Inspetor Cleiton Simões mostrou parte das 200 mil bolas
apreendidas na operação Gol de Letra
Uma
equipe composta por 34 fiscais aduaneiros e um cão farejador será integrada ao
efetivo da Alfândega do Porto de Santos nos próximos dois meses. Eles serão
responsáveis pela execução da operação Gol de Letra, da Receita Federal, que
tem o objetivo de impedir a importação de produtos contrafeitos (falsificados)
até a Copa do Mundo do ano que vem, a ser realizada no Brasil.
Com
a proximidade da Copa das Confederações, que ocorrerá em junho, e da Copa do
Mundo, no ano que vem, a expectativa da Aduana é apreender ainda mais produtos
contrafeitos. Bolas, chuteiras, camisetas e mascotes das competições estão na
lista das possíveis apreensões.
Dos
34 integrantes da equipe, 20 são novos funcionários da Receita Federal,
admitidos através de concurso público. Os outros 14 foram relocados de unidades
do órgão para atuar especificamente no Porto.
Já o
cão farejador, que também chegará em abril, será usado principalmente na
apreensão de drogas e explosivos. Com o grande movimento de estrangeiros no
País, surge a preocupação com ataques terroristas e a chegada de entorpecentes.
"No
caso dos produtos contrafeitos, são grandes as chances de causarem mal à saúde.
Não sabemos o tipo de tinta utilizada, que pode conter chumbo, nem a
procedência do plástico, que pode ser lixo hospitalar reciclado, por
exemplo", explicou o inspetor da Alfândega de Santos, Cleiton Alves dos
Santos João Simões.
A
análise de risco da carga é feita por uma equipe especializada, chamada Divig.
Todo o processo é realizado antes mesmo de o navio chegar com a mercadoria,
através de sistemas da Receita Federal, que identificam a carga.
Com
base nessas informações, alguns contêineres são selecionados e abertos para
verificação. Segundo o inspetor, os requisitos para a inspeção dependem, entre
outros fatores, do porto de origem, dos exportadores, dos importadores e das
declarações de carga. "A gente entende que a possibilidade de flagrarmos
ilícitos como esses vai crescendo com a proximidade dos eventos no Brasil. Por
isso, vamos intensificar a partir de agora essas verificações",afirmou
Simões.
Processo
Após
atestar a falsificação de uma carga, a próxima providência é mantê-la em
perdimento. Quando isto acontece, ela não pode ser retirada pelo importador,
ficando em poder da Receita Federal.
Na
maioria das vezes, a falsificação é atestada visualmente, já que apresentam
diferenças de medidas e não têm o selo do Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Em seguida, é feita uma representação fiscal
para fins penais – um relatório com as informações da carga.
O
material é enviado ao Ministério Público Federal (MPF), responsável por
instalar procedimentos criminais e identificar os responsáveis pelo crime.
"Às
vezes, a carga está aparentemente correta, mas na hora da conferência, depois
do despacho, a gente verifica que ela é de contrafeitos. A procedência
geralmente é chinesa, porque lá é o grande polo produtor de falsificação, mas
não descartamos uma triangulação, quando a mercadoria passa por outro lugar
antes de chegar aqui", explicou o inspetor.
Fonte:
Fernanda Balbino – Jornal a Tribuna
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários publicados não representam a opinião do Portal Segurança Portuária Em Foco. A responsabilidade é do autor da mensagem. Não serão aceitos comentários anônimos. Caso não tenha conta no Google, entre como anônimo mas se identique no final do seu comentário e insira o seu e-mail.