Ao que tudo indica os rumores que
circulam pela Companhia Docas do Estado de São Paulo - Codesp sobre as possíveis alterações no sistema de trabalho da
Guarda Portuária vão se transformar em realidade. Conforme previsto pela
direção do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Portuária - Sindaport na última assembleia, a empresa pretende fazer uso de suas
prerrogativas legais e promover mudanças nos horários de serviços da
corporação.
De acordo com informações
extraoficiais obtidas pelo sindicato, os mandatários da estatal vão extinguir o
lendário e sempre eficiente departamento de Trânsito da GPORT, cuja atribuição
deverá ser exercida por todos os guardas portuários.
A adoção de novas diretrizes e a
padronização de alguns procedimentos, inclusive os que normatizam o trânsito na
zona portuária, seriam os motivos para o fim de um dos mais importantes setores
da Codesp.
Se por um lado a modificação poderá
trazer estímulo para boa parte da categoria, por outro deverá causar
descontentamento em razão dos usos e costumes no cotidiano dos que estão
diretamente ligados ao tráfego intenso no cais do porto, lembrando o famoso
ditado popular, "o uso constante do cachimbo deixa a boca torta".
As opiniões vão de um extremo ao
outro gerando reclamações de praticamente todo o efetivo. Em situações normais,
a adaptação dos empregados afetados com a mudança requer, de imediato e no
mínimo, um processo de treinamento e habilitação para o exercício das novas
atividades. Contudo, em se tratando do atual comando da Guarda Portuária, isso
é uma incógnita.
Diante das possíveis transformações,
os atuais guardas do trânsito portuário já alegam que não foram treinados para
assumir os serviços gerais, mais conhecidos como "picadinho", da
mesma forma que o pessoal do "faz tudo" precisará de qualificação
para as funções ligadas ao tráfego. Com a palavra o RH da Codesp, uma vez que o
comando da GPORT chancela que a atuação padronizada vai trazer valorização para
os profissionais.
Para o Sindaport a diferenciação não
existe, considerando que a Guarda Portuária é indivisível e, por sua
relevância, designada para atuar em diversas frentes de trabalho no maior porto
da América Latina. Como representante dos empregados, o sindicato continuará
priorizando o mercado de trabalho da categoria, seja no trânsito, nas rondas,
nas chefias, nos gates ou no popular "picadinho", lembrando, ainda,
que a GPORT precisa ser regulamentada nos termos da Lei 12.815.
Guardas Portuárias do Brasil
O que a categoria deve fazer para
evitar conflitos internos é buscar uma proposta única que atenda a todos os
interesses setoriais da corporação, até porque não se sabe quem, e com qual
intuito, provocou a interferência política do PSDB junto a Secretaria Especial
de Portos (SEP) que, obedientemente, encaminhou as Administrações Portuárias
questionamento sobre a situação das Guardas Portuárias do Brasil.
A SEP (ou será o PSDB?) quer saber o
contingente exato de guardas portuários existente nas Docas estatais, bem como
o grau de escolaridade, salários e níveis praticados, postos de serviços, atividades
terceirizadas e etc.
O Sindaport e os guardas portuários
de Santos esperam que o autor dessa infeliz iniciativa não tenha sido algum
integrante da categoria, considerando que a denúncia seguramente não trará
benefícios para a categoria uma vez que a posição política do partido é
antagônica a do Governo Federal.
Se o próprio Executivo reluta em
atender as reivindicações da GPORT, não será um partido de oposição que
atenderá. E aí, entre uma rocha notadamente mole e um mar repleto de lama está
a Guarda Portuária, o que significa dizer que todo cuidado é pouco.
Fonte: Sindaport
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