Após a desocupação do navio, os estivadores comemoraram
Os
sindicatos dos Operários Portuários (Sintraport) e dos Estivadores suspenderem
a manifestação que fariam na tarde desta sexta-feira, atrás da Alfândega de
Santos. Isso porque a Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport)
marcou negociação para segunda-feira, em horário ainda a ser definido, sobre a
utilização de mão-de-obra em seu terminal. A informação é do Sintraport.
Por
volta das 12h30, sindicalistas e trabalhadores receberam, com aplausos e
abraços, os seis últimos portuários a sair do navio Maersk La Paz, ocupado por
93 companheiros, na tarde de quinta-feira. O navio saiu da Embraport e atracou
no terminal de contêineres da Santos Brasil, também localizado na Margem
Esquerda do Porto.
Esses
trabalhadores portuários desembarcaram no momento em que o navio se dirigia ao
terminal da Santos Brasil. Neste local, o Maersk La Paz pode ser operado pelos
trabalhadores cadastrados no Ogmo. Os demais já tinham deixado a embarcação na
madrugada desta sexta-feira.
O
protesto dos estivadores, que pedem a contratação da Embraport de acordo com o
regime de escalação do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), teve início na tarde
desta quinta-feira e durou 12 horas. O terminal opta pelo sistema de Consolidação
das Leis Trabalhistas (CLT).
Detidos
No
meio do impasse envolvendo os trabalhadores, dois líderes sindicais da
categoria foram detidos na noite de quinta-feira. O presidente em exercício do
Sintraport, Claudomiro Machado, o Miro, e o presidente do Sindicato dos
Estivadores, Rodnei Oliveira da Silva, o Nei, discutiram com policiais após
tomarem conhecimento da segunda liminar da Justiça que os mandava deixar o
local. De acordo com a Polícia Federal, os dois foram liberados horas depois,
mas serão indiciados por invadir um terminal particular.
A
apresentação da nova liminar deixou os ânimos acirrados. O documento, expedido
às 21 horas, ratificava a desocupação do terminal e cobrava multa diária de R$
50 mil com repasses de 1% desse valor pra Justiça e 20% à Embraport.
Comunicado
Em
nota, a Embraport informa que está aberta ao diálogo e que as atividades da
empresa estão voltando à normalidade. A empresa faz ainda um levantamento
"sobre os danos causados pelos invasores à empresa e ao navio, e também
fará análise das imagens captadas pelas câmeras do sistema de segurança para a identificação
de responsáveis".
O
comunicado diz ainda que a empresa considera que "a violência e agressão
de que foi vítima atingem também, indiretamente, os mais de 500 trabalhadores
já contratados pela empresa, e ameaçam comprometer mais de mil outros empregos
diretos que serão oferecidos ao longo dos próximos dois anos, todos com direito
a carteira assinada e às vantagens e garantias oferecidas pela CLT". A
empresa ressalta que já assinou Acordo Coletivo de Trabalho com outros três
sindicatos, que representam 90% da mão de obra do terminal.
E
diz ainda que, graças a liminar obtida pela empresa na Justiça, impondo multa
diária de R$ 50 mil passível de aumento para R$ 100 mil em função da
continuidade do descumprimento da ordem judicial, os manifestantes que renderam
guardas de segurança e invadiram o terminal portuário da empresa deixaram o
local na noite de
operado
pelos trabalhadores cadastrados no Ogmo.
Polícia Federal avaliou embarcação
Por
volta das 16 horas de quinta-feira, policiais federais avaliaram, na presença
dos representantes dos sindicatos dos estivadores e dos operários portuários,
se houve danos ou avarias na embarcação com bandeira de Hong Kong. A Reportagem
apurou que nenhuma irregularidade foi constatada pela polícia.
A Invasão
Os
trabalhadores chegaram pelo mar, por pequenos barcos, e subiram nos
atracadouros da instalação. Quando tentaram entrar nos portêineres (grandes
guindastes responsáveis por movimentar o contêiner entre o cais e o navio),
vigilantes atiraram para o alto tentando evitar a ação. Para se refugiar,
entraram no navio atracado.
Operários
portuários e estivadores chegaram a ser recebidos a tiros pelos seguranças da
instalação. Ninguém ficou ferido e a Polícia Federal (PF) foi acionada para
controlar a situação.
Prefeitura multa Embraport por falta de
Habite-se
A
prefeitura multou a Embraport (Empresa Brasileira de Terminais Portuários S.A.)
em 800 UFMs (Unidades Fiscais do Município), o equivalente a R$ 772,20, no dia
3 de julho, pelo fato de o terminal entrar em operação sem ter sido concedida a
Carta de Ocupação (Habite-se).
Por
decisão do prefeito Paulo Alexandre Barbosa devidamente amparada no parágrafo
único do artigo 86 da Lei Complementar 84/93, será aplicada pela Siedi
(Secretaria de Infraestrutura e Edificações) multa diária de 800 UFMs à
empresa.
Para
conseguir o Habite-se, a Embraport deve encaminhar à prefeitura a documentação
ainda pendente para operação. Em caso de descumprimento, ficará sujeita à
penalidade de embargos (suspensão das atividades), conforme prevê a legislação
municipal.
Ainda
com relação ao terminal Embraport, a prefeitura reforça seu apoio às
reivindicações apresentadas pelas federações nacionais que representam os
trabalhadores portuários, estivadores, conferentes, consertadores de carga e
descarga, vigias portuários, trabalhadores de bloco, arrumadores e amarradores
de navios.
A
adesão da administração pública está representada com ações práticas e
concretas em defesa da família portuária, como a intermediação feita pelo
prefeito no processo de negociação dos representantes sindicais dos
trabalhadores com os dirigentes da Embraport.
NOTA À IMPRENSA
Em
cumprimento à legislação municipal e nos limites fixados pelas normas legais
vigentes, a Prefeitura de Santos comunica que, no dia 3 de julho de 2013,
multou a Empresa Brasileira de Terminais Portuários S.A – Embraport, por ocupar
edificação sem ter sido concedida a respectiva Carta de Ocupação.
Por
decisão do prefeito Paulo Alexandre Barbosa, devidamente amparada no parágrafo
único do artigo 86 da Lei Complementar 84/93, será aplicada pela Secretaria de
Infraestrutura e Edificações (Siedi) multa diária de 800 UFMs à empresa.
Caso
as infrações apontadas persistam, a empresa ficará sujeita à penalidade de
embargos (suspensão das atividades), conforme prevê a legislação municipal.
Quanto
às reivindicações apresentadas pelas federações nacionais que representam os
trabalhadores portuários, estivadores, conferentes, consertadores de carga e
descarga, vigias portuários, trabalhadores de bloco, arrumadores e amarradores
de navios, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa manifesta total e irrestrito
apoio à luta dessas entidades.
A
adesão vai além das manifestações públicas de solidariedade amplamente
declaradas aos trabalhadores. O apoio se materializa com ações práticas e
concretas em defesa da Família Portuária, como a intermediação feita pelo
prefeito no processo de negociação dos representantes sindicais dos
trabalhadores com os dirigentes da Embraport.
Ciente
que a responsabilidade é de competência exclusiva do Governo Federal, que tem o
poder político e legal para reversão das medidas defendidas pelos
trabalhadores, o prefeito mais uma vez se coloca à disposição das entidades
sindicais, na união de esforços para que a cidade de Santos não seja mais uma
vez prejudicada por decisões governamentais desprovidas da legitimidade popular
e soberania das ruas.
Fonte: Jornal A Tribuna / TV Tribuna / G1 - Edição Segurança Portuária Em Foco
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