Em
adesão ao Dia Nacional de Lutas, os trabalhadores portuários avulsos (TPAs) do
Porto do Itaqui bloquearam ontem (11) a entrada e a saída da área desde as 7h.
Estivadores, arrumadores, conferentes, consertadores e vigilantes protestaram
pelo fim do fator previdenciário e aumento das aposentadorias; pela redução da
jornada de trabalho sem redução dos salários; e pela rejeição do Projeto de Lei
4.330, que beneficia a terceirização e acaba com os empregos diretos.
Eles
também reivindicaram mais disponibilização de áreas de trabalho, melhorias
salariais e revogação do artigo 40 da nova Lei dos Portos, que exclui a
possibilidade de o trabalhador meramente cadastrado no Órgão Gestor de Mão de
Obra (OGMO) ser contratado com vínculo empregatício.
Segundo
o presidente do Sindicato dos Arrumadores de São Luís, João José Pereira, os
164 trabalhadores que compõem a categoria na capital maranhense lutam
principalmente contra o fator previdenciário e o projeto de lei que aprova a
terceirização.
“Esses
dois pontos desfavorecem e desvalorizam o trabalhador, uma vez que ele deixaria
de ser funcionário direto para ser apenas um subcontratado ou substituído por
um terceirizado. Em relação ao fator previdenciário, isso é prejudicial ao
trabalhador porque diminui o valor do benefício pago para quem se aposenta por
tempo de serviço. Em síntese, o que o governo quer é que os trabalhadores
continuem se aposentando mais tarde, já que o fator leva em conta a idade, a
expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se
aposentar”, disse João Pereira.
O
presidente do Sindicato dos Estivadores e Trabalhadores em Estiva de Minério de
São Luís, Apolinário José Mendes Pereira, afirmou que a categoria, que soma 151
estivadores na capital, também é contra o Projeto de Lei 4.330 e a redução dos
salários com a diminuição da jornada de trabalho.
“Se
esse PL foi aprovado, abrirá as portas para a terceirização ao permitir a
contratação de empresas prestadoras de serviços em todas as atividades
econômicas no Brasil. Na prática, trabalhadores registrados poderão ser
substituídos por empresas que se utilizam de mão de obra precarizada, com
direitos reduzidos e salários rebaixados”, explicou Apolinário.
Há
aproximadamente 400 trabalhadores portuários avulsos (TPAs) no Porto do Itaqui.
Com a suspensão das atividades ontem, o setor de carga e descarga dos navios
que deveriam carregar ou descarregar grãos, fertilizantes, carvão mineral,
cimento e cargas em geral, ficaram parados.
De
acordo com os sindicalistas que lideravam o movimento, o bloqueio no acesso ao
porto só seria suspenso às 19h.
Em
nota, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), responsável pelo
Porto do Itaqui, confirmou que a movimentação de carga geral, granéis sólidos e
contêineres ficou paralisada ontem, durante o bloqueio dos trabalhadores. A
empresa informou, ainda, que foram mantidas as operações com os derivados de
petróleo.
Fonte/foto:
Jornal Pequeno/MA – Portos S.A.
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