Aproveitando trégua com Governo, que vai
durar até 15 de março, portuários querem se fortalecer
manifestação no Porto de Santos
Os
trabalhadores portuários concordaram em suspender as greves até 15 de março
para negociar com o governo as mudanças na MP dos Portos (Medida Provisória nº
595). Entretanto, as lideranças das categorias em todo País, vão definir, ainda
nesta semana, uma outra estratégia de luta, para ampliar a resistência e
aumentar a pressão sobre o Congresso Nacional e no Governo Federal.
O
acordo com o governo foi feito durante reunião realizada na sexta-feira (22),
logo após os portuários terem deflagrado uma greve de advertência, com duração
de seis horas. A reunião envolveu representantes dos sindicatos, federações,
centrais sindicais e o ministro-chefe da Secretaria dos Portos, Leônidas
Cristino.
O
deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva,
Paulinho, afirmou que o acordo foi um gesto dos trabalhadores visando a
negociação e mudanças na MP dos Portos. “A abertura de diálogo representa que
podemos debater mudanças na MP dos Portos. Não vamos permitir a precarização do
trabalho nos portos”, disse.
“Fomos
obrigados a partir pro pau, como se diz na gíria do trabalhador, e nossa
mobilização foi vitoriosa”, disse Rodnei Oliveira da Silva, Nei, presidente do
Sindicato dos Estivadores de Santos.
Veja os termos do acordo firmado entre
trabalhadores e governo sexta-feira (dia 22):
I -
A Mesa de Diálogo terá prazo de conclusão dos trabalhos até 15 de março de
2013;
II –
O relator da matéria na Comissão Mista do Congresso Nacional, senador Eduardo
Braga, será convidado a participar dos trabalhos da Mesa de Diálogo;
III
– Durante o período dos trabalhos e negociação da Mesa de Diálogo:
a)
não serão adotadas medidas pelo Governo para abreviar o prazo de apreciação da
MP 595 no Congresso Nacional;
b)
não será encaminhado pela Secretaria de Portos à Presidenta da República
proposta de decreto para regulamentar a MPV 595;
c)
não serão licitados pela União novos arrendamentos de terminais portuários ou
concessões portuárias;
d) o
Governo federal não requererá a execução de eventuais multas em decorrência de
medida liminar concedida pelo Tribunal Superior do Trabalho relativa a
ilegalidade da greve em 21 de fevereiro de 2013, e não adotará medidas para o
ajuizamento de ação principal.
e)
os representantes dos trabalhadores comprometem-se a não realizar greve ou
paralisação envolvendo os portos e instalações portuárias.
Pressão
dos portuários faz governo recuar e firmar acordo por mudanças na MP dos Portos.
Para o presidente do SINDAPORT e vice-presidente da Federação Nacional dos
Portuários, a paralisação nacional foi positiva, pois obrigou o Governo a parar
o rolo compressor da MP 595 e ouvir os trabalhadores. O sindicalista passou a semana em Brasília
participando de plenária realizada pelas federações dos portuários e
conversando com políticos sobre os prejuízos que a Medida Provisória acarretará
aos trabalhadores.
“Conseguimos
mostrar para o Governo que nós, portuários, precisamos ser ouvidos e que nada será
implantado à força. Se os empresários foram ouvidos na elaboração da MP, nós
também queremos expor nossas reivindicações”, diz.
Everandy
Cirino destaca que diante do acordo firmado com o Governo a paralisação
prevista para terça-feira foi suspensa. “Vamos dar um voto de confiança ao
Governo até o dia 15 de março, caso não haja negociação vamos para uma greve
nacional por tempo indeterminado”, afirma.
Fonte: Força Sindical/Sindaport/Diário do Litoral/Segurança Portuaria em Foco
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