A LUTA CONTRA A MP 595
Preocupados
com os rumos da Medida Provisória nº 595, representantes dos nove sindicatos de
trabalhadores portuários avulsos e empregados da Companhia Docas do Estado de
São Paulo estiveram reunidos na manhã desta segunda-feira com os deputados
federais da bancada paulista, Márcio França (PSB), Beto Mansur (PP) e Paulo
Pereira (PDT), o Paulinho da Força. Na pauta do encontro a avaliação das 645
emendas que serão apreciadas no início de fevereiro por uma comissão
parlamentar, em Brasília.
Realizada
na sede do Sindicato dos Rodoviários, o encontro serviu para os dirigentes
definirem as estratégias de mobilização dos trabalhadores, que contarão com o
apoio dos três deputados. Márcio França e Paulo Pereira se comprometeram em
reservar o auditório do Congresso visando à realização de um encontro nacional
dos portuários, inicialmente previsto
para o próximo dia 6.
Os
dois deputados também se encarregaram de agendar uma reunião entre as
lideranças sindicais com os senadores, Eduardo Braga (PMDB-AM), relator da MP,
e José Pimentel, (PT - CE), atual líder do Governo no Congresso. Antes da
plenária, deputados e trabalhadores subirão a serra em direção à capital para
pedir o apoio do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em razão dos
reflexos que a nova regulamentação poderá causar na economia do Estado.
Para
o presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária
(Sindaport), Everandy Cirino dos Santos, a participação dos políticos da região
será de fundamental importância e envolve não só os trabalhadores avulsos como
também os empregados das companhias docas. "A questão é bastante complexa
e por isso estamos contando com a colaboração dos representantes políticos da
região, além do Paulinho da Força que também se colocou à disposição dos
portuários de Santos."
O
presidente do Sindicato dos Estivadores, Rodnei Oliveira da Silva, é mais
incisivo e defende uma paralisação geral nos portos do País. "Só temos que
agradecer a força que os deputados estão dando, porém, diante de algumas emendas
que são extremamente nocivas aos trabalhadores, não vejo outra saída a não ser
uma greve nacional por tempo indeterminado".
Já
Guilherme do Amaral Távora, presidente do Sindicato dos Operadores de
Guindastes e Empilhadeiras (Sindogeesp), defende uma ampla atuação junto à
comissão parlamentar que irá analisar as emendas. "Entre titulares e
suplentes estamos falando de 58 membros, entre deputados e senadores, cujo
trabalho de articulação tem que ser feito com todos". O sindicalista é a
favor de uma ação coordenada entre sindicatos de todos os portos e respectivos
representantes políticos, e não apenas os de Santos.
Um
dos mais atentos ao trabalho dos parlamentares é o presidente do Sindicato dos
Consertadores, Adilson de Souza. "Algumas emendas apresentadas por
deputados de outros estados poderão decretar a extinção dos consertadores de
carga e o consequente fechamento dos sindicatos da categoria", reclamou.
Durante a reunião Adilson solicitou aos três políticos "todo o esforço possível"
para que as mesmas sejam retiradas da pauta.
"A
reunião foi importante, mas neste momento delicado a unidade portuária tem que
se sobrepor aos interesses individuais, independentemente da categoria, das
preferências e posições político partidárias". Assim definiu o resultado
do encontro o vice-presidente do Sindicato dos Operários (Sintraport),
Claudiomiro Machado. Segundo ele, o trabalho coletivo é a única possibilidade
de êxito dos trabalhadores portuários. "Não pode haver posições contrárias
e por isso temos que buscar somente alternativas que possam agregar".
O
deputado Beto Mansur disse ser antiprodutiva a análise das 645 emendas.
"Não adianta trabalharmos em cima dessa infinidade de propostas que foram
apresentadas à MP, até porque o ideal será atuarmos numa quantidade reduzida,
de interesse da categoria". Para Márcio França, a descaracterização do
regime de urgência da MP é temerosa no atual estágio. "Antes eu acreditava
que isso seria um bom negócio, mas agora acho bastante temeroso a transferência
da MP diretamente para o Congresso".
A
economia de Santos e das cidades que compõem a Baixada Santista é outra
preocupação dos sindicalistas. Para o vice-presidente do Sindicato dos Vigias,
José Cavalcante Pessoa. "O tema é de interesse público e não apenas dos
trabalhadores portuários, considerando que a possível aprovação de algumas
emendas poderá afetar a vida econômica da região com consequências
imprevisíveis".
Ao
término da reunião, acompanhado de Rodnei Oliveira, do presidente do Sindicato
dos Rodoviários, Valdir Pestana, e de executivos da empresa Santos Brasil, o
deputado Paulo Pereira sobrevoou o complexo portuário santista a bordo de um
helicóptero disponibilizado pelo Terminal Portuário.
Fonte:
DCG / AssCom Sindaport
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