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domingo, 28 de abril de 2013

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EMPRESA ENVOLVIDA NO ESCÂNDALO DO LIXO HOSPITALAR VOLTA AO MERCADO






A empresa têxtil N.A. Intimidade Ltda., do empresário Altair Teixeira de Moura” e também dono das lojas “Império do Forro de Bolso”, conhecida pelo envolvimento no escândalo de importação de tecidos usados e descartados como lixo hospitalar dos EUA no final de 2011, voltou a atuar no Porto de Suape. Na última segunda-feira (15), a companhia já recebeu uma carga de tecido do exterior que deverá ser usada na confecção de roupas. A operação ocorreu normalmente junto à Receita Federal.

De acordo com o gerente geral da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Jaime Brito, a situação da empresa junto à vigilância sanitária foi resolvida desde a incineração do material periciado pela Polícia Federal. Os investigadores constataram a presença de sangue e outros fluidos orgânicos no material, que foi encontrado dentro de contêineres destinados à empresa, em outubro de 2011.

De acordo com Brito, não compete mais à Apevisa fiscalizar o material da empresa. "Pelo fato de ser uma empresa têxtil, não está em nossa alçada à fiscalização das suas dependências. A vigilância sanitária, neste caso, só trabalha com inspeções em empresas do gênero em caso de denúncias, ou seja, a Império do Forro de Bolso só voltará a ser checada pela Apevisa caso surja um caso novo, uma nova denúncia ou algo do tipo", declarou.

A assessoria do Ministério Público do Trabalho também afirmou que toda a situação trabalhista da empresa está em ordem e que seu processo já foi arquivado sem pendências. "Em nosso sistema, a empresa não conta com mais nenhum débito. Dois procedimentos foram arquivados por resolução, uma vez que os problemas trabalhistas foram resolvidos administrativamente e também através de uma ação cautelar. Se a empresa está legalizada junto aos demais órgãos, não vemos motivos para quaisquer embargos", afirmou a assessoria do Ministério Público.

A Polícia Federal afirmou apenas que o inquérito segue, mas em segredo de Justiça.

O advogado aduaneiro Gilberto Lima, representante do grupo, garantiu que não pesam mais acusações sobre a NA Intimidade, que as multas emitidas pelo Ibama foram derrubadas e que aguarda o fim da investigação do FBI acerca da Texport Inc. para processar o fornecedor pelo envio de material contaminado.

“A mercadoria chegou pelo chamado canal cinza, onde a fiscalização é a mais rigorosa. A importação simboliza a volta por cima do empresário Altair Teixeira de Moura”, celebrou Gilberto Lima.

A fraude

Em 2011, para conseguir entrar com o material no Brasil, a Na Intimidade fraudou a Alfândega Nacional.  A empresa declarou às autoridades brasileiras que importava tecido de algodão com defeito. Entretanto, a farsa ficou constatada após fiscalização da Anvisa, que encontrou lençóis sujos com manchas características de sangue e dejetos biológicos com logomarca de vários hospitais norte-americanos. Após a constatação de que o valor declarado pelo importador não era compatível com o volume e o tipo de carga, os contêineres foram indicados para inspeção física.

Desde o ano de 2009, que a empresa Na Intimidade Ltda importa “tecidos de algodão com defeito” dos Estados Unidos.

Na época, as autoridades rastrearam as importações da Na Intimidade Ltda e somente em 2011 apontam que essa empresa importou 22 contêineres contendo “tecidos de algodão com defeito”.

Agentes de fiscalização da Anvisa e Ibama e a delegada que conduziu as investigações, localizaram o total de 38 toneladas de lixo hospitalar dentro das unidades da empresa Na Intimidade Ltda, instaladas nos municípios pernambucanos de Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru.

Toneladas de lixo hospitalar estavam prestes para entrarem na mesa de corte e serem magicamente transformados em forro de bolso, os quais seriam colocados no mercado brasileiro e nas unidades “Império do Forro de Bolso”, incluindo a loja virtual que a empresa mantinha na internet. Outras toneladas de forro de bolsos já estavam prontas e aguardavam em um depósito os seus destinos.

A importação de lixo hospitalar dos Estados Unidos somou 84,6 toneladas (46,6 apreendidas no Porto de Suape e mais 38 toneladas nas unidades da empresa).

Entre as estratégias de venda do forro de bolso, o empresário utilizou um site na internet para alavancar seu negócio. A empresa Na Intimidade Ltda mantinha uma loja virtual na internet, denominada Império do Forro de Bolso.


Fonte: Jornal do Comercio (PE) – Folha de Pernambuco – Blog Máfia do Lixo
          Edição Segurança Portuária Em Foco





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