O
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está testando o uso
de lacre eletrônico em cargas de carnes para exportação no Porto de Paranaguá.
O dispositivo, exclusivo para os contêineres refrigerados, promete reduzir a
burocracia, agilizar a liberação das mercadorias e dar mais segurança ao
produto exportado pelo terminal paranaense.
De
acordo com o diretor empresarial da Administração dos Portos de Paranaguá e
Antonina (Appa), Lourenço Fregonese, de janeiro a junho, o Porto de Paranaguá
exportou quase 556,5 mil toneladas de carne. Essa movimentação gerou uma
receita cambial de quase US$ 1,25 bilhão.
“Nossa
principal carne de exportação é a carne de frango. Nesse segmento, somos o
segundo porto do País. Investindo e estando abertos às iniciativas de
modernização – sejam essas do governo federal ou da iniciativa privada – temos
condição de atrair ainda mais cargas e clientes, com isso melhorar a economia
de todo o Estado. Se o lacre eletrônico promete dar ainda mais credibilidade às
operações pelo Porto de Paranaguá, apoiamos”, garante Fregonese.
Etapas
O
lacre foi apresentado aos representantes das empresas do ramo, que atuam no
Porto de Paranaguá, esta semana. De acordo com o superintendente do Mapa no
Paraná, Daniel Gonçalves Filho, a implantação do lacre, em caráter
experimental, é para já.
“O
processo começa já na origem da carga, onde o contêiner é lacrado com um chip
identificador. Um funcionário da empresa cadastra informações sobre a carga no
Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e, assim, a
mercadoria já chega ao Porto de Paranaguá com todo o processo burocrático
realizado”, explica Daniel.
Segundo
ele, o dispositivo permitirá que a carga seja rastreada. “Isso garante mais
segurança, autenticidade e integridade da carga”, completa. O projeto do Mapa,
em fase de teste também nos portos de Santos e Navegantes, é chamado de Canal
Azul.
Empresas
Uma
das empresas que exportam carne pelo Porto de Paranaguá, habilitadas para
utilizar o lacre nessa primeira etapa, é a Martini Meat. Segundo o gerente
comercial Marcel Ostrowski, atualmente existe certa burocracia que impede maior
agilidade nos processos protocolados via papel. “Foi demonstrado nessa primeira
reunião que de uma média superior a 48h para liberação de documentos nos
portos. Este prazo poderia ser reduzido para pouco mais de duas horas, aliando
a verificação da integridade física do lacre e da carga, também com a evolução
do processo documental”, comenta.
Ainda
de acordo com o gerente, além de acelerar o processo de exportação, a nova
tecnologia pode diminuir os tempos logísticos, os custos (armazenagem,
transporte etc) e até incentivar outras empresas a exportar pelo Porto de
Paranaguá. “E a diminuição de custos e consequente incremento da margem e do
resultado, pode inclusive aumentar a movimentação de congelados pelos Portos
Brasileiros, em especial Paranaguá”, afirma Ostrowski.
O
representante da Martini Meat explica que com a implantação do lacre eletrônico,
o container não precisará ficar parado muito tempo no pátio aguardando a
liberação. Portanto, o custo com energia elétrica seria reduzido. Além disso,
com o novo processo, “haveria uma maior disponibilidade de ativos de transporte
(caminhões, ferrovias), o que poderia incrementar a quantidade de containeres
exportados”. “Ainda não é possível mensurar de quanto seria essa diminuição no
gasto de energia ou o incremento de volumes exportados. Mas a tendência é que
isto de fato ocorra”, conclui.
Fonte:
Informativo dos Portos
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