Com
a presença do presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, do
Superintendente, Ézio Borguetti, dos Gerentes Luiz Roberto Gomes e Orlando Alves
dos Santos, integrantes da Guarda Portuária de Santos estiveram reunidos nesta
segunda-feira, na sede do Sindicato, para tomarem conhecimento dos
encaminhamentos feitos pela Secretaria Especial de Portos (SEP) referentes a
regulamentação da categoria.
Durante
o encontro, a direção do Sindaport informou que a nova legislação para o setor
portuário atribui ao poder concedente, no caso ao próprio Governo Federal
representado pela SEP, a regulamentação da Guarda.
Desde
a promulgação da Lei 12.815, em 05 de junho deste ano, técnicos e executivos da
pasta vêm coletando diversas informações sobre o tema, bem como consultando os
superintendentes e os próprios membros das corporações que atuam em vários
portos administrados pelo Executivo.
Vale
lembrar que no dia 24 daquele mês, a Federação Nacional dos Portuários (FNP)
reuniu, em Brasília, representantes da categoria de todo o país. O resultado do
encontro foi a elaboração de uma importante proposta de regulamentação da GPORT
em nível nacional, imediatamente encaminhada para a SEP.
Já
em 13 de novembro, um novo encontro na Capital Federal reuniu dirigentes da FNP
e lideranças sindicais dos portos brasileiros. Promovida pela SEP a reunião foi
motivada pela apresentação de um projeto de regulamentação do setor, cujo
estudo, até aquela oportunidade, encontrava-se em fase final de elaboração com
previsão de ser expedido até o término do ano.
Problemas locais
Após
breve explanação da proposta da SEP sobre a segurança dos portos, mais não
tratando especificamente da Regulamentação da Guarda, o presidente do Sindicato
aproveitando a presença dos gestores da GPORT abriu aos participantes para se
manifestarem de maneira democrática, inclusive com breves informes sobre
situações incomuns e relatos de insatisfação no ambiente cotidiano do trabalho,
para que colocassem de forma direta, os questionamentos que chegam ao sindicato,
e que incomodam a categoria.
Desta
forma, entraram na pauta do encontro temas de extrema relevância para os
integrantes da GPORT. As primeiras palavras foram unânimes em dizer, de forma metafórica,
que o corpo anda desgovernado, pois a cabeça não exerce o seu efetivo papel.
Foram
citados vários problemas recorrentes não são solucionados, tais como, tratamento
desigual entre os membros, desvio de função, horas extras, jornadas
diferenciadas de trabalho, melhores condições laborais nos gates de acessos,
falta de coletes, dentre outros.
Segundo
os guardas portuários, ouvidos por este Blog, que estiveram presentes na
Reunião, o Superintendente foi muito cobrado. Foi colocado que os problemas
atuais da Guarda são decorrentes da falta de gestão. Ele foi questionado sobre o
fato de vários guardas continuarem trabalhando em horário administrativo,
enquanto faltam guardas nos postos.
Outro
questionamento levantado foi a falta de planejamento no trabalho executado no
Terminal de Passageiros - Concais, com a alteração dos guardas dos postos para
suprir àquele serviço, assim como a falta de um Plano de Contingência para as
datas festivas de fim de ano, quando a quantidade de faltas aumenta
consideravelmente.
Vários
guardas também manifestaram a sua insatisfação com o corte das horas extras,
mesmo diante da necessidade evidente, enquanto outras seções continuam sendo
contempladas.
O
Superintendente também foi questionado de que em muitos Gates estão trabalhando
apenas um guarda, o que inviabiliza um trabalho eficiente, impossibilitando até
que o guarda faça as suas necessidades fisiológicas, além é claro, da própria
fiscalização.
Segundo
vários guardas ouvidos, nas respostas por parte do Superintende, ficou
evidenciado para todos o seu modo de pensar. No seu entendimento, os postos de
fiscalização podem ser terceirizados e caberia a Guarda Portuária apenas executar
os serviços de ronda motorizada, deixando clara a sua intenção da supressão de
postos de trabalho.
Perguntado
pelos presentes se era essa a posição que ele teria defendido em Brasília, na SEP, apenas se limitou a
dizer que o assunto lá tratado, era do conhecimento do Sindicato.
Todos
os integrantes da Guarda Portuária ouvidos demonstraram insatisfação com o
desfecho da Reunião, pois em nenhum momento, houve qualquer demonstração da
possibilidade da reversão do atual quadro da Guarda Portuária.
Superintendente admitiu a existência de
grupos divergentes
Diante
das manifestações, o superintendente da corporação afirmou que não vem medindo
esforços no sentido de equacionar os problemas pontuados. Destacou, no entanto,
que está encontrando sérias dificuldades em razão das opiniões contrárias e
divergentes dos "grupos" existentes no departamento. No ensejo, pediu
a colaboração e o comprometimento dos guardas, sobretudo em relação ao elevado
número de faltas diante de um efetivo reduzido.
Fonte:
Artigo publicado no Site do Sindaport
Edição:
Segurança Portuária Em Foco
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