Famílias ocupam área de
expansão portuária no bairro Mangueira
Quem
passou na segunda-feira pela manhã pela estrada da Barra, sentido Centro, já
pode observar uma nova ocupação de área em Rio Grande. Cerca de 30 famílias
invadiram área de expansão portuária, bem na entrada do bairro Mangueira, no
sábado à tarde. Nesta terça, há em torno de 100 famílias no local. E todos
estão de acordo: "Se nos tirarem de manhã, entramos de novo à tarde",
enfatizam. Ainda na segunda-feira, a Guarda
Portuária iria procurar o superintendente do Porto, Dirceu Lopes, para
marcar uma reunião com representantes da ocupação.
Na
manhã da segunda, 12, a Guarda Portuária
estava monitorando a ocupação, conversando com as pessoas e avaliando a
situação. Como apoio, levaram policiais do Pelotão de Operações Especiais
(POE), da Brigada Militar. A avaliação é de que os ocupantes terão que sair,
pois além de área de expansão, este é um local de alto risco, devido aos canos
de produtos químicos que passam pelo subsolo. "Não tem como as pessoas
morarem aqui. É risco na certa", disse um guarda portuário que estava
monitorando a área.
Um dos
primeiros a entrar, o pescador Jair Dias de Oliveira, justifica que este era um
local utilizado por todos como depósito de lixo. "Estamos precisando, não
temos casa própria e nem condições de pagar mais o aluguel, que subiu mais de
200% em um ano. Não tínhamos outra solução e esta área estava sem uso nenhum, a
não ser virar um lixão", disse.
Outra
a ocupar um lote, Nice Mohr e o marido entraram também no sábado.
"Estávamos desesperados porque não temos onde morar", diz Nice. O
casal veio de Sapucaia. O marido, trabalhador no Polo Naval, explica que a
situação de todos é muito difícil. "Não tem mais nada para alugar. E o que
tem está em um valor astronômico. Não tem como comprar nada, porque um pequeno
lote sem escritura sai na base de R$ 100 mil. Simplesmente não há o que
fazer", frisa.
Nice
é da opinião que Rio Grande está totalmente despreparada para receber tanta
gente. "O pessoal vem trabalhar e traz a família, o que é normal. Pouco
tempo depois não tem mais como permanecer no aluguel e não há como adquirir
algo próprio. Os valores se tornaram absurdos. É uma verdadeira exploração. Só
nos resta conseguir um lote e construir uma casa própria", finaliza.
Fonte:
Jornal Agora – Rio Grande – RS
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