A luta
dos trabalhadores portuários de Santos contra a Medida Provisória 595, que
retira dos portuários as conquistas obtidas nas últimas décadas, terá mais um
importante capítulo hoje de manhã, em Brasília.
É
que as lideranças da categoria, que ontem passaram o dia fazendo articulações
junto a deputados e senadores, serão recebidos em audiência pelo presidente do
Senado, Renan Calheiros ( PMDB-AL). O encontro acontece às 11h30 no gabinete do
senador.
A reunião
foi agendada pelos deputados federais Marcio França (PSB-SP) e Paulo Pereira da
Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), que, ao lado de Beto Mansur (PP-SP) formam
a bancada paulista de apoio aos trabalhadores.
Também
estão em Brasília os presidentes do Sindogeesp (operadores de guindaste empilhadeiras)
Guilherme do Amaral Távora, do Sindaport (empregados na administração
portuária), Everandy Cyrino dos Santos, do Sindicato dos Estivadores, Rodney
Oliveira da Silva e do Sindicato dos Trabalhadores de Bloco, Jozimar Bezerra de
Menezes.
“Essa
é uma oportunidade de ouro e vamos aproveitá-la para informar o presidente do
senado das consequências devastadoras que a MP 595 poderá trazer para os portos
nacionais, com reflexos que serão imediatamente sentidos pelos trabalhadores
avulsos e empregados das companhias docas”, disse Guilherme Távora.
Ele
e Cyrino ficaram impressionados com a propaganda feita pela Força Sindical.
Todo o entorno do Congresso Nacional está com baners e bandeiras em favor dos
portuários e contra a MP. Além disso, milhares de panfletos com críticas à MP, confeccionados
pela Força Sindical, serão lançados de um helicóptero.
A
mobilização na Capital Federal será reforçada hoje com a chegada dos dirigentes
sindicais das demais categorias. Uma delas é o presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Portuários (Sintraport), Robson Apolinário, que manifestou confiança
no êxito dessa empreitada.
Caravana
Lotado
com 54 trabalhadores ligados ao Sintraport e ao Sindicato dos Estivadores, um
ônibus saiu na tarde de ontem de Santos, rumo à Brasília.
Caravanas
de trabalhadores de outras cidades portuárias também foram organizadas para
aumentar a pressão no Congresso contra a MP.
Plenária
Após a audiência com Renan Calheiros, será
realizada uma plenária na Câmara dos Deputados, com a participação de
parlamentares de diferentes partidos, para debater as mudanças previstas nos
portos nacionais.
As
lideranças do movimento não descartam a possibilidade de deflagração de uma
greve nacional da categoria, por tempo indeterminado, caso a MP 595 seja
aprovada da forma como foi elaborada.
Um
dos defensores da paralização é o deputado Paulinho da Força, para quem a
medida prejudica todo o sistema portuário do País. “Ela cria condições para que
os portos sejam privatizados, caindo nas mãos de grandes donos de navios
(armadores) e operadores internacionais, que irão determinar preços e demandas”.
Fonte: Jornal A Tribuna
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