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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

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PORTUÁRIOS PROTESTAM CONTRA A MP-595



               Robson Apolinário (Sintraport) e Everandy Cirino (Sindaport) no Congresso
 
Representando milhares de trabalhadores portuários de todo o País, que tememe perder conquistas obtidas nas últimas décadas, uma comissão de deputados e sindicalistas esteve reunido ontem com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tentar impedir que a MP 595 seja aprovada da forma como foi editada pela presidente Dilma Rousseff.

Na ocasião, o grupo defendeu o nome do Senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) para relator no lugar do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), cotado para a função.

O líder do governo no Congresso, Senador José Pimentel (PT-CE), afirmou que a comissão especial da MP deve ser instalada no próximo dia 20.

Para a presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, o resultado da reunião foi satisfatório. “O simples fato de o senador Renan Calheiros ter ouvido as nossas ponderações foi importante, sobretudo porque deixamos consignada a nossa posição diante do desacato e da intransigência do Governo com relação aos portuários”.

Para Cirino, os trabalhadores saíram do encontro fortalecidos. “A categoria continua mobilizada e esperançosa, até porque, se os nossos argumentos não forem aceitos, não teremos outra saída a não ser paralisar os portos nacionais”.

Outro que também saiu confiante da audiência foi Guilherme do Amaral Távora, presidente do Sindogeesp. “Apesar de o presidente do senado ter deixado claro as dificuldades que terá para conseguir a indicação do senador Valadares, acredito que o peso do cargo que ocupa e seu poder de articulação sejam elementos que podem fazer a diferença a nosso favor”.

Jozimar Bezerra de Menezes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Bloco, também manifestou otimismo. “Estamos fazendo corpo a corpo com deputados e senadores para tentar conquistar mais aliados à nossa causa, que é das mais nobres, já que estamos falando do mercado de trabalho dos portuários”.

Privatização

Os deputados Marcio França (PSB-SP) e Paulo Pereira (PDT-SP), o Paulinho da Força, acompanharam os sindicalistas durante a audiência.

Marcio França afirmou que a privatização resultará na prática de dumping pelas empresas que terão o domínio sobre os portos, baixando os preços até acabar com os portos que operam no sistema atual de concessão, para depois subirem as tarifas.

“Os portos privados terão todo o controle do que entra e sai do País, sem se importar com o interesse público. É uma questão de soberania”, disse.

Para o vice presidente do Sindicato dos Trabalhadores Portuários (Sintraport), Claudiomiro Machado “Miro”, a audiência com Calheiros e a plenária na Câmara foram “estratégicas e proveitosas”.

“Tudo o que queremos é que o governo nos ouça, o que não aconteceu até agora”, diz o sindicalista. “A audiência com o presidente do Senado foi a abertura da porta para o diálogo”.

Governo afirma que decisão será mantida

Apesar da ameaça de greve dos trabalhadores dos portos do País, o governo não vai ceder às pressões dos sindicatos que querem alterar a MP 595.

O governo entende que os únicos que poderiam ter seus “direitos prejudicados” seriam os práticos, trabalhadores portuários responsáveis pela manobra dos navios. Mas ressalta que não são estes trabalhadores que estão liderando o movimento.

A greve será decidida em plenária marcada para os dias 19, 20 e 21, em Brasília. O presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), afirmou que a pressão dos trabalhadores é pela paralisação.

Paulinho, dirigentes sindicais portuários, o deputado federal Marcio França (PSB-SP) e a deputada estadual Telma de Souza (PT-SP), se reuniram na Câmara e protestaram contra a MP.

“Querem destruir os portos públicos, mas nós estaremos lutando contra. O pau vai comer”, afirmou Paulinho, para quem a MP foi elaborada para beneficiar o empresário Eike Batista. “Foi o advogado dele que fez a MP no Palácio do Planalto”.

“A proposta dos estivadores de Santos é paralisar por 48 horas. Se não houver a paralisação, não haverá recuo”, disse o presidente do Sindicato dos Estivadores, Rodnei Oliveira.

Já o presidente do Sintraport, Robson Apolinário, acredita que a não eleição dos membros da comissão parlamentar foi uma resposta dos congressistas ao veto da presidente Dilma Rousseff ao artigo 3º da Lei dos Royalties.

Audiência

A pedido da deputada estadual Telma de Souza (PT-SP), a ministra –chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, receberá uma comissão de portuários no dia 14 para tratar da MP 595.

 
Fonte: Jornal A Tribuna




 

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