Desde 1989, quando foi implantada a 5ª
turma, no turno de seis horas, da Guarda Portuária do Porto de Santos, que os
seus integrantes dobram a jornada de trabalho para que seja possível guarnecer
todos os postos, o que mesmo assim, não é feito de forma satisfatória.
Na última sexta-feira (03), a
Companhia Docas do Estado de São Paulo – CODESP, baixou a Resolução da
Presidência nº 51/2013 que implementa o novo Regulamento Interno de Pessoal e o
registro eletrônico de ponto.
Esta Resolução determina que o
registro eletrônico de ponto estabelecido no Regulamento Interno de Pessoal,
tenha o seu início á partir da próxima quarta-feira (08).
A Resolução se baseia nos acórdãos nº
1652/2012 e 2208/2013 do Tribunal de Contas da União e no Termo de Ajuste de
Conduta nº 33/2012, assinado entre a Codesp e o Ministério Público do Trabalho
– MPT.
Apesar de a Resolução não falar nada
sobre o corte de horas extras, os diretores do sindicato que estiveram
recentemente reunidos com o superintendente de recursos humanos da empresa,
foram avisados nesta reunião, que a partir da iniciação da implantação do ponto
eletrônico, os integrantes da Guarda Portuária não poderiam mais dobrar a sua
jornada.
Guarda
foi pega de surpresa
A CODESP soltou a Resolução no final
de uma sexta-feira. Segundo os diretores do Sindicato que procuraram o
superintendente da Guarda, nem mesmo ele sabia da Resolução e não existe nenhum
planejamento para se adequar o baixo efetivo para a manutenção da segurança do
Porto.
Existem 33 pessoas que passaram no
último concurso e constam do cadastro de reserva, no entanto, até o momento,
não houve a convocação destes concursados.
Plano de Segurança Ameaçado
Com a impossibilidade da dupla
jornada, o efetivo é insuficiente para guarnecer todos os postos, o que
colocará em risco a execução do Plano de Segurança da CODESP, aprovado pela
CONPORTOS e consequentemente a Declaração de Cumprimento, que atesta que o
Porto de Santos é seguro.
Caos
Social
Conforme foi mencionado pela própria
superintendente jurídica da CODESP durante a mesa redonda realizada no MPT,
segundo os diretores do Sindicato presentes, as horas extras são um complemente
social do salário dos empregados.
Caso as horas extras venham realmente
a ser suprimidas, o guarda portuário vai receber menos do que um vigilante
terceirizado. A defasagem salarial, principalmente sem qualquer preparação, vai
provocar uma evasão na empresa, e aqueles que ficarem irão trabalhar totalmente
desmotivados.
Os
acórdãos
O acórdão 1652/2012 – TCU é
conseqüência do acórdão 032.821/2011 (Prestação de Contas do Exercício de 2010)
que correu de forma sigilosa, e julgou as contas da CODESP regulares, mas com
ressalvas e mandou adotar as seguintes medidas sugeridas nos pareceres emitidos
nos autos:
Determinou à CODESP que apresentasse
ao TCU:
1) Um plano de ação para a resolução
da questão dos pagamentos generalizados de horas extras, incluindo a indicação
das medidas que seriam adotadas:
a) previsão de prazo para a sua
implementação;
b) agentes/setores/órgãos responsáveis
pela implementação;
2) Um plano de ação relativo à
implementação do controle eletrônico de frequência, incluindo:
a) medidas necessárias;
b) estimativa de prazo para execução
de cada medida;
c) indicação dos agentes/setores
responsáveis por implementar cada medida;
No acórdão Nº 2208/2013 os ministros
do Tribunal de Contas da União, acordaram em mandar adotar as medidas, na forma
sugerida nos pareceres emitidos nos autos e determinaram à Codesp que os pontos
eletrônicos de frequência fossem ativados até 10/05/2013.
Determinaram também à SECEX-SP que,
decorrido o prazo previsto, ou seja, 10/5/2013 monitore o cumprimento da
determinação acima e, decorridos 60 dias após o início da operacionalização do
ponto eletrônico, avalie a eficácia das medidas adotadas pela Companhia quanto
ao controle de frequência e redução de pagamento de horas extras.
O Diretor-Presidente da Codesp foi
comunicado que o descumprimento de determinação proferida pelo Tribunal
implicaria na aplicação de multa ao gestor.
Apesar de o TCU determinar um plano de
ação para a resolução da questão dos pagamentos generalizados de horas extras,
que seria o realinhamento salarial constante do Acordo Coletivo de Trabalho, a
CODESP pretende implantar o ponto eletrônico sem que o realinhamento salarial
seja implantado em conjunto.
TAC-
Termo de Ajuste de Conduta
Em mesa redonda realizada no MPT, os
procuradores estabeleceram o prazo de 20 dias para que a Codesp apresente toda
documentação encaminhada ao DEST referente ao realinhamento dos salários. Além
disso, o mapeamento da implantação dos relógios e jornadas cumpridas pelos
empregados, certificados e laudos técnicos dos equipamentos.
Segundo o MPT, em alguns casos pode
haver um prejuizo à categoria com a implantação e, nessa hipótese, entende que
deve haver uma flexibilização. O MPT não concorda com jornada superior a 10
horas diárias, mas entende que as situações excepcionais nas jornadas deverão
ser previstas em norma coletiva. Se houver uma readequação salarial, as horas
extras devem ser reduzidas.
Mas parece que a Codesp não está dando
a mínima para o MPT, querendo implantar o ponto eletrônico a qualquer custo,
doa a quem doer.
Estão
brincando com fogo
Os responsáveis pela implantação do
ponto eletrônico demonstraram falta de tato na questão. O término das horas
extras prejudicará centenas de famílias, que terão de forma repentina, o seu
padrão de vida alterado, e não suportarão.
Muitos trabalhadores que estão em vias
da aposentadoria, sejam pelo INSS ou pelo PORTUS, com o corte das horas extras
e a consequente redução dos vencimentos, certamente terão seus projetos de vida
prejudicados.
O presidente do Sindaport, Everandy
Cirino, já havia dito anteriormente, que se a CODESP implantasse o ponto
eletrônico, os trabalhadores deveriam comparecer ao trabalho, mas não marcassem
o ponto eletrônico.
Segundo Cirino, a Codesp quer
implantar o ponto eletrônico para justificar a compra dos relógios de ponto.
“Há dois anos, desde a administração do cearense José Roberto Correia Serra,
que a implantação do relógio de ponto na Codesp está prevista para ser
concretizada. Na época, inclusive, até os equipamentos foram comprados de forma
emergencial e sem licitação”, disse o presidente do Sindaport.
AS VEZES ME PERGUNTO:
ResponderExcluirLEVANTA-SE TANTAS NÃO CONFORMIDADES, QUESTIONAMENTOS E CONSTATAÇÕES DE QUE OS PORTOS PODERÃO FICAR, E NA PRATICA FICAM, COM UMA DIMINUIÇÃO DRÁSTICA OU MESMO AUSENCIA TOTAL DE SEGURANÇA E VIGILANCIA PORTUÁRIAS, A PARTIR DE CERTAS MEDIDAS QUE NOTORIAMENTE NÃO LEVAM EM CONTA NEM PLANOS DE SEGURANÇAS PORTUÁRIOS E NEM QUAISQUER OUTRO TIPO DE PREOCUPAÇÃO COM NADA QUE DIGA RESPEITO, AO MENOS, À SEGURANÇA PRÓXIMA AO MINIMO IDEAL PARA OS PORTOS BRASILEIROS.
NÃO VOU NEM CITAR O CASO AQUI DA CDP, ONDE ESTA CIA BRINCA DE FAZER SEGURANÇA DOS PORTOS. É DESESTIMULANTE VERMOS QUE POUQUÍSSIMAS SÃO AS VOZES QUE PARECEM SE PREOCUPAR COM UMA MELHOR E REAL ESTRUTURAÇÃO DA GUAPOR.
DEPOIS QUE SE LÊ MAIS UM ARTIGO COMO ESSE, A CONCLUSÃO A QUE SE CHEGA, É O QUE PARECE, É QUE O GOVERNO, AS CIAS DOCAS NÃO TEM É NEM AÍ PARA COISA ALGUMA, QUANDO O ASSUNTO É GUARDA PORTUÁRIA.
A GRANDE MAIORIA DOS NOSSOS GESTORES SÃO OMISSOS, LENIENTES E UM BANDO DE INTERESSEIROS, SÓ QUEREM MESMO É SABER DE SI MESMOS E DO QUANTO VÃO RECEBER AO FINAL DE CADA MÊS E DO STATUS QUE É ESTÁ EM CERTOS CARGOS.
NÃO ESTÃO NEM AI PARA NADA.
A NOSSA GUAPOR É MALTRATADA SEJA AQUI NA CDP COMO EM QUALQUER OUTRA CIA DE DOCAS.
É TUDO UM FAZ DE CONTA, INFELIZMENTE.