Um movimento nacional dos caminhoneiros marcou para o dia 25 deste mês uma greve geral da categoria. Sindicalistas dizem que o objetivo é parar o máximo dos 600 mil caminhões que circulam pelo País, segundo estimativas próprias. Eles reivindicam queda nos pedágios e uma reavaliação por parte da Agência Nacional de Transportes Terrestres dos registros das empresas transportadoras que estão sendo montadas através de motoristas autônomos com base em um novo sistema definido pelo governo federal. O movimento alega que essas companhias estariam prejudicando o mercado.
Segundo o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), o valor do frete na maioria dos casos não cobre nem os custos de manutenção dos veículos. Para a entidade, esse baixo valor é referente à alteração na legislação, feita pela ANTT, que ocasionou diminuição nos valores a serem estabelecidos pelos contratantes. Diante disso, para não perder a viagem, o caminhoneiro estaria sendo obrigado a aceitar os baixos valores oferecidos.
Alessandra Macedo, coordenadora nacional do movimento - que tem sede no Rio de Janeiro -, diz que a divulgação da greve está sendo feita por meio da internet, de panfletos e por meio de sindicatos e associações espalhadas por municípios do país todo. Ela contou que o 25 de julho foi escolhido por se tratar do Dia de São Cristóvão, o padroeiro dos motoristas. De acordo com ela, ainda não há uma estimativa sobre a adesão da categoria, mas o objetivo é parar o máximo de caminhões possível. A greve também quer chamar a atenção para a nova lei que regulamenta a profissão de motorista.
Outro ponto reclamado pelos caminhoneiros é o chamado "cartão frete", que estabelece que cooperados ou agregados de cooperativas somente poderão prestar serviços exclusivos para as entidades a que estiverem vinculados. Sindicalistas argumentam que isso impossibilita a venda de fretes e compromete as atividades dos profissionais autônomos da área.
Os representantes das empresas dizem que não foram comunicados oficialmente sobre a paralisação. No Estado de São Paulo, o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga informou que soube dessa greve pela imprensa. Segundo Leonardo Andrade, assessor de comunicação da entidade, os problemas citados pelos motoristas são mais comuns em Estados com Mato Grosso e Pará. Mas, indagado se as empresas paulistas também deverão ser prejudicadas, confirmou que provavelmente sim.
FONTE: O Estado de São Paulo – SP
GREVE OU GOLPE
Entidades representativas de caminhoneiros autônomos divulgaram na manhã desta quinta-feira (19) uma carta aberta chamando de “golpe” a greve convocada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) para o dia 25 de julho. Assinam o documento a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), 20 sindicatos, 3 federações e uma central sindical.
Para as entidades, o MUBC pretende utilizar a “força dos caminhoneiros para atender aos interesses das empresas e de outros negócios particulares, que sempre se aproveitaram e viveram à custa da categoria”.
O MUBC defende a volta da carta-frete, o cancelamento do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC), e a prorrogação por um ano da lei 12.169, que regulamenta a profissão de motorista. Já as entidades que divulgaram a carta entendem que a legislação é importante e precisa apenas de ajuste.
Leia a íntegra da carta aberta abaixo. Para conhecer a pauta de reivindicações do Movimento União Brasil Caminhoneiro:
Fonte: Revista Carga Pesada - PR
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