetro a carga horária de 150 horas para os trabalhadores que fazem jornada
de 6 horas diárias, eis que a Codesp resolveu inovar e alterar essa metodologia
gerando mais uma vez a insatisfação geral em seus quadros. A medida afetou o
ganho de aproximadamente 250 guardas portuários.
Com
a mudança promovida em 1 de dezembro do ano passado, a nova carga horária,
agora balizada em 180 horas, trouxe perdas monetárias aos trabalhadores
considerando que o novo cálculo apurado sobre os valores referentes às horas
extras é menor, provocando a consequente redução do ganho final.
"Ainda
que a empresa alegue estar amparada na Constituição Federal, ou até mesmo de
ter sido provocada pela enxurrada de
ações em razão da divisão das 200 horas aos trabalhadores com jornada diária de
trabalho de 8 horas, a redução salarial não se justifica e contraria a própria
legislação vigente no país", disse o presidente do Sindaport, Everandy
Cirino dos Santos. Para o sindicalista, o "gênio" autor do novo
cálculo causaria inveja até mesmo ao matemático Oswald de Souza.
De
acordo com o dirigente, a direção da empresa alterou uma prática que ela mesma
implantou tempos atrás. "Levando-se em conta que a Carta Magna do país foi
promulgada em 1988, só nos resta concluir que a Codesp infringiu a lei por
cerca de 26 longos anos, e agora quer se cobrir com o manto da legalidade às
custas da redução dos salários dos companheiros". Ele garante que o
Sindaport vai lutar pelos direitos dos empregados.
Para
tanto, o mandatário já instruiu o Departamento Jurídico do Sindicato visando à
imediata instauração de procedimento jurídico coletivo contra a Codesp.
"Queremos evitar perdas, pois mesmo que possam ser consideradas legitimas
as medidas adotadas trazem prejuízo aos trabalhadores, sem falar que a forma de
cálculo que vinha sendo praticada se constituiu em patrimônio do trabalhador em
face dos ganhos auferidos por anos, que não podem ser reduzidos sem uma
negociação coletiva", explicou o dirigente.
No
sentido de equacionar a questão, Cirino encaminhou expediente ao presidente da
Codesp, Renato Barco. "A questão envolve indenização e até mesmo uma
possível incorporação salarial, o que nos leva a requerer providências por
parte da direção da empresa", finalizou Cirino.
Erros no pagamento dos salários faz
Codesp iniciar o ano com pé esquerdo
Mal
começou o ano e o Sindaport já foi procurado por vários associados que reclamam
a falta de pagamento das horas extras no demonstrativo de dezembro. Aliás, isso
vem acontecendo sistematicamente não apenas com as horas extras, mas também com
a falta dos valores referentes ao adicional de insalubridade e outros direitos
e benefícios.
Para
piorar, a Codesp alega estar impedida pelo Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE) de confeccionar uma folha de pagamento complementar, ainda que sejam
devidamente constatados erros na produção da folha. Desta forma, descartamos o
antigo chavão "errar é humano e persistir no erro é burrice", para
afirmar categoricamente que o erro cometido pela empresa resulta da mais
absoluta incompetência administrativa.
Reflexo
de uma gestão que se revela cada vez mais obtusa, o descaso com a boa ordem e
com as obrigações naturais de qualquer relação capital e trabalho vem causando
inúmeros prejuízos financeiros e morais aos empregados que deixam de receber os
valores corretos, aos quais fizeram jus honestamente.
"O
pagamento do salário, quando estipulado mensalmente, deve ser realizado no
máximo até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido, de acordo com o
artigo 459 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)", disse o presidente
do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos. O atraso dá direito ao ressarcimento
por danos morais.
Além
das horas extras e adicionais, os atrasos nos pagamentos de bônus, comissões e
mesmo da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), desde que previstos para
datas determinadas, também motivam a ação rescisória. "São tantas as
trapalhadas que se depender dos atuais gestores o passivo trabalhista da Codesp
só tende a crescer a cada dia que passa", disse Cirino.
Diante
das sucessivas falhas, o Sindaport prepara o encaminhamento de um oficio ao
presidente da Codesp, Renato Barco. "Esperamos que ele adote as
providências necessárias e autorize a emissão de uma folha de pagamento
retroativa". Caso não seja
atendido, o Sindicato ofertará denúncia ao MPT e ao Ministério do Trabalho.
O
esculhambo é tamanho que deve atingir também os holerites dos mandatários,
gafanhotos e demais asseclas. No entanto, resta saber se para esse time de
privilegiados e apadrinhados os valores também são pagos à menor. Com a palavra
a nova empresa de auditoria que está sendo contratada pela SEP à qual, segundo
o sindicalista, terá muito trabalho pela frente. "Vamos aguardar as
novidades porque a cada enxadada dos auditores não tenho dúvidas de que
aparecerá uma dúzia de minhocas".
Fonte:
Sindaport
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